S�o Paulo - O PMDB deve decidir nesta terla-feira em conven��o nacional por uma nova alian�a com o PT para a disputa presidencial e a repeti��o do nome do vice-presidente Michel Temer na chapa de Dilma Rousseff. Mas o partido pretende apresentar um projeto de programa de governo que contraria bandeiras petistas, a exemplo da regula��o dos meios de comunica��o e da reforma pol�tica via plebiscito.
Do almo�o participaram, al�m de Temer e Raupp, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o l�der do partido no Senado, Eun�cio Oliveira (CE), o ex-presidente Jos� Sarney (AP), o senador Jader Barbalho (PA) e o deputado Eliseu Padilha (RS). A conven��o ter� in�cio � 9h, no Audit�rio Petr�nio Portella, no Senado. A presidente far� uma visita aos peemedebistas.
Dilma, no entanto, mostrou-se precavida. S� pretende aparecer na conven��o entre 16h e 17h, depois de proclamado o resultado da vota��o dos delegados. Temer chegar� primeiro, por volta das 15h, a tempo de ver a apura��o do resultado. O PMDB pretende defender a reforma pol�tica deixando claro que ela s� poder� ocorrer via Congresso, sem consulta popular como querem os petistas.
O PMDB tamb�m aproveitar� o documento com suas propostas de governo para defender um governo de responsabilidade fiscal a partir de 2015, com o trip� tradicional, baseado em metas de infla��o, c�mbio flutuante e super�vit prim�rio para que o pagamento das d�vidas seja honrado. Dilma flexibilizou o trip�, que Lula havia herdado de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e manteve com rigidez. Sob o atual governo, o c�mbio passou a ser "administrado" com decreta��o de al�quotas de IOF, dependendo da cota��o, a infla��o deixou de ser combatida para voltar ao centro da meta (4,5%), mas tolerada at� o limite superior (6,5%), e o super�vit prim�rio caiu em volume, sendo atingido com manobras cont�beis.
A maioria dos economistas, inclusive conselheiros de Dilma, como Delfim Netto, � hoje cr�tica da chamada "nova matriz econ�mica", por n�o ter impulsionado o PIB e, ao mesmo tempo, permitido um certo descontrole inflacion�rio. "Nosso programa de governo ser� oferecido � chapa para a campanha presidencial. Dever� se fundir ao programa do PT, porque o mais importante � a manuten��o da alian�a", disse Raupp.
Rebeldes
H� na c�pula do PMDB otimismo quanto � reedi��o da alian�a com o PT para a disputa presidencial, mas sem garantia de apoio pleno. Nas �ltimas checagens feitas por Temer, a conta era de que os partid�rios da coliga��o dever�o obter entre 70% e 75% dos votos, numa hip�tese otimista; e cerca de 55%, numa vers�o pessimista. "O que interessa � vencer. Pode ser por 51%", disse Temer no in�cio da noite, ao visitar n�cleos do PMDB reunidos em diversos audit�rios da C�mara.
Os rebeldes peemedebistas querem a "neutralidade" do partido na elei��o - sem apoiar Dilma ou outro candidato. A confian�a exibida pela c�pula peemedebista para a reedi��o da dobradinha com o PT na disputa presidencial � baseada na resolu��o de alguns problemas nos Estados, considerados de dif�cil solu��o. � o caso de Goi�s. O PMDB do Estado concordou em apoiar a coliga��o federal com o PT, apesar de n�o ter obtido dos petistas a ades�o � candidatura do ex-governador Iris Rezende. Em Goi�s, o PT decidiu lan�ar a candidatura de Antonio Gomide, ex-prefeito de An�polis. Como agradecimento pelo voto dos goianos na alian�a com o PT, Michel Temer e Valdir Raupp v�o a Goi�nia amanh� � tarde participar da conven��o que vai sacramentar a candidatura de Iris.
Tamb�m no Cear� h� problemas na conviv�ncia do PMDB com o PT. Mas o senador Eun�cio Oliveira, que disputar� o governo, concordou em apoiar a coliga��o com os petistas. Disse que n�o vai liderar nenhuma dissid�ncia. O deputado Danilo Forte (CE), por�m, acha que a vit�ria dos que defendem a alian�a n�o ser� tranquila. E que o PMDB n�o deveria se curvar � alian�a apenas para sacramentar o nome de Temer. "O PMDB n�o pode se prender ao projeto de uma pessoa", disse o deputado.
Raupp informou ontem que o PMDB dever� lan�ar candidatos ao governo em 19 Estados. Em v�rios deles, estar� junto com o PT, como no Par�, Amazonas e Tocantins. Em outros, seguir� separado. � o caso de S�o Paulo, Rio de Janeiro, Paran� e Rio Grande do Sul. J� ficou certo que o PMDB n�o lan�ar� candidatos ao governo no Acre, Amap�, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Pernambuco, Roraima e Santa Catarina. Quanto aos candidatos ao Senado, o PMDB dever� lan�ar apenas dez. Segundo Raupp, por causa do grande n�mero de partidos envolvidos na elei��o, as vagas de senador ter�o de ser negociadas com outras legendas. Ele acha que se o PMDB eleger seis senadores poder� comemorar.