Bras�lia, 18 - O relator do processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Andr� Vargas (sem partido-PR) no Conselho de �tica da C�mara, deputado J�lio Delgado (PSB-MG), disse que o n�o comparecimento das testemunhas do PT na oitiva da manh� desta quarta-feira demonstra o interesse da sigla em proteger o ex-petista. "H� um ato de prote��o ao mandato de Andr� Vargas", afirmou Delgado.
Das oito testemunhas arroladas pelo relator, nenhuma compareceu � reuni�o do Conselho de �tica, entre elas os deputados C�ndido Vaccarezza (PT-SP), o l�der Vicentinho (SP) e o presidente nacional da sigla, Rui Falc�o (SP). O doleiro Alberto Youssef, preso no Paran�, prestar� esclarecimentos via videoconfer�ncia no dia 1� de julho, e o dono do jatinho que o doleiro cedeu a Vargas, o empres�rio Bernardo Tosto, responder� por escrito �s perguntas do Conselho. Quem n�o compareceu � sess�o de hoje receber� nova notifica��o.
Delgado tamb�m condenou a tentativa da defesa de Vargas de "protelar" o tr�mite do processo. Mais uma vez, o advogado Michel Saliba pediu hoje que os membros do Conselho avaliem primeiramente os autos da opera��o Lava Jato antes de ouvir as testemunhas. O defensor alegou que Vargas ainda n�o responde formalmente a nenhum inqu�rito e que n�o h� elementos para julg�-lo de forma equilibrada. "N�o ter�amos elementos para chegar a um julgamento minimamente justo", afirmou Saliba.
O advogado disse que a defesa ainda n�o estuda nenhuma a��o judicial contra o tr�mite do processo no Conselho de �tica. Ele, no entanto, questionou a pressa em analisar o caso antes do in�cio do recesso parlamentar de meados de julho. "Acho que � um atropelo desnecess�rio que pode gerar nulidade (no futuro). Acho preocupante agir de maneira a�odada", disse.
Saliba tamb�m rebateu a tese de prote��o do PT ao parlamentar, uma vez que Vargas se desfiliou do partido. Ele concluiu que o caso Andr� Vargas tem tirado o foco da CPI da Petrobras, principalmente das den�ncias envolvendo a constru��o da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. O Estado foi governado pelo presidenci�vel Eduardo Campos (PSB), aliado do relator do processo contra Vargas. "O destaque excessivo ao deputado Andr� Vargas me causa estranheza", insinuou.
Aos jornalistas, o advogado negou que Vargas tenha mantido uma rela��o com o doleiro Alberto Youssef e sim com o "empres�rio Alberto Youssef". Segundo Saliba, o ex-petista n�o tinha "bola de cristal" para saber que Youssef continuava a agir como doleiro e que o deputado n�o est� envolvido com as acusa��es de lavagem de dinheiro e evas�o de divisas. "A rela��o dele (Vargas) � institucional, de colabora��o com o empres�rio", respondeu.