Jo�o Valadares, Paulo de Tarso Lyra e Grasielle Castro

O mote do Brasil provedor de um grande evento embrulhou a tese de que Dilma representa a �nica candidatura capaz de ampliar as mudan�as em curso no pa�s. “A Copa est� dando uma goleada descomunal nos pessimistas, naqueles que diziam que ela n�o ocorreria. Antes de tudo, vamos amar nosso pa�s, nossa camiseta verde e amarela, nossa sele��o, e n�o vamos deixar jamais o �dio ganhar”, discursou a presidente para del�rio dos mais de 800 delegados petistas que compunham a plateia.
O discurso enfadonho e extremamente did�tico da presidente, que fez muitos militantes irem embora, ganhou um tom mais emotivo no fim. Sem citar o epis�dio em que foi xingada, durante a abertura da Copa do Mundo, em S�o Paulo, a petista reagiu mais uma vez. “Recolhamos as pedras que lan�am contra n�s e vamos transformar essas pedras em tijolos para fazer o Minha Casa, Minha Vida. Vamos recolher os xingamentos, improp�rios, grosserias e transformar em versos e can��es de esperan�a sobre o futuro do nosso pa�s. Com a for�a do povo vamos vencer de novo”, afirmou.
Antes de Dilma, o ex-presidente Lula, ovacionado pela milit�ncia petista, fez quest�o de ressaltar o seu protagonismo no processo eleitoral. Ao se referir � presidente como criatura, acabou, mesmo sem querer, refor�ando a tese de que � capaz de eleger uma candidata sem luz pr�pria. “A gente vai provar que � poss�vel uma presidenta e um ex-presidente terminarem seu mandato sem que haja nenhum atrito entre os dois, numa demonstra��o de que � plenamente poss�vel o criador e a criatura viverem juntos em harmonia”, discursou.
A maior estrela petista deu o mote da festa. Em v�rios trechos do discurso de improviso, citou a Copa do Mundo como exemplo de sucesso e da capacidade do governo brasileiro. Como de praxe, arrancou gargalhadas da plateia e atacou advers�rios com bom humor. “O que o pa�s tem que mostrar j� mostrou. Os est�dios est�o todos inaugurados, de maior qualidade, para fazer qualquer ingl�s morrer de inveja. Os campos est�o de t�o boa qualidade que a (Arena) Fonte Nova virou palco da maior quantidade de gols desta Copa. Ou seja, quem quer aprender a fazer gols vai para a Bahia”, brincou.
COMPET�NCIA Sem fazer refer�ncia direta aos dois principais advers�rios, o senador A�cio Neves (PSDB-MG) e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), Dilma assegurou que s� ela � capaz de aprofundar as transforma��es no pa�s. “O Brasil, temos certeza, tenho consci�ncia disso, o Brasil quer seguir mudando pelas m�os daqueles que j� provaram que t�m capacidade de transformar profundamente o pa�s e melhorar a vida do nosso povo. N�s tivemos a compet�ncia de implantar o mais amplo e vigoroso processo de mudan�a do pa�s, que pela primeira vez colocou o povo como protagonista”, disse. Lula afirmou que “na cabecinha deles, mulher nasceu para ser objeto de cama e mesa. Para a gente, mulher � agente transformador”
Logo na abertura da conven��o, o presidente do PT, Rui Falc�o, alfinetou Eduardo Campos. “Direitistas convictos subitamente travestiram-se em socialistas de ocasi�o, ornamentando novos palanques com sua ideologia de museu.” Ele tamb�m fez ataques � imprensa, a quem chamou de golpista. “O oligop�lio da m�dia que golpeia, falseia, manipula, distorce, censura e suprime fatos no intento de nos derrotar”, declarou. A conven��o tamb�m marcou o lan�amento do slogan da campanha petista: “Mais mudan�as, mais futuro”. A milit�ncia tamb�m conheceu o jingle que vai embalar a campanha, um xote que chama Dilma de “cora��o valente”.
ESTRUTURA DE LUXO A conven��o do PT, milimetricamente pensada pelo marqueteiro Jo�o Santana, teve pompa e artif�cios tecnol�gicos. Enquanto Dilma discursava num p�lpito vermelho de LED, os n�meros e avan�os da sua gest�o eram projetados em tel�es gigantes montados no fundo do palco. Com o audit�rio lotado, muitos militantes foram barrados na entrada. Ap�s o in�cio da conven��o, for�aram a porta principal e conseguiram ter acesso ao local.
Para ter maior visibilidade, a organiza��o do evento permitiu que pr�-candidatos nas elei��es de outubro subissem ao palco, a exemplo do ex-ministro da Sa�de Alexandre Padilha (candidato em S�o Paulo); do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (reelei��o); da ex-ministra da Casa Civil senadora Gleisi Hoffmann (Paran�); do ex-ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior Fernando Pimentel (Minas Gerais) e do senador Lindbergh Farias (Rio de Janeiro). O presidente do PSD, Gilberto Kassab, foi vaiado quando a locutora oficial do evento anunciou o seu nome.
"A Copa est� dando uma goleada descomunal nos pessimistas, naqueles que diziam que ela n�o ocorreria. Antes de tudo, vamos amar nosso pa�s"
Dilma Rousseff, presidente da Rep�blica
"O seu governo (Dilma) foi um governo para todos os brasileiros. Vamos acabar com essa besteira de dizer que o presidente Lula e a presidenta Dilma trabalharam apenas para um setor"
Michel Temer, vice-presidente da Rep�blica
"A gente vai provar que � poss�vel uma presidenta e um ex-presidente terminarem seu mandato sem que haja nenhum atrito entre os dois"
Luiz In�cio Lula da Silva, ex-presidente da Rep�blica
"Direitistas convictos subitamente travestiram-se em socialistas de ocasi�o (para as elei��es), ornamentando novos palanques com sua ideologia de museu"
Rui Falc�o, presidente do PT