Bras�lia - Depois da conven��o que oficializou a candidatura de Dilma Rousseff ao segundo mandato, a c�pula do PT quer ampliar a influ�ncia na campanha da presidente. O partido j� decidiu criar um grupo de trabalho, formado por cinco dirigentes, para fazer a "ponte" entre a Executiva Nacional e o comit� de Dilma. Duas correntes internas, consideradas mais radicais, tamb�m reivindicam espa�o na coordena��o da campanha.
O PT e o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva querem, na pr�tica, imprimir um tom mais � esquerda na disputa. � por isso que pol�micas como a regula��o dos meios de comunica��o e a reforma pol�tica ter�o papel de destaque, refor�ando o discurso do "n�s contra eles" que tem sido adotado pela sigla.
Na quinta-feira, a Executiva petista vai decidir se inclui ou n�o mais dois secret�rios do PT no grupo de trabalho que atuar� como uma esp�cie de "comit� operacional". Os indicados de correntes radicais s�o Bruno Elias (Movimentos Populares), da Articula��o de Esquerda, e Maristella Mattos (Mobiliza��o), da Milit�ncia Socialista.
Os outros cinco nomes j� aprovados, de tend�ncias moderadas, s�o Geraldo Magela (secret�rio-geral do PT), Carlos Henrique �rabe (Forma��o Pol�tica), Florisvaldo Souza (Organiza��o), M�nica Valente (Rela��es Internacionais) e Alberto Cantalice (vice-presidente). O PT tamb�m quer que o ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia, Gilberto Carvalho - respons�vel pelo di�logo com movimentos sociais -, integre a coordena��o da campanha. At� o fim da Copa, por�m, ele fica no Planalto.
Estrat�gia
O governo e o PT trabalham com a polariza��o da disputa contra o candidato do PSDB, A�cio Neves. O partido vai insistir na compara��o entre as duas siglas e tentar associar o tucano �s hostilidades contra o governo Dilma.
"N�s estamos preparados para enfrentar a elei��o apresentando o projeto de um novo ciclo de desenvolvimento. Agora, o tom da campanha transparece quando um grupo grande do poder econ�mico xinga a presidente, destilando �dio e tentando obter ganho eleitoral com isso", disse o presidente do PT, Rui Falc�o, coordenador-geral da campanha de Dilma. O ministro das Rela��es Institucionais, Ricardo Berzoini, refor�a a tese da compara��o ao destacar o "processo intenso de disputa pol�tica entre dois projetos". "Um que vem transformando a realidade da maioria do povo e outro que, quando governou o Brasil, expressou aquilo que o brasileiro menos gosta: desemprego, sal�rio sem aumento e arrocho tribut�rio."
A candidatura de Eduardo Campos (PSB) tem sido tratada com certo desd�m pelo PT. "Acho que a terceira via precisa se expressar. N�o se expressou at� agora", ironizou Berzoini.
A�cio, por sua vez, rebate as compara��es e diz que os petistas est�o "desesperados" e n�o sabem qual estrat�gia adotar. "At� eles agora resolveram falar em mudan�as. � um governo que est� nos seus estertores."
Slogan
Sob o mote "Mais Mudan�as, Mais Futuro", a conven��o do PT que aclamou Dilma candidata � reelei��o, no s�bado, deu ind�cios do tom mais agressivo para a campanha. "O discurso do PT vai ser mais ideol�gico e o tom, mais � esquerda”, disse Jorge Coelho, vice-presidente do PT e tesoureiro do comit� de Alexandre Padilha, candidato ao governo de S�o Paulo.
At� a cor vermelha, marca petista escondida em outras elei��es sob alega��o de que lembrava o radicalismo, foi resgatada. "Se voc� ficar pondo tudo amarelinho na propaganda da Dilma, eu n�o vou pagar essa conven��o", avisou o tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari Neto, ao marqueteiro Jo�o Santana. Vaccari disse depois que era uma brincadeira. Pelo sim, pelo n�o, foi atendido.
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