A presidente da Petrobr�s, Maria das Gra�as Foster, foi informada de investiga��o que trata de suspeitas de pagamento de propina a funcion�rios da estatal e de companhias em outros pa�ses cerca de um ano antes de anunciar uma auditoria sobre o caso. A declara��o foi feita pelo chefe de Governan�a e Conformidade da SBM Offshore, Sietze Hepkema, � comiss�o destacada pela petrol�fera brasileira para apurar as den�ncias de que um representante da empresa pagava suborno em troca de contratos de loca��o de plataformas.
Em 21 de fevereiro deste ano, a equipe da Petrobr�s entrevistou Hepkema no Rio de Janeiro, como parte dos trabalhos de investiga��o interna. Na ocasi�o, ele foi questionado sobre o porqu� de a SBM nunca ter avisado a estatal sobre as investiga��es que abrira para apurar as den�ncias de irregularidade, embora isso seja uma determina��o de contratos da empresa com a estatal.
"N�s o fizemos em v�rias ocasi�es, geralmente com o senhor Formigli. Discutido com a senhora Foster cerca de um ano atr�s", respondeu o executivo, conforme transcri��o da conversa, em ingl�s, feita pela Petrobr�s e obtida pelo jornal O Estado de S.Paulo. Formigli � o diretor de Explora��o e Produ��o da estatal, Jos� Miranda Formigli.
No relat�rio final das investiga��es, a comiss�o afirma que Hepkema "declarou haver comentado sobre as den�ncias com o diretor Formigli e a presidente Gra�a". Por�m, na viagem feita pela equipe � Holanda, sede da SBM, entre 25 e 28 de fevereiro, n�o mais fez refer�ncia ao nome da presidente, somente mencionando ter falado sobre o tema com o diretor.
Sem registro
A comiss�o diz ter perguntado a Formigli sobre o assunto, mas n�o registra qualquer questionamento a Gra�a Foster. "A respeito, o diretor lembra-se sobre um coment�rio gen�rico sobre corrup��o na �frica e que nada incluiria o Brasil, e que este assunto, realmente, n�o foi tratado com a presidente", escreveram os respons�veis pela investiga��o.
A SBM tomou conhecimento de opera��es suspeitas no Brasil em janeiro de 2012, tendo iniciado investiga��es sobre o caso em maio do mesmo ano, ou seja, meses antes do suposto alerta a Gra�a Foster. O trabalho � feito por escrit�rios contratados na Holanda. "Desde 2012 o diretor Formigli teria sido avisado das investiga��es, sem que, � �poca, ficasse caracterizado qualquer irregularidade envolvendo a Petrobr�s", registra a comiss�o em seu relat�rio.
Como revelou o jornal O Estado de S.Paulo no m�s passado, em depoimento ao Minist�rio P�blico Federal, o diretor da SBM no Brasil, Philippe Levy, disse ter tratado das suspeitas de corrup��o com Formigli. Por�m, Levy alega n�o ter falado especificamente de irregularidades na estatal ou no Brasil. Tanto a SBM quanto a Petrobr�s informam n�o ter comprovado pagamento de propina a funcion�rios da companhia brasileira.
Ind�cios
O jornal O Estado de S.Paulo procurou a Petrobr�s, mas, at� o in�cio da noite deste domingo, a Petrobr�s n�o havia se pronunciado. A SBM Offshore alegou n�o ter avisado a Petrobr�s sobre "pagamentos indevidos especificamente � empresa brasileira". Em nota, explicou que, num encontro em 2012, o diretor Formigli foi informado de que a SBM iria lan�ar sua pr�pria investiga��o em todo o mundo, "depois de ind�cios de pr�ticas impr�prias na �frica". "A SBM garantiu que nada havia sido encontrado (sobre o Brasil) at� aquele momento", ressalta.
Na nota, a SBM n�o faz refer�ncia ao alerta a Gra�a Foster, citado no depoimento de Hepkema. "A mesma posi��o foi manifestada pelo presidente (da SBM) Bruno Chabas e Sietze Hepkema, na reuni�o de 2013 com a Petrobr�s, ou seja, de que nenhuma evid�ncia concreta de pr�ticas impr�prias havia sido encontrada no Brasil", acrescentou a empresa.