Um dos s�cios do laborat�rio Labogen Leonardo Meirelles disse nesta quarta-feira, em depoimento no Conselho de �tica da C�mara, que Alberto Youssef, preso durante a Opera��o Lava Jato, n�o tem participa��o societ�ria na empresa. Ele admitiu, por�m, que o doleiro aplicou R$ 3 milh�es, no per�odo de tr�s anos, como um dos investidores na constru��o da nova f�brica da Labogen, conclu�da em fevereiro deste ano.
Segundo ele, a empresa mantinha opera��es de exporta��es mesmo antes de conhecer Youssef. “Importava insumo farmac�utico. Importei e vendi para terceiros”, explicou. “O conhe�o [Youssef] h� quatro anos e ele sabia desse projeto e estava em busca de investidores e em determinado momento nos apresentou um grupo de investimentos.”
Ao ser perguntado pelo relator do processo que investiga a rela��o entre o deputado Andr� Vargas (sem partido-PR) e Youssef, deputado J�lio Delgado (PSB-MG), sobre o objetivo do doleiro no uso da conta da empresa, Meirelles se recusou a responder. Orientado pelo advogado, o s�cio da Labogen n�o assinou o termo de compromisso que o obrigava a responder todas as perguntas feitas no colegiado antes do depoimento come�ar.
Meirelles � r�u em oito processos na Justi�a de Curitiba a respeito dos assuntos relacionados � representa��o analisada no Conselho de �tica da C�mara. O Conselho de Gest�o da Labogen se reunia todas as segundas-feiras. Meirelles afirmou que Youssef participou de alguns encontros, mas apenas como investidor.
A Pol�cia Federal (PF) investiga se o laborat�rio � uma empresa de fachada do doleiro. Vargas � acusado de atuar em favor do Labogen na assinatura de um contrato de cinco anos com o Minist�rio da Sa�de que previa investimento de mais de R$ 130 milh�es."Nunca houve acerto financeiro com o parlamentar", assegurou Meirelles, afastando as suspeitas de que Vargas se beneficiou do neg�cio.
O dono da empresa reconheceu, por�m, que Vargas intermediou o contato da Labogen com o Minist�rio da Sa�de. “A tratativa foi com deputado para quem coloquei que era um bom projeto para o pa�s e que t�nhamos condi��es de fazer dentro do prazo e fomos encaminhados para Secretaria de Insumos Estrat�gicos do minist�rio”, explicou.
Segundo ele, o contato com o secret�rio de Ci�ncia e Tecnologia do Minist�rio da Sa�de, Carlos Gadelha, e o ent�o ministro da Sa�de, Alexandre Padilha, s� ocorreu durante a assinatura do contrato. Os ajustes, segundo Meirelles, foram tratados por Marcos Moura, contratado em dezembro de 2013 como assessor de Assuntos Institucionais da pasta, em Bras�lia.
Meirelles informou que a Labogen � uma empresa operacional atualmente, com um passivo de R$ 24 milh�es. A d�vida da empresa quando foi comprada por Meirelles, em maio de 2008, chegava a R$ 54 milh�es.