S�o Paulo, 06 - Antes mesmo do in�cio das campanhas eleitorais, ficou claro que a internet ter� um papel fundamental na corrida pela prefer�ncia do eleitor. No Rio Grande do Sul, os candidatos ao Pal�cio Piratini t�m apostado n�o s� no uso das redes sociais como tamb�m na cria��o de plataformas colaborativas para elabora��o de seus programas de governo, numa tentativa de atrair o eleitor que, nas manifesta��es de junho do ano passado, reivindicou mais representatividade na pol�tica brasileira.
O primeiro a fazer isso foi Vieira da Cunha (PDT), quando ainda era pr�-candidato. Em abril, ele lan�ou o site www.planodegovernocolaborativo.com.br, que exp�e propostas em diferentes �reas para que o internauta vote naquelas que considera adequadas. Se preferir, o eleitor pode enviar sua pr�pria proposta para o candidato.
A estrat�gia veio acompanhada de um investimento do partido para engajar a milit�ncia digital. O PDT ga�cho ofereceu um curso para os correligion�rios aprenderem a fazer campanha na web, e o pr�prio Vieira tem uma presen�a ativa em redes como Twitter, Facebook e Instagram.
Esta semana foi a vez do aspirante do PMDB ao governo estadual, o ex-prefeito de Caxias do Sul Jos� Ivo Sartori, aderir � tend�ncia com o projeto Conex�es RS. "Por meio de um chat com internautas, o candidato estar� abrindo espa�o para a participa��o dos ga�chos no plano de governo. Pessoas de todas as regi�es do Estado poder�o colaborar apontando problemas e sugerindo solu��es", informava o material divulgado � imprensa.
No caso de Sartori, chama a aten��o o fato de que ele n�o tem a tradi��o de uso da internet em sua trajet�ria pol�tica. At� pouco tempo atr�s n�o possu�a perfil em nenhuma rede social, e todo o processo de imers�o do candidato na web est� sendo feito agora, pela equipe de campanha.
O coordenador do Centro Brasileiro de Pesquisas em Democracia da PUCRS, Rafael Madeira, acredita que hoje h� uma press�o sobre os candidatos para que interajam com o eleitor no ambiente digital. "A utiliza��o da internet e das redes sociais na pol�tica � algo relativamente novo e tomou import�ncia nesta elei��o", diz.
Segundo Madeira, assim como um candidato se vale de com�cios, do r�dio e da televis�o durante o per�odo eleitoral para "convencer" o cidad�o a votar nele, o mesmo agora � feito na internet. "Ele precisa de todos os mecanismos para chegar ao eleitor, e a web � parte fundamental do processo, at� pelo custo baixo e alto poder de penetra��o. O interesse de conquistar votos pela internet � leg�timo."
A candidata Ana Am�lia Lemos (PP) ainda n�o lan�ou nenhuma plataforma colaborativa relacionada � elei��o deste ano, mas um dos coordenadores de sua campanha, Marco Aur�lio Ferreira, tem dito que esta "interatividade digital" ter� papel essencial, assim como j� ocorre em seu mandato como senadora. De acordo com Ferreira, existe um mailing com e-mails de cerca de 150 cidad�os que mant�m contato com o Gabinete da parlamentar e colaboram com sugest�es.
A mesma continuidade se espera do atual governador e candidato � reelei��o, Tarso Genro (PT), que tem uma atua��o intensa nas redes sociais e aposta na participa��o digital do cidad�o para decidir sobre temas de interesse p�blico.
No in�cio do mandato, em 2011, Tarso criou o Gabinete Digital, um site com ferramentas para que as pessoas monitorem obras e dialoguem mais abertamente com o governador - e que ganhou destaque durante as manifesta��es de junho do ano passado. Outra iniciativa permite que os ga�chos votem em prioridades pela internet para compor o or�amento do pr�ximo ano.
Tarso aposta tanto na interatividade que o pr�prio slogan da campanha deste ano far� alus�o �s redes. "Compartilhe Crescimento. Compartilhe Igualdade" � a marca elaborada por sua equipe de comunica��o.
Para a pesquisadora Ana Julia Possamai, do Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (Cegov) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), os pol�ticos j� perceberam que n�o podem mais fugir do ambiente digital. "Nesse �mpeto, em alguns casos pode acabar havendo uma banaliza��o do uso dessas ferramentas, principalmente se esta tradi��o n�o estiver no DNA do candidato e do partido", explica. "Uma ferramenta colaborativa n�o basta para tonar um partido ou um projeto colaborativo." Ela acredita que, no futuro, talvez o pr�prio eleitor aprenda a fazer essa diferencia��o.
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Candidatos apostam em plataformas colaborativas no RS
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