Rio de Janeiro - Apesar de todo o aparato da Fifa e do Pal�cio do Planalto para evitar mal-estar e constrangimento na festa de entrega de medalhas e do trof�u para os jogadores da Alemanha, a presidente Dilma Rousseff foi hostilizada cinco vezes durante e ap�s a decis�o da Copa do Mundo, na tarde deste domingo, 13, no Maracan�. Dilma tamb�m foi alvo de protestos quando entregou a ta�a de campe�o ao capit�o da sele��o alem�, Philipp Lahm.
A "blindagem" de Dilma foi organizada ap�s as ofensas que recebeu por parte da torcida no jogo de abertura, na Arena Corinthians, em S�o Paulo. A presidente desistiu de ir aos demais jogos da Copa e existia at� mesmo uma d�vida se ela entregaria o trof�u. Ontem, mesmo com uma boa parte das cadeiras do est�dio ocupada por estrangeiros, as vaias voltaram.
A cerim�nia simb�lica de passagem para a R�ssia o comando da realiza��o da Copa de 2018 foi feita de forma privada entre Dilma, o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente da Fifa, Joseph Blatter. A Fifa divulgou fotos e um comunicado, mas sem qualquer presen�a da imprensa ou do p�blico.
Dilma n�o viu a cerim�nia de encerramento da Copa no Maracan�, realizada antes da partida, e deixou sozinhos na tribuna de honra do est�dio Putin e a chanceler alem�, Angela Merkel, al�m de outros chefes de Estado. Os dois acompanharam por 18 minutos a apresenta��o de dan�arinos que mostravam aspectos da diversidade musical do Pa�s. Blatter ficou ao lado de Putin e Merkel, e dirigentes da entidade lamentavam discretamente a demora da presidente.
Dilma entrou na tribuna quando faltavam 10 minutos para o in�cio da decis�o, no jogo em que a Alemanha venceu a Argentina por 1 a 0, na prorroga��o.
A presidente brasileira ocupou uma cadeira distante da primeira fila e ficou sentada entre Blatter e Merkel. Ao lado do cartola estava ainda Putin. Toda a c�pula da CBF tamb�m foi colocada bem distante de Dilma.
Os tel�es do est�dio, como j� estava combinado, n�o mostraram a chegada nem nenhuma imagem da petista durante todo o jogo. Durante o segundo tempo da partida, houve as primeiras manifesta��es contra a presidente, com c�nticos ofensivos, como j� havia ocorrido na abertura do Mundial, no Itaquer�o. Um coro da arquibancada puxava: "Ei, Dilma, vai tomar no c..."
Depois disso, ela recebeu vaias ap�s o jogo, quando sua imagem apareceu nos tel�es, durante as premia��es aos melhores da Copa e � sele��o campe�.
Numa atitude que n�o passou de protocolar, Dilma ficou com o trof�u em m�os por apenas tr�s segundos e foi colocada atr�s dos atletas alem�es. Mas foi o bastante para a volta das ofensas.
Toda vez que Dilma era vista nos tel�es, uma m�sica alta se misturava �s vaias.
Durante o jogo, Dilma evitou ao m�ximo contato com os dirigentes da CBF Jos� Maria Marin e Marco Polo del Nero, que tamb�m ocupavam a �rea reservada. Antes, durante e ap�s a decis�o entre Alemanha e Argentina, ela preferiu nos intervalos manter contato com ex-atletas como Cafu, Bebeto, Dunga e Marta. O tom das conversas era um s� com todos eles: o que fazer com o futebol brasileiro a partir de agora?
Se de um lado a presidente brasileira evitava ser vista pelo p�blico, a chanceler alem� Angela Merkel passou boa parte do jogo se exibindo, dando entrevistas e acenando a todos os alem�es no est�dio.
Al�vio
Para o Pal�cio do Planalto, por�m, a manifesta��o da torcida ontem no Maracan� foi recebida com al�vio. A avalia��o � que as hostilidades, j� esperadas, em nada se assemelharam ao que aconteceu no jogo de abertura do Mundial.
Na cerim�nia de passagem do comando da organiza��o da Copa para Putin, Dilma exaltou a organiza��o do Mundial. "S� n�o foi perfeita porque o hexacampeonato n�o veio", disse a presidente, em discurso.