O conselheiro Robson Marinho, do Tribunal de Contas do Estado de S�o Paulo, acusado pelo Minist�rio Publico de S�o Paulo de ter recebido US$ 2,7 milh�es em propinas da Alstom, declarou nesta ter�a-feira, 15, que n�o tem conta banc�ria na Su��a e n�o recebeu dinheiro da multinacional francesa.
“Eu, Robson Marinho, n�o tenho nenhuma conta na Su��a. A conta atribu�da a mim n�o tem um tost�o, um d�lar, da Alstom”, disse o conselheiro, em sua primeira entrevista desde que se tornou alvo das apura��es do Minist�rio P�blico. Marinho retornou ao TCE e reassumiu suas fun��es de julgador de contas ap�s 40 dias de aus�ncia - desde 4 de junho ele tirou sucessivos per�odos de folga.
“N�o h� nada de excepcional no fato de eu ter voltado a trabalhar. Tirei licen�a pr�mio, facultada ao servidor (p�blico) a cada cinco anos.”
No final de maio, o Minist�rio P�blico pediu o afastamento cautelar do conselheiro, atribuindo a ele participa��o em um “esquema de ladroagem de dinheiro p�blico”. At� agora, por�m, a Justi�a n�o decidiu se afasta Marinho do TCE.
Ele foi indicado ao tribunal h� 18 anos, pelo ent�o governador Mario Covas (PSDB), de quem foi chefe da Casa Civil.
“N�o sou filiado ao PSDB h� 18 anos”, disse o conselheiro ap�s participar da sess�o da C�mara de Contas.
“Estou aguardando a decis�o da ju�za (Maria Gabriela Spaolonzi), da 13ª Vara da Fazenda P�blica. Se a ju�za recusar o pedido do Minist�rio P�blico, continuarei trabalhando normalmente. Se ela decretar meu afastamento, meu advogado vai recorrer.”
O conselheiro disse que as acusa��es do Minist�rio P�blico s�o levianas, uma s�rie de insinua��es, uma hora uma acusa��o diferente.” “N�o provam”, afirmou. Marinho.”Vou me defender e a� vamos ver a decis�o final”.
O conselheiro disse que “n�o tem validade” as provas que o MP apresentou contra ele no pedido cautelar de afastamento e tamb�m na a��o principal que pede sua condena��o por improbidade. “As provas s�o il�citas na Su��a e, por certo, il�citas no Brasil”, declarou.
Ilha em Paraty
Sobre seu patrim�nio pessoal, im�veis de alto valor, inclusive uma ilha na cidade de Paraty (RJ), Robson Marinho afirmou: “Veja como a imprensa chega a ser leviana. O Minist�rio P�blico sabe os bens que eu possuo porque todos est�o declarados no meu imposto de renda. Sou dono da ilha de Paraty h� 23 anos. Antes, portanto, de eu ingressar no governo e no Tribunal de Contas. Quando comprei a ilha de uma cai�ara o valor era equivalente a um apartamento de tr�s dormit�rios em Caraguatatuba.”
Ele ironizou os parlamentares do PT que tamb�m pedem sua sa�da do TCE. “Vou convidar o pessoal do PT para ir l� (na ilha de Paraty)”.
Questionado sobre onde conseguiu dinheiro para comprar os im�veis que possui, Robson Marinho disse: “O Minist�rio P�blico sabe que eu tenho 18 salas comerciais alugadas. O resto � safadeza e press�o. Vamos responder em ju�zo.”
Eletropaulo
Sobre o voto que deu favor�vel ao aditivo Gisel - empreendimento da antiga Eletropaulo -, o conselheiro desdenhou. “O valor desse aditivo foi de R$ 4,8 milh�es. Como posso ter recebido propina de US$ 1 milh�o, segundo a acusa��o do Minist�rio P�blico?”
Marinho recha�ou a informa��o de que teria dado parecer favor�vel � contrata��o da Alstom. “Conselheiro n�o d� parecer. Conselheiro d� voto. As coisas n�o batem. V�o atr�s das datas. Meu voto � de 2001 e eles (MP) afirmam que recebi propina desde 1998.”
O conselheiro disse que quem o acusa de “ladroagem de dinheiro p�blico n�o tem n�vel”.