O comando da campanha da presidente Dilma Rousseff � reelei��o montou uma estrat�gia especial para evitar que ela seja prejudicada por disputas entre os candidatos a governador do Rio que a apoiam. Na busca por votos, a presidente vai tratar como iguais seus quatro apoiadores que concorrem ao governo do Estado. A decis�o inclui o companheiro de PT, Lindbergh Farias, que n�o ter� privil�gios em rela��o aos demais. Para manter a equidist�ncia entre as quatro candidaturas e evitar brigas, Dilma participar� de eventos separados com cada um dos postulantes ao Pal�cio Guanabara. Vai tamb�m protagonizar encontros tem�ticos e suprapartid�rios, sem os concorrentes ao governo fluminense.
"Dilma vai tratar os quatro candidatos a governador da mesma forma", diz o vice-prefeito do Rio, Adilson Pires, coordenador da campanha da presidente no Estado. Apoiam Dilma os candidatos a governador Lindbergh Farias (PT), Luiz Fernando Pez�o (PMDB), Anthony Garotinho (PR) e Marcelo Crivella (PRB).
Em uma frente, Dilma participar� como convidada de atividades de campanha de seus apoiadores. Poder�, por exemplo, ir � Baixada Fluminense com o petista Lindbergh, ex-prefeito de Nova Igua�u, e ao Norte do Estado com o ex-governador Garotinho, que tem na regi�o seu principal reduto eleitoral. Em outra, a candidata vai a encontros com mulheres, jovens, negros e profissionais de cultura, sem os candidatos a governador. Os partidos estar�o representados pelos ativistas de cada um desses temas. Ter�o direito � palavra, mas tamb�m haver� integrantes de movimentos sociais e ONGs n�o vinculados a partidos.
O petista Adilson tem a tarefa de administrar a dif�cil rela��o entre os apoiadores de Dilma e evitar situa��es constrangedoras para a presidente. O maior conflito acontece entre Lindbergh e Pez�o, desde que o PT rompeu alian�a de sete anos com o PMDB e lan�ou candidatura pr�pria ao governo. A resposta de parte dos peemedebistas, liderados pelo presidente regional do partido, Jorge Picciani, foi o lan�amento do movimento "Aez�o", que prega o voto em Pez�o e no candidato do PSDB � Presid�ncia da Rep�blica, A�cio Neves.
O governador, embora prometa apoio a Dilma, tem em sua chapa dois aliados do tucano, os candidatos a vice, Francisco Dornelles (PP), e ao Senado, Cesar Maia (DEM). Pez�o diz que n�o participar� das atividades de campanha de A�cio e prometeu a Dilma organizar uma reuni�o com 80 prefeitos fluminenses.
Segundo Adilson, um dos focos da campanha presidencial do PT no Rio ser� o eleitorado que busca candidatos alternativos � polariza��o entre PT e PSDB. O coordenador conta com a presen�a do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva em encontros com esses eleitores. Eles formam uma parcela grande do eleitorado do Estado. Em 2010, deram 31,5% dos votos � ent�o candidata do PV, Marina Silva, que hoje disputa a vice-presid�ncia na chapa de Eduardo Campos (PSB). J� em 2006, a candidata do PSOL, Helo�sa Helena, teve 17% dos votos fluminenses, muito acima dos 6,8% do desempenho nacional.
"Temos o diagn�stico de que h� um eleitor que foi do PT e que hoje est� arredio. Pessoas da academia, artistas, integrantes de ONGs que j� se envolveram em candidaturas nossas hoje t�m pondera��es justas. Queremos conversar sobre o que est� em jogo nestas elei��es, sobre os dois projetos (do PT e do PSDB). O Lula � a pessoa ideal para fazer isso", diz Adilson.
Em reuni�o dos coordenadores estaduais da campanha de Dilma com a dire��o nacional do PT, na semana passada, constatou-se que o Rio � um dos Estados mais dif�ceis para administrar os v�rios palanques da presidente. A campanha ter� um comit� exclusivo, sem v�nculo com qualquer candidato a governador.