O presidente da Comiss�o Nacional da Verdade, Pedro Dallari, disse nesta sexta-feira, 25, que o ex-agente da ditadura Freddie Perdig�o est� associado � morte da estilista Zuzu Angel, na estrada da G�vea, no Rio de Janeiro, na madrugada de 14 de abril de 1976. Ele chegou � conclus�o ap�s analisar uma fotografia, publicada pelo jornal O Globo um dia ap�s o carro dela colidir na mureta de um viaduto na sa�da do T�nel Dois Irm�os e cair de um ribanceira. Perdig�o, que atuou na "Casa da Morte", um centro de torturas de Petr�polis, seria um dos homens � paisana que aparecem pr�ximos ao carro capotado da estilista. Ele morreu em 1997.
Quem associou Perdig�o ao homem fotografado foi o ex-agente da Pol�cia Civil do Esp�rito Santo Cl�udio Guerra. Em depoimento na �ltima quarta-feira, ele contou que ouviu hist�rias do per�odo do pr�prio Perdig�o, morto em 1997. Guerra chegou a apresentar a fotografia recortada, em que aparece apenas o rosto do suposto participante na morte da estilista. � comiss�o, Guerra disse que obteve a imagem numa pesquisa recente no acervo do Globo. Na tarde de hoje, o jornal informou que a imagem foi publicada no dia 15 de abril de 1976.
Desde 1998, o Estado reconhece que Zuzu Angel foi assassinada por agentes do regime militar. Naquele ano, a Comiss�o Especial de Mortos e Desaparecidos avaliou que um carro possivelmente ocupado por militares fechou o carro Karmann Ghia guiado pela estilista na estrada da G�vea. Ela morreu no local. Na �poca, Zuzu fazia campanhas para exigir o corpo de seu filho, o estudante de economia e militante de esquerda Stuart Angel Jones, morto em 1971, na Base A�rea do Gale�o.
Um ano e meses ap�s ser criada, a comiss�o mant�m seus trabalhos apenas com material j� divulgado pela imprensa e por grupos de fam�lias de mortos pela ditadura. Os comandantes das For�as Armadas se recusam a entregar os arquivos oficiais dos centros de intelig�ncia relativos ao per�odo da ditadura. At� agora, membros da comiss�o tentam convencer o Planalto a intervir para garantir um relat�rio final com novos dados sobre a repress�o, especialmente a localiza��o dos corpos de guerrilheiros ainda n�o entregues �s fam�lias.