(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Empres�rio denuncia corrup��o de militares na ditadura


postado em 29/07/2014 19:01 / atualizado em 29/07/2014 19:55

Rio, 29 - O empres�rio Humberto Costa Pinto prestou depoimento espont�neo � Comiss�o Nacional da Verdade (CNV) na tarde desta ter�a-feira, 29, para denunciar o enriquecimento il�cito de militares e pessoas ligadas � ditadura militar brasileira.

Ele contou que em 1982, sua empresa S.A. Costa Pinto, que atua no ramo a�ucareiro, teve o contrato com o Instituto do A��car e do �lcool (IAA) rescindido unilateralmente. A empresa, que vendia a��car para o IAA, foi substitu�da pela empresa Mapa, que era comandada por pessoas ligadas ao governo.

De acordo com Costa Pinto, a rescis�o do contrato foi poss�vel por meio de "uma suposta d�vida, que jamais existiu, combinada com o Banco de Com�rcio e Ind�stria de S�o Paulo (que n�o existe mais)". O banco "iniciou uma cobran�a indevida, em conluio com a administra��o do IAA, com fim espec�fico e claro de cancelar o contrato de quatro anos (conosco), j� que no momento que o Instituto assinou o contrato com a Mapa, n�o havia condi��es f�sicas de atender aos dois contratos".

O advogado Jos� Neves Filho, que acompanhou o depoimento do empres�rio, ressaltou que o contrato com a Costa Pinto "era muito ben�fico para a Uni�o e para o pr�prio IAA, mas o novo contrato, ao contr�rio, era mal�fico para ambos", possu�a "cl�usulas altamente duvidosas", al�m de causar "preju�zos para a Uni�o".

Na �poca, o IAA era controlado pelo coronel Conf�cio Pamplona, que substituiu um especialista civil e, em seguida, mudou o contrato. A mudan�a foi alvo de uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) e de um parecer da Procuradoria da Rep�blica. "(A Costa Pinto) era uma empresa importante e com bastante credibilidade na �poca, que foi destru�da em muito pouco tempo para beneficiar a empresa ligada a eles (militares)", desabafou o empres�rio.

Para Jos� Carlos Dias, um dos membros da CNV, o depoimento de Costa Pinto � relevante porque elimina "o mito de que os militares n�o tinham envolvimento econ�mico e interesse de enriquecer". Ele ressaltou que o empres�rio apresentou documentos e fatos que comprovam as irregularidades cometidas pela Mapa na venda de a��car para o IAA.

"Na venda se produz um modelo que sempre deixava dinheiro nas m�os de uma empresa controlada por gente que era ligada � comunidade de informa��es (dos militares)". "Eu devia (esse esclarecimento) � minha fam�lia, ao meu pai. Trinta anos depois tenho a oportunidade real e concreta de colocar as coisas como realmente aconteceram", disse Costa Pinto, emocionado.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)