S�o Paulo, 03 - Quase um m�s depois do in�cio oficial da campanha, a disputa pelo Pal�cio do Planalto come�ar�, a partir de segunda-feira, a ser acompanhada sistematicamente pelas emissoras de TV. Essa etapa � tratada pelos marqueteiros como a fase inicial do chamado palanque eletr�nico, que come�a com a cobertura dos telejornais e culmina com o programa eleitoral gratuito, que tem in�cio em 19 de agosto.
Para os quatro candidatos mais bem colocados nas pesquisas de opini�o, trata-se de um divisor de �guas. A entrada em cena das TVs � vista como o gatilho que desperta o interesse do p�blico pela campanha. O in�cio da cobertura di�ria pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, � o momento mais aguardado. A atra��o conta com uma audi�ncia m�dia de 25 pontos no Ibope - quase dois milh�es de pessoas. As demais emissoras tamb�m come�am a partir de amanh� a intensificar a cobertura dos candidatos e a sabatin�-los nas bancadas de seus telejornais.
Para otimizar esse espa�o, os estrategistas dos candidatos v�o finalmente come�ar a priorizar agendas p�blicas e de rua, mas com estrat�gias diferentes. "O senador A�cio Neves (candidato do PSDB � Presid�ncia) aparecer� em eventos de rua e ter� muito contato com o povo. Isso ser� um contraponto a Dilma, que sair� pouco do Pal�cio do Planalto", diz o senador Jos� Agripino (DEM-RN), coordenador da campanha de A�cio.
Segundo aliados de A�cio, a t�tica das pr�ximas semanas foi revista em fun��o do hor�rio nobre. A ideia inicial era come�ar na primeira semana de agosto um giro pelo Nordeste, no qual seria anunciado um pacote de medidas para a regi�o. O plano mudou, por�m, depois da conclus�o de que seria melhor desembarcar no Nordeste, regi�o onde Dilma tem seu melhor desempenho nas pesquisas, depois que o tucano j� tivesse ampliado seu n�vel de conhecimento. Na semana que vem, A�cio concentrar� sua agenda no Sudeste. Entre outras atividades, visitar� portas de f�brica ao lado de dirigentes da For�a Sindical e participar� de eventos de rua.
Transfer�ncia
Em terceiro lugar nas pesquisas e com menos de dois minutos no hor�rio eleitoral na TV, o candidato do PSB, Eduardo Campos, conta com essa exposi��o di�ria para promover a aguardada transfer�ncia de pelo menos parte dos cerca de 20 milh�es de votos que sua vice, Marina Silva, teve em 2010. No m�s passado, a dupla fez uma s�rie de agendas separadas, mas agora h� o entendimento de que � preciso mostrar aos eleitores que eles est�o juntos.
"Essa � uma etapa muito importante, porque traz a possibilidade de as pessoas conhecerem o Eduardo Campos e a terem a informa��o de que a Marina comp�e a chapa", diz Bazileu Margarido, um dos coordenadores-gerais da campanha. A estrat�gia da dupla ser� usar o espa�o em rede nacional de TV para divulgar propostas do programa de governo. O evento de amanh�, para estrear bem na telinha, ser� uma reuni�o com jovens onde Campos vai detalhar promessas j� anunciadas, como o passe livre estudantil e a expans�o da educa��o integral.
Agenda casada
A coordena��o da campanha de Dilma � reelei��o pretende aproveitar a cobertura para divulgar realiza��es do governo que, na vis�o dos petistas, nunca foram devidamente difundidas pela grande imprensa. A ideia � preparar uma s�rie de compromissos que tenham algum v�nculo com a��es emblem�ticas do governo, como o Mais M�dicos e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino T�cnico (Pronatec).
A estrat�gia, no entanto, esbarra na falta de disponibilidade da presidente para viajar nos dias �teis, quando ela tem de dar expediente no Pal�cio do Planalto. "Quem est� no governo tem menos tempo", disse o vice-presidente nacional do PT, Alberto Cantalice. Segundo ele, Dilma deve aproveitar os fins de semanas para viajar pelos Estados em agendas sintonizadas com suas realiza��es, mas tamb�m haver� a realiza��o de eventos di�rios, com o objetivo exclusivo de aproveitar o espa�o nobre nos telejornais.
A novidade em rela��o � campanha de 2010 � que, desta vez, as emissoras v�o cobrir quatro postulantes (eram tr�s na elei��o anterior). Com cerca de 3% nas �ltimas pesquisas, Pastor Everaldo (PSC) foi convidado para ser sabatinado na bancada do Jornal Nacional e ser� seguido pelo menos uma vez por semana pelo telejornal. "Se ele conseguir se apresentar com uma pauta forte para o eleitor evang�lico, ter� grande chance de chegar ao patamar dos 10% ou mais, o que garantiria o 2.º turno", diz o especialista Carlos Manhanelli, autor de 16 livros sobre marketing pol�tico.
Pela regra estabelecida pela Globo, candidatos com pontua��o superior a 6% nas pesquisas da semana anterior ter�o uma mat�ria di�ria de um minuto, de segunda-feira a s�bado. J� os candidatos com pontua��o superior a 3% e inferior a 6% ter�o cobertura semanal, �s sextas-feiras.