Bras�lia – A elei��o presidencial s� ocorrer� em outubro e n�o se sabe qual dos candidatos ser� eleito para se tornar inquilino do Pal�cio do Planalto a partir de janeiro de 2015. Mas fantasmas econ�micos que precisar�o ser exorcizados pelo pr�ximo presidente assombram a atual corrida eleitoral, especialmente a presidente Dilma Rousseff, candidata � reelei��o. O principal deles � a necessidade de um reajuste consistente dos pre�os de energia e combust�vel para compensar os preju�zos das concession�rias, distribuidores e da Petrobras.
L�der do PSDB na C�mara, o deputado Antonio Imbassahy (BA) afirmou que a possibilidade de um tarifa�o para recompor as finan�as da Petrobras e das empresas de energia el�trica � fruto da incapacidade administrativa do atual governo. “A presidente Dilma conseguiu, ao longo desstes quase quatro anos de governo, dessarrumar setores que funcionavam com equil�brio e autonomia, como o setor el�trico, por exemplo”, declarou Imbassahy.
O tucano acrescentou que o principal cuidado a ser tomado pelo futuro presidente, sobretudo pelos candidatos de oposi��o que pleiteiam substituir Dilma Rousseff no Pal�cio do Planalto, � evitar a necessidade de um tarifa�o. “O consumidor final n�o pode ser responsabilizado por uma incompet�ncia administrativa da atual presidente da Rep�blica”, defendeu Imbassahy. Para, em seguida, provocar: “Repassar custos ao consumidor � uma alternativa pobre e simpl�ria para um governo que se intitula arauto da modernidade na gest�o p�blica”, acrescentou.
Durante debate dos presidenci�veis na Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), h� quase duas semanas, Dilma negou a possibilidade de um tarifa�o. “Esse boato � primo-irm�o daqueles que lan�aram afirmando que a infla��o estouraria o centro da meta e que haveria racionamento de energia no pa�s”, criticou.
Aliado com expertise em campanhas eleitorais, sobretudo em S�o Paulo, o deputado Carlos Zarattini (PT) lembrou que o pr�prio ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou, em recente entrevista, que, anualmente, existem reajustes nas tarifas de energia e nos combust�veis. “Isso � diferente de afirmar que haver� um tarifa�o. Esse terrorismo s� interessa aos banqueiros, porque tarifa�o implica aumento da infla��o, que acarreta eleva��o na taxa de juros e, consequentemente, mais lucro para os bancos”, enumerou Zarattini.
Promessas Al�m do debate sobre o tarifa�o, a campanha eleitoral ao Planalto j� englobou outros temas, como a necessidade de aumento dos investimentos em infraestrutura. O volume de recursos investidos atualmente representa cerca de 2,5% do PIB brasileiro – que fechou 2013 em R$ 4,8 trilh�es – para algo pr�ximo dos 5% do PIB. Tamb�m j� foram prometidas a manuten��o e a amplia��o dos programas sociais, controle da infla��o (sem contudo, afirmar se haver� um esfor�o para que ela convirja para o centro da meta ou permane�a flertando com o topo da meta) e a retomada do crescimento da economia. Todas promessas sem apontar caminhos para a implementa��o.
Para o deputado M�rcio Fran�a (PSB-SP), presidente do diret�rio paulista da legenda, n�o h� necessidade de se apontarem fontes de recursos, j� que a atual crise econ�mica do pa�s � decorrente de falta de confian�a e n�o de problemas estruturais. “Se mudar o governo, a infla��o retorna para o centro da meta, os juros decaem naturalmente e a produ��o industrial retoma a tend�ncia de alta. Se isso acontecer, a arrecada��o volta a subir e os investimentos, tanto p�blico quanto privados, retomam os n�veis normais”, apostou Fran�a, em um exerc�cio de futurologia.
O debate
Confira os principais pontos explorados na corrida eleitoral ao Planalto
» Reajuste das tarifas de energia el�trica:
A pol�tica de redu��o da conta de luz para consumidores residenciais e industriais provocou desequil�brio nas contas das concession�rias e distribuidoras.
» Reajuste no pre�o da gasolina:
O governo segurou o reajuste dos combust�veis para evitar um surto inflacion�rio. A medida descapitalizou a Petrobras.
» Metas de infla��o:
Apesar do discurso de respeito �s metas de infla��o, n�o h� sinais claros se os �ndices v�o convergir para o centro da meta ou seguir�o pr�ximos ao teto.
» Investimentos em infraestrutura:
Os candidatos, sobretudo de oposi��o, prometem elevar dos atuais 2,5% para 4% do PIB os investimentos em infraestrutura. N�o explicaram ainda como.
» Programas sociais:
Todos prometem manter e at� ampliar os programas sociais. N�o citam a origem dos recursos.