A c�pula do PSB de Minas Gerais lamentou ontem a morte do candidato do partido � Presid�ncia da Rep�blica, Eduardo Campos. O presidente da legenda no estado, o deputado federal J�lio Delgado, afirmou que o colega de partido � “insubstitu�vel”. O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), que decretou luto oficial de tr�s dias, chamou Campos de “um intransigente defensor da democracia”. Para o candidato do PSB ao governo de Minas, Tarc�sio Delgado, a perda do colega de partido � “irrepar�vel”.
Nas articula��es para as elei��es de outubro, o PSB de Minas chegou a trabalhar com a possibilidade de n�o ter candidato ao governo do estado, o que prejudicaria a campanha de Eduardo Campos no segundo maior col�gio eleitoral do estado. O partido, no entanto, recuou e passou a admitir a candidatura de J�lio Delgado, mas desistiu e acabou lan�ando o pai do parlamentar, Tarc�sio Delgado, na disputa. A �ltima vez em que o candidato esteve em Minas foi em 26 de julho, em Juiz de Fora, para lan�amento oficial da campanha de Delgado ao Pal�cio da Liberdade. Ao lado de Marina, disse que era necess�rio romper com a polariza��o entre PT e PSDB no pa�s.
Segundo J�lio Delgado, Campos era o personagem de equil�brio do partido. “Eduardo � insubstitu�vel. T�nhamos no PSB correntes ligadas a uma ou outra ala do partido. E a unidade quem buscava era Eduardo. � a nossa b�ssola”, afirmou. Lacerda, que n�o queria a candidatura pr�pria do partido ao governo de Minas, e defendia apoio ao tucano Pimenta da Veiga, fez um pequeno balan�o da trajet�ria pol�tica de Campos. “Eduardo sempre se revelou um intransigente defensor da democracia e um gestor eficiente, moderno e din�mico, em especial � frente, por dois mandatos, do governo de Pernambuco”, disse.
ESPECULA��O Delgado e Lacerda evitaram comentar sobre quem substituir� Campos na disputa presidencial. “N�o existe ainda nenhuma conversa de partido. A gente ouve na imprensa muita especula��o. N�o h� da nossa parte nenhuma avalia��o. Vamos iniciar as conversas. Temos que fazer uma an�lise mais profunda”, analisou o presidente estadual do PSB. Conforme Lacerda, a legenda vai iniciar as discuss�es sobre o novo candidato da legenda. “� um assunto que ser� tratado naturalmente depois do necess�rio e profundo luto.” O prefeito disse n�o saber se Marina Silva, a vice de Eduardo Campos, assumir� a cabe�a de chapa do partido na disputa. “� uma decis�o partid�ria. Vamos aguardar os pr�ximos dias”.
O candidato do PSB ao governo de Minas tamb�m disse ser necess�rio tempo para que os correligion�rios de Campos possam come�ar a se recuperar do trauma da morte do ex-governador de Pernambuco. “� uma perda irrepar�vel. Realmente n�o � uma express�o de gra�a. N�o tem como reparar. Era uma lideran�a muito jovem, qualificada. Nos deixou (a morte de Campos) perplexos, tristes. At� com dificuldade de racioc�nio neste primeiro momento”, afirmou o candidato.
Repercuss�o no mundo
A morte do candidato do PSB � Presid�ncia, Eduardo Campos, foi destaque na imprensa internacional. “As mortes desencadearam uma onda de lamenta��o no pa�s, que deve ser seguida de especula��o sobre o efeito nas elei��es presidenciais de 5 de outubro”, afirmou o correspondente do brit�nico The Guardian no Rio de Janeiro. Tamb�m na Inglaterra, a vers�o eletr�nica The Independent citou Campos como candidato de esquerda “business-friendly”, simpatizante dos neg�cios, e aponta que a vice Marina Silva pode se tornar a op��o do partido. Leia aqui. O Financial Times publicou que o acidente levou � morte uma das estrelas pol�ticas brasileiras em ascens�o, “mudando as perspectivas para uma das elei��es mais disputadas em mais de uma d�cada”. O site da BBC de Londres estampou uma foto de Campos em reportagem sobre a morte do candidato e afirmou que estavam todos chocados. A rede lembrou que a fam�lia de Campos, neto do tamb�m ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes (1916-2005), lutou ativamente contra a ditadura militar (1964-85).
» Nos Estados Unidos, a rede de TV CNN noticiou o acidente em texto e v�deo, apontando que a manuten��o e as inspe��es do jato em que Campos viajava estavam em dia. O The New York Times destacou que a presidente Dilma Rousseff cancelou todos os compromissos de sua campanha � reelei��o.
» Na Fran�a, o Le Monde publicou texto sobre a morte do candidato informando que Marina Silva n�o estava no jato que caiu e que ela ficou em terceiro lugar nas elei��es presidenciais de 2010. O Lib�ration escreveu que “a campanha da elei��o presidencial no Brasil foi brutalmente enlutada com a morte de Campos”. Em Portugal, o P�blico relembrou as �ltimas entrevistas que o candidato deu � publica��o. Em fevereiro, Campos disse que o governo Dilma se tornou o epicentro de um bloco “conservador” e que via Portugal como uma porta para a integra��o com a Uni�o Europeia.
» O argentino La Naci�n publicou um perfil de Campos, que destaca o fato de ele ter sido aliado de Lula e hoje ser rival de Dilma. "Meses depois de arriscar tudo pelo sonho que o levou desde muito jovem pelo caminho da pol�tica, encontrou a morte", diz o texto.