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Estado de Minas

Recife tem madrugada de despedidas e como��o com cortejo a Campos e assessores

Cortejo f�nebre de Eduardo Campos, Carlos Percol e Alexandre Severo arrasta multid�o �s ruas do Recife, concentra mais de 15km de ve�culos numa noite hist�rica


postado em 17/08/2014 07:27 / atualizado em 17/08/2014 07:56

(foto: REUTERS/Ricardo Moraes )
(foto: REUTERS/Ricardo Moraes )

Dizer adeus a quem se admira, por si s�, emociona o mais bruto dos humanos. Assistir a esposas, filhos ou amigos de longas datas carregando caix�es, certamente, n�o faz com que l�grimas e aplausos sejam distribuidos em v�o. E elas, as l�grimas, foram comuns e fartas. Era a tristeza transbordando pelos olhos ao assistir tr�s dos cinco filhos de um homem erguerem um bra�o em sinal de for�a, bradando agradecimentos a rostos que se perdem na multid�o, mas, ainda assim oferecem for�a.

E eles, os aplausos, substitu�ram o sil�ncio para o qual as palavras insistiram em ceder espa�o. Inclusive entre os profissionais de imprensa que cobriam, no exerc�cio da profiss�o, a despedida de dois colegas de trabalho. Na viatura do Corpo de Bombeiros, do lado direito do ex-governador, o jornalista e assessor Carlos Percol, envolvido numa bandeira do Sport. Do lado esquerdo, o fot�grafo Alexandre Severo, coberto pelo escudo do Santa Cruz. Os restos mortais do cinegrafista e fot�grafo Marcelo Lyra seguiram direto da Base A�rea para vel�rio no Cemit�rio Morada da Paz, em Paulista.

O cortejo f�nebre que envolveu a despedida de Eduardo Campos e dois de seus assessores, na madrugada deste domingo (17), se fez t�o fora do comum como o pr�prio jovem e ambicioso pol�tico. Madrugada, com pancadas de chuva, longas esperas, caix�es fechados. Nada que servisse de incentivo para as milhares de pessoas que, ainda assim, tomaram as ruas do Recife e seguiram um trajeto de 22 km, por 11 bairros, centenas de ve�culos. O ritual virou carreata e quase ningu�m sabia. Muitos foram de �ltima hora. N�o faltaram banquinhos, colocados nas esquinas das casas para esperar passar o comboio. Nem celulares �s m�os ou palavras de “meu presidente”.

Ao chegar no Pal�cio do Campo das Princesas, ap�s duas horas em cima de caminh�es do Corpo de Bombeiros, os restos mortais de tr�s das sete v�timas do acidente a�reo com o Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, registrado na �ltima quarta-feira (13), em Santos, chegaram ao pen�ltimo destino. Expostos ao p�blico, receberam, por volta das tr�s da manh�, os primeiros cumprimentos de uma plateia que estava ali apenas para oferecer bons pensamentos ou o fruto de suas curiosidades, num vel�rio que s� ter� fim na tarde deste domingo.

“N�o � esposo, nem parente, mas � como se fosse perto de mim. Fa�o a homenagem em respeito a quem admiro”, diz a corretora de im�veis Silvania Kibi, 41. “� um gesto de solidariedade � fam�lia de quem eu voto, vivo ou morto”, resume a engenheira Bernadete Almeida, 55, acompanhada do marido e professor de ingl�s, Patrick Laverne, 60.

Filhos emocionaram pernambucanos durante cortejo com gesto simples(foto: Roberto Ramos/D.P/DA Press)
Filhos emocionaram pernambucanos durante cortejo com gesto simples (foto: Roberto Ramos/D.P/DA Press)

Se a chegada ao Pal�cio virou carreata, o vel�rio tomou forma de evento. E houve espa�o para tudo. Maestro Forr� interpretando um triste hino de Pernambuco em trompete, caboclinhos reverenciando os presentes e blocos de carnaval ao raiar do dia. A pol�tica se fez presente, mesmo no luto. Houve quem gritasse por Marina, quem profetizasse elei��o de uma Renata vice-presidente, quem se fizesse presente nas palavras, enquanto outros se faziam notar por gestos. “N�o desista, n�o, Paulo!”, gritou uma mulher, no in�cio da manh� ao candidato a governador que passava quase despercebido. “Vou honrar o nome dele, voc� vai ver”, respondeu, Paulo C�mara, bra�os em riste, assinalando vit�ria, antes de sair aplaudido.

A verdade � que o governo espera at� 150 mil pessoas nas celebra��es de despedida do ex-governador e de seus assessores. O motivo pelo qual o n�mero pode se confirmar nas pr�ximas horas � o mesmo que estava nas ruas durante toda a madrugada: era preciso ver para crer. Como se, at� o momento, aquela verdade dura e t�o improv�vel n�o pudesse se fazer sentir. Foi naquele momento em que se fez evidente a perda, j� silenciada, apenas transparente nos semblantes de quem esperou tantos dias para dizer “adeus” de perto, a quem j� n�o pode nem ouvir. Somente ent�o, comunicadores se deram conta que perderam colegas e tantos pernambucanos, uma lideran�a. � que muitos exibiam os dizeres “N�o vamos desistir do Brasil” e tantos, em nossa plena finitude, compreendiam: “Que n�o desistamos de viver”…

(foto: Roberto Ramos/D.P/DA Press)
(foto: Roberto Ramos/D.P/DA Press)
 

 


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