Renata Mariz
Bras�lia – S�o 12 milh�es de pessoas que, juntas, em uma corrida � Presid�ncia da Rep�blica cada vez mais acirrada, podem decidir a elei��o. Elas formam o bloco dos indecisos, segundo as pesquisas eleitorais mais recentes, lan�adas antes da estreia dos programas dos candidatos em r�dio e tev�. � gente que n�o quer anular ou votar em branco, mas que n�o se sente representada ainda por nenhum dos aspirantes ao Planalto. Um contigente de 9% de eleitores para quem os esfor�os de campanha estar�o voltados at� 5 de outubro, dia de ir �s urnas.
A indecis�o no pleito atual est� no mesmo patamar que na elei��o presidencial passada, em 2010, e maior que na disputa de 2006, quando havia 7% de indecisos na primeira quinzena de agosto. Desencanto com a pol�tica, discursos muito semelhantes por parte dos candidatos e palanques locais que serviam de orienta��o para o voto de presidente hoje rachados s�o alguns dos fatores que explicam o n�vel de indecisos beirando os 10%.
“Uma fatia desse eleitor � o do chamado voto contra. Quando n�o consegue escolher, ele utiliza o fator contr�rio, ou seja, a rejei��o. Para o candidato C n�o ganhar, ele vota no A”, explica Daniel Machado, especialista em marketing pol�tico pela Universidade de S�o Paulo (USP) e consultor na �rea.
Ele aponta que a confus�o dos grupos pol�ticos locais, em consequ�ncia de alian�as incoerentes, fez palanques tradicionais racharem, aumentando ainda mais o n�vel de indecis�o do eleitor, antes guiados pelas coliga��es. “Devido a essa bagun�a, voc� v� nas ruas pessoas escondendo s�mbolos hist�ricos de determinadas campanhas, trocando cores reconhecidas pela popula��o”, afirma. O cen�rio se torna prop�cio, portanto, para uma reviravolta significativa devido a temas t�o espec�ficos quanto pol�micos, a exemplo de aborto ou redu��o de maioridade penal.
Persuas�o reduzida Embora os partidos gastem milh�es de reais na produ��o da propaganda eleitoral gratuita e na prepara��o para debates na televis�o, esses canais t�m poder limitado de convencimento dos indecisos. “Debates est�o cada vez mais engessados. S�o muito longos e a audi�ncia come�a alta e vai caindo. Quem assiste � geralmente o eleitor que j� tem candidato”, aponta Mendes. O hor�rio eleitoral gratuito, por sua vez, ressalta o especialista, tem impacto na reta final da campanha. “Porque vem a press�o de ter que tomar a decis�o.”
Ferramenta das mais recentes nas campanhas, as redes sociais dividem a opini�o dos especialistas quanto � capacidade de angariar votos. “Os candidatos t�m uma estrutura grande de internet porque sabem do poder de alcance”, afirma Mendes. Para Machado, embora seja indiscut�vel a import�ncia da web, o espa�o n�o � aproveitado como deveria. “Nos Estados Unidos, s�o feitos debates, apresenta��o de ideias, pela internet. Aqui tem sido mais um instrumento de ataque e defesa”, destaca o especialista. As elei��es passadas tiveram 18,12% de absten��o. Dos votos v�lidos, 3,1% foram brancos e 5,51%, nulos.