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Estado de Minas

Faltam recursos e gest�o profissional na sa�de


postado em 24/08/2014 06:00 / atualizado em 24/08/2014 08:04

O governo da Inglaterra gasta em sa�de com cada cidad�o tr�s vezes mais do que o Brasil. Na avalia��o do pesquisador da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) Jos� Carvalho de Noronha, essa dist�ncia ajuda a explicar por que o pa�s ainda n�o conseguiu alcan�ar a efici�ncia do modelo que inspirou a cria��o do Sistema �nico de Sa�de (SUS). “O investimento per capita � um diferencial muito importante”, afirma.


Outro ponto forte dos sistemas europeus em rela��o ao brasileiro � o fato de o setor ser financiado principalmente com recursos p�blicos. No ano passado, o Brasil gastou 10,2% do Produto Interno Bruto (PIB) com sa�de, mas a maior parte dos recursos acabou direcionada a um quarto da popula��o que tem plano de sa�de. “O gasto p�blico � somente de 43%”, ressalta.


Uma caracter�stica importante do modelo ingl�s � o destaque do papel do cl�nico-geral. “Os cidad�os t�m seu m�dico de refer�ncia e � ele quem encaminha para os especialistas. Isso evita duplica��o de servi�os”, diz. Nos pa�ses estrangeiros, como Fran�a, Su�cia e Estados Unidos, a gest�o hospitalar � feita por profissionais especializados. “Quem dirige hospitais s�o pessoas com curso na �rea. H� uma meritocracia”, diz Noronha.


A forma de gest�o do sistema varia conforme o pa�s. Assim como na Inglaterra, na Su�cia e demais pa�ses n�rdicos, m�dicos recebem sal�rios fixos. J� na Alemanha e Fran�a, eles trabalham em seus consult�rios e recebem do governo por consulta.
Para tentar aumentar investimentos no setor, tramita na C�mara dos Deputados o Projeto de Lei Complementar 123/12, que obriga a Uni�o a aplicar em a��es e servi�os p�blicos de sa�de valor m�nimo equivalente a 10% das receitas correntes brutas. De acordo com o projeto, a obrigatoriedade aumentaria em R$ 45 bilh�es os recursos dispon�veis para o setor, hoje na casa dos R$ 90 bilh�es. (FA)

 


(foto: Euler Júnior/EM/D.A Press )
(foto: Euler J�nior/EM/D.A Press )
Tratamento a 221 quil�metros

 

Ant�nia C�lia Cust�dia, de 64 anos, dona de casa

 

A ca�ula de dona Ant�nia, Ester, de 14 anos, nasceu sem o canal urin�rio. Por causa do problema, m�e e filha t�m que sair de Lagoa da Prata, na Regi�o Centro-Oeste de Minas, a 211 quil�metros da capital, para o tratamento da menina em Belo Horizonte, a cada duas semanas. Quando as consultas duram mais dias, elas ficam na casa de parentes em Vespasiano, na regi�o metropolitana. Desde dezembro, dona Ant�nia peleja por uma cirurgia, que somente na semana passada foi marcada para setembro. “Ela j� fez uma cirurgia, mas o canal urin�rio est� fechando de novo”, conta. Nesta �ltima vez, a filha voltou para a cidade mais cedo e a m�e ficou para resolver burocracias. Com tantas dificuldades, a m�e n�o exige muito: “Se no posto de sa�de tivesse m�dico especialista, n�o precisaria de vir tanto aqui”, diz.

Proposta: contratar m�dicos especialistas para postos de sa�de no interior de Minas

 

 

(foto: Euler Júnior/EM/D.A Press )
(foto: Euler J�nior/EM/D.A Press )
Uma vida sob Constante press�o

 

 

Alexandre Maia Lage, 50 anos, m�dico

 

Aos 50 anos, o cl�nico-geral e intensivista Alexandre Maia Lage j� soma metade da vida dentro de hospitais p�blicos e privados. E nem com a experi�ncia diminuiu o ritmo. “A popula��o cresceu e a estrutura de sa�de n�o conseguiu acompanhar. N�o d� para atender todo mundo”, diz. Com rotina atribulada, ele faz o raio-x da profiss�o: “Os m�dicos vivem com v�rios empregos, uma sobrecarga grande e trabalhando em mais de um local. Faltam atrativos na carreira e os mais novos est�o fugindo da rede p�blica.”

Proposta: criar um plano de carreira para os m�dicos, para que se sintam atra�dos pelo sistema p�blico de sa�de

 

 

(foto: Euler Júnior/EM/D.A Press )
(foto: Euler J�nior/EM/D.A Press )
Esperan�a de cura nas m�os da Justi�a

 

 

Efig�nia Pereira, 43 anos, trabalhadora rural

 

 

H� seis anos na luta contra um c�ncer de mama, Efig�nia carrega uma caixa de isopor com a esperan�a da cura. O rem�dio custa cerca de R$ 20 mil por m�s e foi conquistado por liminar na Justi�a. “Pelo que fiquei sabendo, a Dilma tomou este mesmo medicamento. Se foi bom para ela, n�o tinha que ter para todo mundo?”, questiona. Mesmo com a ordem judicial, s� depois de um m�s Efig�nia conseguiu a libera��o do rem�dio pela Secretaria de Estado de Sa�de. Moradora da zona rural de Uruc�nia, na Zona da Mata, Efig�nia sabe bem que a realidade das elei��es � bem distante do que vive no dia a dia. “Os pol�ticos v�o �s nossas casas e prometem mundos e fundos”, afirma.

Proposta: oferecer � popula��o medicamentos mais avan�ados no tratamento das doen�as

 

 

 


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