A sess�o extraordin�ria da C�mara Municipal de Belo Horizonte, nessa segunda-feira � tarde, quase terminou em pancadaria entre os vereadores. Com as galerias da Casa cheias de servidores e integrantes de associa��es de bairros – alguns acusados por vereadores da oposi��o � prefeitura de serem pagos para pressionar o Legislativo –, o clima foi de tens�o e com muitos bate-bocas, que se estenderam at� a noite. No final da tarde, a Pol�cia Militar foi chamada para registrar uma troca de amea�as entre o vereador Iran Barbosa (PMDB) e o morador do Barreiro Gilberto Nascimento, que afirmou ter sido chamado de bandido pelo parlamentar. J� o peemedebista disse ter sido amea�ado e que Gilberto seria um funcion�rio n�o concursado da PBH.
Desde o in�cio da tarde, o clima era de confronto entre os vereadores da oposi��o, que impediam a tramita��o de projetos de interesse da prefeitura, e as pessoas que acompanhavam a reuni�o das galerias. Foram espalhadas faixas e cartazes nas grades do plen�rio pedindo aos parlamentares que aprovassem o projeto de refinanciamento das d�vidas com a PBH. Quando a oposi��o tentava obstruir a vota��o por meio de manobras regimentais, a plateia disparava vaias e xingamentos, pedindo que a C�mara votasse o que estava na pauta.
“N�o adianta trazer pessoas pagas pelo prefeito (Marcio Lacerda) para nos intimidar e obrigar vereadores a aprovaremprojetos sem discuti-los. N�o vai funcionar”, discursou Iran Barbosa, em meio �s vaias do p�blico. Segundo o grupo de oposi��o, a prefeitura tem impedido a aprova��o de requerimentos para discutir as desapropria��es das ocupa��es urbanas na capital e a cria��o de uma CPI para investigar a queda do Viaduto Batalha dos Guararapes, na Avenida Pedro I. Os vereadores tamb�m criticam os projetos apresentados pela PBH para o refinanciamento das d�vidas e para a cria��o da comiss�o que vai gerir o Hospital do Barreiro.
Integrantes da base governista defenderam a import�ncia dos projetos para a cidade, mas, apesar de ser maioria no Legislativo Municipal, eles n�o conseguiam encontrar uma forma de driblar a obstru��o oposicionista. “N�o faz sentido abrir uma CPI enquanto ainda est� sendo feito um trabalho de per�cia para apurar a queda do viaduto. A oposi��o est� fazendo um embate eleitoral sem sentido. Vamos ficar at� de madrugada para votar esses projetos. A oposi��o de uma forma incoerente impede esse trabalho”, rebateu o vereador Preto, l�der do prefeito na Casa.
Ofensas
Preto e Iran trocaram v�rias ofensas no plen�rio e por pouco n�o entraram em confronto direto. Os outros parlamentares separaram os dois vereadores, que continuaram se desentendendo durante a sess�o. “Cara feia para mim � fome. Tem vereador que acha que intimida os colegas. Mas, se o problema for comigo, a gente resolve de outro jeito l� fora”, afirmou Preto.
A C�mara n�o vota nenhum projeto desde junho por causa de um impasse entre vereadores da base aliada � prefeitura e parlamentares da oposi��o. As disputas ocorrem por diverg�ncias sobre os projetos que prop�em a cria��o da comiss�o para gerir o Hospital do Barreiro e outra para conceder desconto de at� 90% e parcelamento em at� 120 meses das multas e juros para contribuintes em d�vida com o fisco, entre eles devedores do IPTU. At� o fechamento desta edi��o, os vereadores ainda n�o tinham votado as propostas da pauta.