Bras�lia – A ascens�o de Marina Silva (PSB) nas pesquisas de inten��o de voto – nesta ter�a-feira ser� divulgada um novo levantamento da corrida ao Pal�cio do Planalto – intensificou o bombardeio de tucanos e petistas � presidenci�vel socialista na v�spera do primeiro debate na televis�o. Os primeiros questionamentos ocorreram no fim de semana, quando A�cio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) abordaram a inexperi�ncia administrativa da ex-senadora, se comparada a uma presidente candidata � reelei��o e a um governador eleito duas vezes seguidas. Mas os ataques prosseguir�o questionando outros pontos, como a falta de um partido forte e o estilo “desagregador” de Marina.
A nova estrat�gia de ataque conjunto � ex-ministra ministra do Meio Ambiente � motivada por raz�es diferentes. Os tucanos querem conter o crescimento de Marina e evitar que ela, e n�o A�cio Neves (PSDB), chegue ao segundo turno. J� os petistas est�o tensos porque os primeiros n�meros divulgados mostram que Marina venceria Dilma Rousseff em um eventual segundo turno, encerrando a hegemonia do PT no Pal�cio do Planalto que j� dura 12 anos.
Os advers�rios de Marina tamb�m cobram explica��es sobre o avi�o alugado pela campanha socialista e que matou Eduardo Campos. Desde sexta-feira, A�cio come�ou a dizer que “homens p�blicos t�m de estar preparados para dar explica��es cobradas pela sociedade”. Mas a candidata socialista � questionada por outras coisas, mais relacionadas ao aspecto pol�tico. Al�m da inexperi�ncia administrativa – foi ministra do Meio Ambiente por cinco anos e meio e senadora pelo PT –, Marina � vista pelos seus contendores como algu�m com estilo pol�tico desagregador, como seria comprovada pela pr�pria trajet�ria dela.
Em 2008, Marina deixou o cargo de ministra por diverg�ncias com a ent�o chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ent�o ministro da Secretaria de Assuntos Estrat�gicos (SAE), Mangabeira Unger. Um ano depois, para concretizar o projeto de concorrer ao Planalto em 2010, ela deixou o PT e filiou-se ao PV. “O que aconteceu? Marina perdeu a elei��o e deixou o PV em 2011, alegando diverg�ncias internas com a c�pula do partido que a havia abrigado”, disse um parlamentar petista. Marina tentou criar a Rede Sustentabilidade, mas teve o registro negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Ela nem sequer conseguiu montar o pr�prio partido”, completou o petista.
Marina, que ontem fez campanha na Bienal do Livro, em S�o Paulo, admitiu que o momento ser� de responder aos ataques. “Essa � uma campanha na qual vamos ter que oferecer a outra face. Vamos oferecer a outra face e caminhar com sabedoria”, garantiu ela. (Colaborou Grasielle Castro)
Alvo preferencial
Marina Silva vira alvo de tucanos e petistas durante a corrida eleitoral. Confira alguns argumentos que ser�o usados contra ela
Inexperi�ncia administrativa
A candidata do PSB j� come�ou a ser questionada ao longo do fim de semana sobre o fato de nunca ter tido experi�ncias como governante. Ela foi ministra por cinco anos e meio e senadora pelo PT
Falta de quadros para governar
Tanto PSB quanto a Rede Sustentabilidade (que nem sequer foi criada) teriam poucos nomes t�cnicos e pol�ticos para formular propostas ao pa�s
Falta de sustentabilidade pol�tica
O PSB tem uma coliga��o pequena. O discurso contra o formato pol�tico atual dificulta uma pol�tica de alian�as que d� estabilidade parlamentar para que Marina implante as medidas que julgar necess�rias
Avi�o suspeito
O PSB est� enrolado para explicar de quem � o jato que caiu em 13 de agosto, matando Eduardo Campos e outros integrantes da campanha do candidato socialista
Intransig�ncia
Marina � conhecida por ser pouco conciliadora. Durante o governo Lula, deixou a pasta ap�s desaven�as com Dilma Rousseff (ministra da Casa Civil) e Mangabeira Unger (ministro da Secretaria de Assuntos Estrat�gicos). Filiou-se ao PV e deixou o partido por discord�ncia com a c�pula verde. Assim que foi confirmada como candidata do PSB, praticamente todo o comando de campanha socialista acabou substitu�do
Ambiguidade no discurso
Marina ainda passa a impress�o de n�o saber conciliar o discurso da sustentabilidade com o crescimento econ�mico. Advers�rios e empres�rios t�m vivo na mem�ria as cr�ticas feitas por ela � constru��o de algumas rodovias e hidrel�tricas do PAC
Discurso econ�mico b�sico
A socialista n�o apontaria os meios para retomar o crescimento econ�mico, limitando-se a propor a retomada do trip� c�mbio flutuante, meta de infla��o e responsabilidade fiscal