Bras�lia - O primeiro debate entre os candidatos ao Pal�cio do Planalto, na noite desta ter�a-feira, na TV Band, ser� marcado pela tentativa da presidente Dilma Rousseff (PT) e do senador A�cio Neves (PSDB) de se apresentarem como gestores eficientes, sugerindo fragilidades de Marina Silva (PSB) nessa �rea. A ex-ministra do Meio Ambiente, por sua vez, pretende recorrer �s trajet�rias dos ex-presidentes Luiz In�cio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso para desconstruir o argumento de inexperi�ncia como gestora.
Dilma ser� a primeira a falar no debate da Bandeirantes, seguida por Marina. A ordem, definida em sorteio, foi comemorada pela equipe de A�cio, para quem o tucano poder� captar o tom da discuss�o entre as advers�rias para reagir "com serenidade", caso seja necess�rio.
Ex-governador de Minas Gerais, o candidato do PSDB buscar� o confronto com Dilma e suas cr�ticas a Marina devem ser mais sutis. Coordenadores da campanha tucana disseram ao Estado que A�cio s� atacar� diretamente a candidata do PSB se ela tomar a iniciativa. A t�tica principal consiste em ser mais incisivo com Dilma. As provoca��es endere�adas ao governo ter�o o objetivo de refor�ar a polariza��o entre petistas e tucanos.
Com essa estrat�gia, o mau desempenho da economia e o atraso nas obras estar�o na mira de A�cio, que tamb�m pretende questionar a efic�cia de Dilma como "gerente". Na tentativa de apresentar um discurso simples e sem rodeios, o candidato do PSDB vai bater na tecla da volta da infla��o, da escassez de investimentos e criticar o p�fio crescimento do Pa�s.
A presidente passou boa parte do dia de segunda, 25, reunida com auxiliares no Pal�cio da Alvorada, preparando-se para o debate. � noite embarcou para S�o Paulo. Antes de ir para a emissora, Dilma vai se encontrar hoje com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. "Eu sempre me preparo para os debates porque acho que � minha obriga��o chegar l� e responder �s perguntas o melhor que eu posso", disse Dilma em entrevista, ontem � noite, no Alvorada.
Lula disse a Dilma, na semana passada, que � preciso tomar muito cuidado com Marina. Para o ex-presidente, a candidata do PSB herda um ativo de quase 20 milh�es de votos da elei��o de 2010, quando concorreu ao Planalto pelo PV, al�m de um clima de como��o nacional com a morte de Campos, e pode encarnar a ret�rica da mudan�a. No diagn�stico de Lula, o PT precisa fazer de tudo para repaginar o discurso e tentar atrair os eleitores da ex-ministra descontentes com o governo.
Pesquisas internas do PT indicam que a candidata do PSB est� a oito pontos de dist�ncia de Dilma - ainda l�der dos levantamentos de inten��o de voto -, mas bem � frente de A�cio. A equipe do tucano d� como certo que ele aparecer� em terceiro lugar na pesquisa a ser divulgada nesta ter�a pelo Ibope/Estado/TV Globo, mas ainda acredita na revers�o desse quadro.
O comando da campanha de Dilma se debru�ou ontem sobre problemas da �poca em que Marina foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula, de 2003 a 2008. Na lista de "fragilidades" de Marina os petistas citam a falta de experi�ncia administrativa e o radicalismo, que provoca entraves ao crescimento econ�mico, al�m da resist�ncia dela ao agroneg�cio e da aus�ncia de estrutura partid�ria e de aliados para governar.
Trajet�rias
Em resposta � cr�ticas sobre sua capacidade de gest�o, Marina deve argumentar que Lula nunca havia ocupado cargo administrativo antes de ser eleito presidente, em 2003. Fernando Henrique, da mesma forma que ela, s� havia sido ministro. A candidata do PSB vai rebater os poss�veis ataques de Dilma e de A�cio enfatizando que, num momento de crise, o Pa�s precisa de algu�m com capacidade de juntar no mesmo governo nomes do PT e do PSDB.
Em um recado direto a Dilma, Marina vai repetir, se provocada, o discurso de que a petista ser� a primeira presidente na hist�ria a entregar um Pa�s pior do que recebeu. "A chamada 'gestora' entregar� o Pa�s no caos", afirmou o coordenador adjunto da campanha, Walter Feldman (PSB-SP). Marina vai se apresentar como a �nica com "vis�o estrat�gica", capaz de promover uma "transi��o positiva" e sem a polariza��o entre PT e PSDB.
Quarto colocado nas pesquisas, o candidato do PSC, Pastor Everaldo, disse nessa segunda-feira que vai manter o equil�brio e usar o debate para refor�ar a "defesa incondicional da livre concorr�ncia e do empreendedorismo".