S�o Paulo - Vista com desconfian�a pelos representantes do agroneg�cio, a nova candidata do PSB � Presid�ncia, Marina Silva, come�a a colocar em pr�tica os primeiros movimentos para se aproximar do setor. Nesta quinta-feira, Marina visita uma feira voltada para a �rea sucroalcooleira no interior de S�o Paulo e nesta sexta, 29, tem um encontro marcado com l�deres ruralistas.
Outro � o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), que foi escolhido como vice da chapa. O nome dele, inclusive, foi visto como um sinal de que ela estaria disposta a buscar o di�logo com o agroneg�cio. Beto tem bom relacionamento com empres�rios ga�chos do ramo, principalmente produtores de celulose e cereais.
Outra sinaliza��o que agradou ao setor foi o fato de ela j� ter afirmado publicamente que vai cumprir as propostas que Campos apresentou durante a sabatina realizada pela Confedera��o da Agricultura e Pecu�ria do Brasil (CNA) no in�cio de agosto. A postura demonstra uma mudan�a significativa em rela��o a 2010, quando ela era candidata do PV e nem sequer compareceu ao evento.
'Tranquilidade'
Segundo a avalia��o de um expressivo interlocutor da �rea, Campos poderia at� n�o ter conseguido assegurar os votos, mas tinha conquistado a confian�a de lideran�as agr�colas. Segundo ele, o fato de Marina estar disposta a cumprir os acordos traz "tranquilidade" e mostra que ela est� adotando um discurso pr�-agroneg�cio.
Hoje Marina deve ser bem-recebida na Feira Internacional do Setor Sucroenerg�tico (Fenasucro), em Sert�ozinho, interior de S�o Paulo. Campos havia sido convidado para participar do evento como palestrante e ela ir� substitu�-lo no evento.
O ent�o candidato vinha estabelecendo um bom relacionamento com o setor sucroalcooleiro. O segmento n�o esconde a insatisfa��o com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), que optou por segurar os pre�os da gasolina, desvalorizando a ind�stria do etanol.
J� o encontro marcado para amanh�, organizado pelo presidente da Datagro Consultoria, Pl�nio Nastari, deve ser mais amplo e reunir representantes das principais entidades do agroneg�cio brasileiro.
Ex-presidente da Uni�o da Ind�stria de Cana-de-A��car (Unica), Marcos Jank � um dos nomes que confirmaram presen�a no encontro. O executivo est� � frente da BRF - Brasil Foods e diz que se aproximou dos marineiros nos �ltimos tr�s anos. Segundo ele, a reuni�o servir� para mostrar que h� "muita converg�ncia entre as ideias de Marina e o agroneg�cio".
Ministra
A resist�ncia do setor ao nome de Marina vem do tempo em que ela ocupou o Minist�rio do Meio Ambiente (2003-2008). Enquanto estava � frente da pasta, condenou o aumento do desmatamento para que houvesse a expans�o da produ��o de gr�os e da pecu�ria na Amaz�nia Legal.
Ela sempre defendeu a tese de que � poss�vel aumentar a produtividade sem aumentar a �rea plantada e de que � o agroneg�cio pode conviver com os preceitos da sustentabilidade.
Em 2012, se posicionou publicamente contra a aprova��o do novo C�digo Florestal. O projeto tinha o apoio da bancada ruralista, mas foi considerado por ela um "retrocesso".