Em ato de campanha com trabalhadores rurais, na Confedera��o Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a presidente Dilma Rousseff, candidata � reelei��o pelo PT, fez nesta quinta-feira, 28, cr�ticas veladas a seus oponentes A�cio Neves (PDSB) e Marina Silva (PSB). A presidente chamou de "invis�veis" as pessoas n�o atendidas por programas sociais at� o governo petista. "Os invis�veis deste Pa�s eram tratados antes como se n�o tivessem direito por nascen�a", disse.
A petista tamb�m colocou o meio ambiente no seu discurso. "N�s somos dos que acham que meio ambiente e produ��o de alimento combinam. Defendemos a produ��o de alimento a mais saud�vel poss�vel", disse.
Dilma citou o c�digo florestal como modelo para produ��o, ap�s conter a "discuss�o radicalizada" sobre o tema. "Estava em processo de discuss�o radicalizada, de um lado falava que todo mundo tinha de reservar a mesma quantidade de terra que foi usada indevidamente do ponto de vista ambiental, outro lado dizia que os grandes deviam ter perd�o, porque, sen�o, inviabilizava as exporta��es", disse.
"Criamos uma coisa proporcional que � a 'escadinha', porque n�o se pode inviabilizar a renda do produtor", afirmou. "Tenho certeza que, no futuro, o cadastro ambiental rural (CAR) vai permitir um melhor foco nessa quest�o ambiental."
Reforma agr�ria
Dilma reafirmou seu compromisso com a reforma agr�ria, em resposta a cr�ticas de movimentos sociais ao baixo ritmo de assentamentos em sua gest�o. Ela ressaltou, contudo, que o foco continuar�, caso eleita, na melhoria da estrutura t�cnica para os trabalhadores assentados.
"Reafirmo meu compromisso com a reforma agr�ria, mas n�o � s� distribuir terra. Al�m da distribuir de terra, ele (agricultor) precisa de outras medidas porque n�o pode ficar abandonado e � merc� da press�o do mercado", disse.
Dilma apresenta n�meros bastante inferiores a seus antecessores em �rea autorizada para a reforma agr�ria. A presidente destinou 2,54 milh�es de hectares � reforma entre 2010 e 2013. No primeiro mandato de Lula foram 31,9 milh�es de hectares e, no segundo, 16,2 milh�es de hectares. FHC destinou cerca de 12,4 milh�es de hectares � reforma em sua primeira gest�o e aproximadamente 8,7 milh�es na segunda.
Apesar do desempenho abaixo do esperado pelos movimentos sem terra, Dilma criticou a reforma no per�odo FHC. "No passado, nos governos tucanos, desapropriaram e largaram os assentados nas piores e mais long�nquas terras do Pa�s", criticou.
A presidente tamb�m fez refer�ncia � viol�ncia no campo, sinalizando que pretende colocar o governo federal mais focado no combate a crimes no setor. "Acredito que determinados crimes que ocorrem t�m de ter o acompanhamento federal para gente garantir Justi�a", disse.
Ela se comprometeu a defender a legisla��o trabalhista no campo e combater o trabalho escravo. "Vamos usar todo o aparato para coibir o descumprimento de leis trabalhistas no campo e, sobretudo, combate � maior vilania que � o trabalho escravo, que contamina todo o Pa�s."
Acusando advers�rios
A candidata do PT � reelei��o acusou seus advers�rios mais diretos, Marina e A�cio, sem cit�-los nominalmente, de fazerem uma campanha "baseada na mentira" sobre realiza��es do governo petista. "Agora estamos diante de uma campanha que vai estar baseada na mentira, como eles fizeram durante a Copa, dizendo que n�o teria Copa, est�dio, rua, que n�o teria nada. O Brasil mostrou que era capaz de receber quem viesse de fora com seguran�a", afirmou.
Segundo Dilma, o tom pessimista segue nas elei��es. "Eles continuam fazendo esse processo e mostram o seu pessimismo porque apostam no 'quanto pior, melhor' para poder ter uma alternativa, porque acham que saem ganhando. Sai perdendo o Brasil, mas eles apostam nisso", disse.
Repeti��o inevit�vel
Em tom inflamado, Dilma comparou de novo os governos do PT com o do PSDB. Ela afirmou que na �poca tucana o n�mero de brasileiros miser�veis n�o foi reduzido por pol�tica p�blicas federais. "Tiramos 36 milh�es (de pessoas) da mis�ria extrema. Na �poca deles (tucanos), metade do Brasil ou era miser�vel ou era muito pobre. Hoje, de cada quatro pessoas, apenas um est� na pobreza. De cada quatro, tr�s est�o na classe m�dia, na A ou na B", comparou.
Dilma voltou a criticar as tomadas de empr�stimo ao Fundo Monet�rio Internacional (FMI), durante o governo Fernando Henrique Cardoso. "Eles foram ao fundo monet�rio e ficaram de joelhos", disse.
A presidente criticou, ainda, redu��es de investimentos por press�o do FMI e disse que seu governo tem enfrentando a crise internacional sem recorrer a esse tipo de a��o. "Diante da crise, n�s mantivemos o emprego, o sal�rio m�nimo crescendo e o Pa�s investindo", disse.