Em uma tumultuada caminhada de cerca de 30 minutos na favela da Rocinha, a maior da zona sul do Rio, a candidata do PSB � presid�ncia, Marina Silva, negou neste s�bado ter havido uma "revis�o" no programa de governo em rela��o �s mudan�as publicadas hoje na pol�tica LGBT.
Sobre a altera��o no trecho relativo � energia nuclear, Marina afirmou que na parte de Ci�ncia e Tecnologia, foi inclu�da uma quest�o que n�o havia sido acordada entre ela e Eduardo Campos.
Ao lado de Rom�rio (PSB), que foi busc�-la no aeroporto e lidera as pesquisas de inten��o de voto para o Senado no Rio, Marina chegou �s 11h35 na Rocinha. A caminhada foi marcada por grande alvoro�o, em meio � grande quantidade de pessoas que acompanhava a passeata, Marina mal conseguiu cumprimentar os moradores - por vezes, evitou que fot�grafos e jornalistas que caminhavam � sua frente ca�ssem, tamanha a confus�o. Ela deixou a comunidade, de carro, �s 14h02, mas Rom�rio seguiu a caminhada.
Texto modificado
Os trechos exclu�dos do programa apresentado nessa sexta-feira defendiam a aprova��o do projeto de lei que criminaliza a homofobia, a elimina��o de “obst�culos � ado��o de crian�as por casais homoafetivos” e o combate ao fundamentalismo religioso no Congresso nacional. Foram suprimidos ainda a parte em que a candidata se comprometia a desenvolver “material did�tico destinado a conscientizar sobre a diversidade de orienta��o sexual e �s novas formas de fam�lia”. A nova vers�o defende apenas a inclus�o do combate ao bullying, � homofobia e ao preconceito no Plano Nacional de Educa��o.
A defesa do “casamento civil igualit�rio, com vistas � aprova��o dos projetos de lei e da emenda constitucional em tramita��o, que garantem o direito ao casamento igualit�rio na Constitui��o e no C�digo Civil” foi trocada por “garantir os direitos oriundos da uni�o civil entre pessoas do mesmo sexo”. Todo o texto referente aos direitos da popula��o gay foi enxugado e cortado quase que pela metade. Marina tamb�m tirou do texto o compromisso com a aprova��o da Lei Jo�o Nery que garante � popula��o trans de adotar oficialmente o nome social.
“O texto do cap�tulo LGBT, do eixo Cidadania e Identidades, do Programa de Governo da Coliga��o Unidos pelo Brasil, que chegou ao conhecimento do p�blico at� o momento, infelizmente, n�o retrata com fidelidade os resultados do processo de discuss�o sobre o tema durante as etapas de formula��o do plano de governo". , diz a nota que classifica como o epis�dio como “contratempo indesej�vel”e diz que o texto anterior continha equ�vocos e que o “correto” � a nova vers�o.
A vers�o de ontem foi duramente atacada por lideran�as do segmento evang�lico, do qual a candidata faz parte, entre elas o pastor Silas Malafaia da Assembleia de Deus, mesma igreja de Marina, nas redes sociais . Ele cobrou da candidata uma posi��o e disse que a nova vers�o apenas corrige palavras. “Se Marina n�o se posicionar at� segunda, na ter�a ser� a mais dura e contundente fala que j� dei at� hoje sobre um candidato a presidente”, amea�ou o pastor, que ganhou notoriedade por sua prega��o contra os gays.
O programa de Marina chegou a ser elogiado ontem pelo deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), defensor da causa LGBT no Congresso. Hoje o parlamentar criticou duramente a candidata. Em nota, ele afirma que “bastaram quatro tuites do pastor Malafaia para que, em apenas 24 horas, a candidata se esquecesse dos compromissos de ontem, anunciados em um ato p�blico transmitido por televis�o, e desmentisse seu pr�prio programa de governo, impresso em cores e divulgado pelas redes”.