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Estado de Minas ELEI��ES 2014

'Gera��o 92' quer comandar os estados

L�deres dessa �poca despontam em disputas majorit�rias. Seis candidatos a governador s�o contempor�neos do movimento estudantil


postado em 31/08/2014 08:31 / atualizado em 31/08/2014 10:08

As manifesta��es de junho do ano passado representaram o fim de um hiato de mais de 20 anos sem movimentos massivos nas ruas do pa�s, mas n�o deixaram como legado a forma��o de lideran�as pol�ticas identificadas com suas ideias. N�o h�, nas campanhas eleitorais deste ano, em nenhuma das esferas, o registro de candidatos que tenham se destacado como refer�ncia das ruas.

Em contrapartida, l�deres da “gera��o de 92” - que come�ou a se aglutinar na efervesc�ncia das elei��es diretas de 1989 e atingiu o �pice com os caras-pintadas do “Fora Collor” - despontam em disputas majorit�rias. Seis candidatos a governador s�o contempor�neos do movimento estudantil da �poca - Alexandre Padilha (PT), em S�o Paulo; Marcelo Ramos (PSB), no Amazonas; Fl�vio Dino (PC do B), no Maranh�o; Lindbergh Farias (PT), no Rio; Camilo Santana (PT), no Cear�; e L�dio Cabral (PT), em Mato Grosso.

A esse grupo se soma outra tropa de postulantes a vagas no Senado, na C�mara e em Assembleias. Fazem parte desta turma Ricardo Gomide (PC do B), candidato a senador no Paran�, e Floriano Pesaro (PSDB) e Orlando Silva (PC do B), que tentam uma vaga de deputado federal por S�o Paulo. Eles estiveram juntos ou se enfrentaram em congressos da Uni�o Nacional dos Estudantes (UNE), elei��es de centros acad�micos e de diret�rios centrais de estudantes (DCEs).

Juntos combateram, na base ou na linha de frente, o governo de Fernando Collor, que acabou sofrendo um processo de impeachment.

Desta safra de pol�ticos, os dois nomes que mais se destacam est�o hoje no mesmo partido, mas foram advers�rios no movimento estudantil.

Em 1992, Lindbergh, ent�o no PC do B, era o popular presidente da UNE que frequentava programas de TV e brilhava no alto dos carros de som. Enquanto isso, Padilha, j� no PT, era um dirigente de bastidores. Sua a��o era discreta no movimento estudantil porque o ent�o aluno de Medicina da Unicamp foi pin�ado ainda jovem para desempenhar miss�es importantes designadas pela alta c�pula do partido.

Em vez de disputar cargos na hierarquia da UNE, Padilha foi escolhido pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva para catalisar em dire��o ao PT o sentimento de mudan�a que vinha das ruas. “Lindbergh foi uma das maiores lideran�as da luta social do Brasil. � dif�cil compar�-lo.

J� Padilha tinha uma �nfase mais t�cnica e atuava no movimento das executivas de curso”, lembra o ex-ministro Orlando Silva, que foi companheiro de chapa do atual candidato ao governo do Rio na UNE e depois presidiu a entidade.

Dois anos depois do impeachment de Collor, Padilha e Lindbergh tomaram caminhos opostos. O primeiro trancou a faculdade durante tr�s anos para se dedicar �s campanhas eleitorais de Lula. J� o segundo foi eleito deputado pelo PC do B.

Padilha ainda voltou para a Unicamp, onde concluiu o curso de medicina, e foi conhecer a realidade do Brasil clinicando no interior do Par�. J� Lindbergh trilhou uma tortuosa carreira pol�tica que s� se estabilizou quando, a pedido de Lula, se filiou ao PT, legenda pela qual se elegeu deputado, prefeito de Nova Igua�u (RJ) e senador.

Opostos que se atraem Quando Fl�vio Dino estava saindo do movimento estudantil no come�o dos anos 1990, Padilha e Lindbergh estavam come�ando a despontar. “Eu e Padilha �ramos da mesma corrente do PT, a Articula��o Estudantil. O PC do B era nosso advers�rio”, lembra o hoje candidato - e l�der da disputa - ao governo do Maranh�o pelo PC do B. “Eu fui para o PT na �poca porque o partido combatia o Jos� Sarney e o PC do B o apoiava. Hoje � o PT quem � linha auxiliar e n�s estamos contra”, diz.

“Eu, Lindbergh, Padilha e Orlando �ramos da mesma gera��o”, lembra o vereador paulistano Floriano Pesaro, que tenta uma vaga na C�mara dos Deputados pelo PSDB. Nas passeatas e assembleias da �poca, ele despontava como um dos mais bem-sucedidos quadros da juventude tucana.

Seu partido, vale lembrar, nasceu em 1988, apenas quatro anos antes do “Fora Collor”. “Naquela �poca, o PSDB e o PC do B estavam unidos contra um advers�rio comum: o PT”, lembra o vereador tucano. Pesaro tem uma explica��o curiosa sobre o fato de seu partido n�o ter formado tantos pol�ticos bem-sucedidos como os rivais da “esquerda”. “Os velhos do PSDB n�o deixaram ningu�m despontar. A altern�ncia de poder no partido � quase nula. � sempre (Jos�) Serra ou (Geraldo) Alckmin”, afirma.

Tucanos, petistas e comunistas concordam em pelo menos uma avalia��o. Os movimentos de junho de 2013 e de 1992 tiveram caracter�sticas completamente diferentes. “O movimento de junho se constituiu pela nega��o da pol�tica. Seria estranho algu�m represent�-los”, avalia Orlando Silva.

Velhos tempos

Candidato do PT governo de Mato Grosso, o ex-vereador L�dio Cabral tem uma trajet�ria parecida com a de Padilha, de quem at� hoje � amigo. M�dico formado pela Universidade Federal de Mato Grosso, L�dio tamb�m atuou nas executivas de curso e, junto com Padilha, participou das movimenta��es pela implanta��o do Sistema �nico de Sa�de (SUS). Na semana retrasada, os dois se encontraram em Bras�lia, onde o ex-ministro da Sa�de gravou uma participa��o no programa de TV de L�dio.

J� Camilo Santana, candidato a governador do Cear�, foi presidente do Diret�rio Central dos Estudantes da Universidade Federal do Cear� e um dos mais destacados l�deres do Nordeste no movimento “Fora Collor”.

Candidato a governador do Amazonas pelo PSB, Marcelo Ramos foi dirigente da juventude do PC do B, mas migrou para o PSB. Depois de se eleger vereador de Manaus pelo PC do B, tornou-se marineiro e foi ungido candidato na “cota” da presidenci�vel Marina Silva.


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