
No segundo debate entre os sete candidatos a presidente da Rep�blica – transmitido nessa segunda-feira pelo SBT/Alterosa –, a representante do PSB, Marina Silva, se tornou o alvo preferencial dos advers�rios, que a questionaram sobre a fonte de recursos para colocar em pr�tica suas promessas, o menosprezo ao pr�-sal como fonte de energia e de recursos para educa��o, a falta de transpar�ncia em rela��o a R$ 1,6 milh�o que ela recebeu de empresas para proferir palestras e o que seria a “nova pol�tica” propagandeada pela ex-ministra do Meio Ambiente. J� a presidente Dilma Rousseff (PT) foi cobrada v�rias vezes a explicar os indicadores que apontam que o pa�s est� em recess�o t�cnica. Segundo o IBGE, a atividade econ�mica do pa�s registrou queda de 0,6% no segundo trimestre e de 0,2% no primeiro.
O confronto direto entre Marina e Dilma abriu o debate. A petista e candidata � reelei��o perguntou � advers�ria de onde ela tiraria os recursos para bancar suas promessas, estimadas por ela em R$ 140 bilh�es. Marina devolveu, dizendo que s�o compromissos assumidos, e acusou a petista de desperdi�ar recursos p�blicos com “projetos desencontrados” e “escolhas erradas”. “O que vamos fazer s�o escolhas corretas”, disse. Dilma usou a r�plica para focar a inexperi�ncia de Marina em cargos executivos. “A senhora falou e n�o respondeu de onde vem o dinheiro. Quem governa tem que dizer como vai fazer.”
Na segunda oportunidade de perguntar, Dilma focou novamente em Marina, acusando-a de “desprezar” a import�ncia do pr�-sal. “O que estou dizendo � que n�o podemos ter vis�o de ficar apenas onde a bola est�. O mundo inteiro est� em busca de novas fontes de energia”, argumentou Marina, completando que Dilma se valeu do discurso do pr�-sal para desviar as aten��es do esc�ndalo de corrup��o na Petrobras, que segundo ela “est� pagando caro pelas escolhas erradas que (Dilma) fez”. Marina tamb�m mirou em Dilma ao pergunt�-la sobre o por que de seu governo ter dado errado. Ouviu da petista que o pessimismo � uma “p�ssima forma de avan�ar” e lembrou que sem apoio pol�tico no Congresso Nacional n�o � poss�vel assegurar um governo est�vel.
A petista e o tucano tamb�m trocaram cr�ticas em rela��o aos investimentos na �rea de infraestrutura. Segundo A�cio, Dilma “tem as mesmas propostas e promessas de quatro anos atr�s”. “Em Belo Horizonte, ganha um pr�mio quem andar em um palmo de metr� constru�do pelo PT”, criticou A�cio. “Na �rea de mobilidade, o governo da presidente fracassou, como fracassou em todas as outras �reas”, disse ele. Dilma rebateu citando iniciativas de mobilidade em Minas que receberam recursos federais, como os R$ 143 bilh�es liberados pelo seu governo para obras de mobilidade.
O senador A�cio Neves (PSDB) atacou Marina e Dilma nas considera��es finais. Disse reconhecer na ambientalista uma candidata de “boas inten��es”, que no entanto, n�o explicou como vai “superar contradi��es de seu projeto de governo que traz teses que combatia at� h� pouco tempo”. Sobre Dilma, afirmou que representa “apenas o governismo que fracassou”.
TRANSPAR�NCIA No bloco de perguntas de jornalistas, sobrou para todos. Dilma foi questionada sobre sua queda nas pesquisas de inten��o de voto, enquanto A�cio teve de falar sobre casos de corrup��o envolvendo o PSDB, e Marina sobre as palestras que deu sem informar quem a pagou. Perguntada sobre o fato de estar virtualmente perdendo a elei��o para Marina no segundo turno, como apontam pesquisas, Dilma preferiu se defender. Atribuiu a redu��o da atividade econ�mica “moment�nea” � crise internacional e citou crescimentos negativos de Jap�o e Alemanha. Marina devolveu dizendo que Dilma n�o consegue fazer o que � essencial para ter sucesso em um eventual segundo mandato: reconhecer erros.
Perguntado sobre a compra de votos no Congresso Nacional para aprovar emenda que possibilitou a reelei��o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e sobre o caso do cartel do metr� de S�o Paulo, governado pelo tucano Geraldo Alckmin, A�cio Neves aproveitou para citar o mensal�o do PT, dizendo que seu partido jamais transformar� eventuais culpados em her�is nacionais. “Vamos investigar qualquer homem p�blico. E cabe � Justi�a em �ltima inst�ncia condenar aqueles que forem considerados culpados. Queremos tirar nossas empresas das p�ginas policiais”, afirmou em refer�ncia ao caso de corrup��o na Petrobras.
J� Marina Silva teve de responder se ocultar quem lhe pagou por palestras que renderam R$ 1,6 milh�o � compat�vel com a nova pol�tica que prega. A candidata ressaltou a separa��o de sua vida privada da p�blica e disse que, se as empresas que a contrataram quiserem se revelar, n�o se opor�. Foi a deixa para Dilma rebater, dizendo que transpar�ncia � uma exig�ncia fundamental para a democracia. “A quest�o da governabilidade implica transpar�ncia”, afirmou. E Marina devolveu: “A Receita Federal � testemunha de que pago meus impostos. Uma coisa boa seria fazer um comparativo entre outras lideran�as pol�ticas que, como eu, tamb�m fazem palestras”, afirmou, citando os ex-presidentes Luiz In�cio Lula da Silva e FHC.
"O maior risco que uma pessoa pode correr � n�o se comprometer com nada. S� ter frases de efeito, frases gen�ricas. Voc� tem que explicar o que vai fazer, dizer de onde vai vir o dinheiro”
Dilma Rousseff (PT)
"Acredito nas boas inten��es da candidata Marina, mas ela n�o consegue superar as enormes contradi��es vindas do seu projeto, que defende hoje teses que combatia h� muito pouco tempo”
A�cio Neves (PSDB)
"Uma coisa importante � verificar que, desde o debate anterior, a candidata Dilma n�o consegue fazer uma coisa essencial: reconhecer os erros. Se n�o reconhecer os erros, n�o tem como repar�-los”
Marina Silva (PSB)