
Principal nome a aparecer nas propagandas eleitorais do PP paulista, o deputado e ex-prefeito paulistano Paulo Maluf est� prestes a se tornar garoto-propaganda em n�vel internacional. O pol�tico, que na segunda-feira foi considerado ficha suja pelo Tribunal Regional Eleitoral, foi escolhido pela Transpar�ncia Internacional como uma das "estrelas" de uma campanha mundial contra a corrup��o, lan�ada nesta ter�a-feira, em Berna, na Su��a. O caso do deputado � usado como exemplo de como as leis de combate a desvios de recursos p�blicos precisam ser modificadas para enfrentar o problema.
A campanha "Desmascarar a Corrup��o" foi lan�ada como uma forma de pressionar o governo da Su��a a modificar suas leis em rela��o � prote��o do sigilo banc�rio. Institui��es financeiras em Genebra ou Zurique s�o usadas por pol�ticos de todo o mundo para esconder dinheiro de origem il�cita. Maluf � chamado na campanha de "Mr. Kickback", ou "Sr. Propinas". "Longe dos contribuintes que o elegeram, Maluf comprou rel�gios de luxo e joias em casas de apostas em Nova York", diz a campanha. "N�o existem muitas pessoas que podem dizer que existe um verbo criado a partir de seu nome. Mas Paulo Maluf pode", indica. Segundo a Transpar�ncia, "Malufar" significa "roubar dinheiro p�blico".
Propina
De acordo com a entidade, o deputado teria recebido US$ 344 milh�es em propinas em quatro anos como prefeito de S�o Paulo. A ONG aponta que Maluf conseguiu desviar o dinheiro gra�as a para�sos fiscais que permitiram que ele mantivesse contas sem revelar seu nome. O ex-prefeito nega as acusa��es e, durante anos, disse que n�o tinha contas no exterior.
Jersey, ilha brit�nica onde empresas ligadas a Maluf mantinham recursos, acabou condenando o deputado brasileiro. A Interpol tem um mandado de pris�o internacional contra Maluf. "Apesar de sua notoriedade, Maluf n�o est� na pris�o. Na realidade, ele � membro do Congresso. Se ele corre o risco de ser preso se sair de seu pa�s, no Brasil ele est� livre", aponta a campanha. "E apesar de se transformar em g�ria em portugu�s, Maluf continua a negar qualquer crime".
A campanha coincide com o in�cio dos debates sobre a modifica��o das leis no Parlamento su��o. "Hoje, a Su��a n�o exige a identidade da pessoa real que controla ou possui uma empresa", alertou a entidade. "A Su��a precisa ampliar o escopo de sua lei antilavagem de dinheiro para prevenir que os corruptos escondam seu dinheiro do crime e da corrup��o em seu territ�rio", disse Eric Martin, chefe da Transpar�ncia Internacional na Su��a.
Esfor�os
A entidade pede que o governo local fa�a esfor�os para "desmascarar os corruptos" e permitir a ado��o de leis para identificar os donos de empresas e de contas nos bancos do pa�s. A ONG se prepara para desembarcar no Brasil e, nos �ltimos anos, tem se transformado em uma refer�ncia mundial no combate � corrup��o. Al�m de Maluf, a campanha traz como exemplos o ex-ditador da Tun�sia Zine al-Abidine Ben Ali e um homem de neg�cios da Nig�ria.