A not�cia de ter se transformado em personagem de uma campanha internacional de combate � corrup��o, lan�ada na �ltima ter�a-feira (2), em Berna, na Su��a, n�o abalou o deputado federal Paulo Maluf (PP), candidato � reelei��o, que decidiu comemorar, ontem, nos bra�os do povo seu anivers�rio de 83 anos. Mesmo depois de ter sido considerado ineleg�vel por ser ficha-suja e protagonizar a campanha da Transpar�ncia Internacional com o nome de Mr. Propina, Maluf participou de uma carreata pelas ruas da Zona Leste de S�o Paulo. Para mostrar que mant�m o bom humor, seu desfile aconteceu ao som de um dos maiores sucessos da ex-apresentadora e rainha dos baixinhos Xuxa: “Parab�ns! Parab�ns! Hoje � o seu dia, que dia mais feliz?”.
Maluf foi apresentado na campanha Desmascarar a Corrup��o como um pol�tico que teria enviado cerca US$ 344 milh�es, desviados durante os quadro anos que foi prefeito de S�o Paulo (1993 a 1996), para para�sos fiscais, que lhe garantiram o sigilo. Respons�vel pela campanha, a organiza��o n�o governamental Transpar�ncia Internacional, afirma ainda que o deputado, bem longe de seus contribuintes, consumiu parte dos recursos em “rel�gios de luxo e joias, al�m de casas de aposto em NY”. A cita��o desonrosa n�o abalou as convic��es do deputado Maluf, que rebateu com ironia: “De uma certa maneira eu fico at� envaidecido de estar incomodando uma ONG na Europa. Porque eu pensava que incomodava apenas os picaretas brasileiros. Me incomodo que o Brasil tem que crescer mais. Fico feliz que o meu trabalho d� inclusive coceira em pessoas que moram na Europa”.
O deputado federal tamb�m deu de ombros para a decis�o do TRE-SP de impugnar a sua candidatura. Alegou que foi com a diferen�a de apenas um voto e lembrou que ainda cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Decis�o da Justi�a a gente cumpre. Mas foi 4 a 3. Inclusive, o relator decidiu a nosso favor e disse que n�o houve nem dolo nem enriquecimento il�cito. Est� na decis�o dele. O que eu posso dizer � que, assim que o ac�rd�o for publicado, n�s vamos recorrer. N�o tenho nenhuma d�vida de que n�s vamos continuar candidato”, afirmou, enquanto estava cercado por cerca de 30 malufetes, como s�o chamadas as mulheres que carregam as bandeiras do partido. O otimismo do paulistano quatrocent�o n�o � totalmente infundado, j� que sua candidatura em 2010 tamb�m foi impugnada com base na Lei da Ficha Limpa. No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que sua aplica��o s� poderia ocorrer nas elei��es deste ano.
‘HITLER’ Mesmo sob fogo cruzado, Maluf n�o perdeu a fleuma e mirou sua artilharia – depois de reafirmar seu apoio � presidente Dilma Rousseff –, contra a candidata do PSB, ex-senadora Marina Silva (PSB). O pol�tico comparou a socialista ao ditador alem�o Adolf Hitler, justiticando que seus acenos pol�ticos s�o semelhantes. “Sem nenhuma desrespeito � dona Marina, mas n�o vejo nela as condi��es administrativas ou pol�ticas. Voc� eleger uma presidente com 20 deputados federais em 513 e que n�o vai conversar com o Congresso? Olha, nunca vi isso aqui nem no tempo do M�dici e do Geisel (ex-presidentes). A democracia pressup�e tr�s poderes. Voc� dizer que vai governar sozinho? Quem sabe Hitler poderia dizer isso, Mussolini, Stalin. Aqui, com a m�dia livre que n�s defendemos, n�o pode acontecer”, defendeu.
Maluf chegou pontualmente �s 10h no ponto de encontro em Itaquera, Zona Leste, de onde partiria sua carreata. Os aliados prepararam uma surpresa para o chefe: contrataram um carro de som de uma empresa especializada em recados rom�nticos para tocar o Parab�ns, com direito a bolas e papel picado. A carreata ocorreu sem nenhum tipo de incidente por cerca de 50 ruas entre os bairros de Itaquera e Tatuap�. O pol�tico acenou a populares que retribu�am ora com elogios, ora com cr�ticas.