
De acordo com a Transpar�ncia Internacional, as medidas s�o fundamentais para evitar que pol�ticos de todo o mundo se beneficiem do sigilo banc�rio, especialmente em institui��es financeiras de Genebra e Zurique, para esconder o dinheiro de origem il�cita. Na campanha “Desmascarar a Corrup��o”, Paulo Maluf � apresentado como um pol�tico que, durante quadro anos como prefeito de S�o Paulo conseguiu desviar dos cofres p�blicos da metr�pole cerca de US$ 344 milh�es, enviados por ele para para�sos fiscais, que lhe garantiram o sigilo. Afirma ainda, que o deputado, bem longe de seus contribuintes, consumiu parte do dos recursos em “rel�gios de luxo e joias, al�m de casas de aposta em Nova York”.
Maluf n�o parece mesmo estar vivendo seus melhores momentos. Anteontem, o Tribunal Regional Eleitoral de S�o Paulo (TRE-SP), decidiu pela cassa��o de sua candidatura nesta elei��o para novamente tentar uma cadeira na C�mara dos Deputados. O pol�tico foi considerado ineleg�vel com base na Lei da Ficha Limpa – aplicada pela primeira vez em elei��es majorit�rias este ano –, por improbidade administrativa. No processo, Maluf � acusado pelo Minist�rio P�blico de desviar recursos superiores a R$ 500 milh�es no superfaturamento de obras, entre elas, o T�nel Ayrton Senna, enquanto esteve � frente da Prefeitura de S�o Paulo. Na senten�a, Maluf teve seus direitos pol�ticos suspensos por cinco anos. No entanto, a decis�o do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) paulista ainda aguarda recurso.
Verbo
Nessa ter�a-feira, Maluf foi citado pela ONG Transpar�ncia Internacional como um dos poucos pol�ticos no mundo que t�m um verbo para se referir � pr�tica de improbidade administrativa: “Malufar”, que significa, no Brasil, “roubar dinheiro p�blico”. “N�o existem muitas pessoas que podem dizer que h� um verbo criado a partir de seu nome. Mas Paulo Maluf pode”, diz a campanha. Apesar de nunca ter sido preso, h� um mandoo de pris�o internacional expedido contra ele, que est� nas m�os da Interpol, depois que ele foi condenado em Jersey, ilha brit�nica, escolhida por ele para receber recursos de empresas com as quais tem liga��o. “Apesar da sua notoriedade, Maluf n�o est� na pris�o. Na realidade, ele � membro do Congresso Nacional. Se corre o risco de ser preso se sair do pa�s, no Brasil, ele est� livre”, explica ainda a campanha da ONG.
Maluf n�o est� sozinho ao ser lembrado como exemplo de corrup��o. Ele � citado ao lado de pelo menos outros dois pol�ticos, o ex-ditador da Tun�sia Zine al-Abidine Ben Ali e um homem de neg�cios da Nig�ria. Na Su��a, a campanha coincide com o debate parlamentar sobre um projeto de lei sobre a implementa��o das recomenda��es feitas pelo Grupo de A��o Financeira Internacional (Gafi). “A Su��a precisa ampliar a sua legisla��o antilavagem de dinheiro, para impedir que os corruptos escondam o produto do crime e da corrup��o em seu territ�rio. N�o se deve criar facilidade para corrupto capaz de fugir com recursos de atividades il�citas, muitas vezes ligadas ao crime organizado internacional, com a ajuda da Su��a”, disse Eric Martin, presidente da Transpar�ncia Internacional no pa�s europeu.