Diante de uma plateia de petroleiros no Rio de Janeiro, o ex-diretor da �rea de Explora��o e Produ��o da Petrobras Guilherme Estrella se posicionou publicamente pela primeira vez sobre as den�ncias de corrup��o na estatal, que j� levaram � pris�o do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa. "� um bandido que exerceu por 30 anos cargo de ger�ncia", disse. E completou: "Nas fam�lias ou mesmo nas institui��es religiosas, tem gente boa e gente ruim. O Paulo Roberto � um bandido, que foi denunciado por este governo."
Sobre o caso da refinaria Pasadena, cuja compra por cerca de US$ 1,2 bilh�o � investigada pelo Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) e motivou a cria��o de Comiss�es Parlamentares de Inqu�rito (CPI) no Congresso, Estrella repetiu o argumento da presidente Dilma Rousseff, de que o resumo t�cnico apresentado para balizar a compra da refinaria era falho.
Segundo ele, n�o foi dada "�nfase" nas cl�usulas de put option (que obrigou a compra dos 50% de participa��o da Astra Oil pela Petrobras, em caso de desaven�a entre as s�cias) e Marlim (que previa rentabilidade m�nima de 6,9% � Astra) e que, de acordo o TCU, causaram preju�zos � estatal.
Assim como Dilma, que presidia o conselho de administra��o da estatal, Estrella n�o negou a exist�ncia das duas cl�usulas no parecer jur�dico sobre as condi��es do contrato entre as duas empresas. Sem citar o nome do ent�o diretor da �rea Internacional, Nestor Cerver�, respons�vel pelo projeto, ressaltou apenas que faltou "�nfase" na apresenta��o das condi��es do neg�cio.
Para Estrella, da forma como foi apresentado o projeto, ele se enquadrava adequadamente ao plano estrat�gico da companhia de ampliar a produ��o de �leo diesel, em um momento em que o consumo do combust�vel crescia na mesma propor��o em que a economia se desenvolvia.
Por cerca de quatro horas de evento, Estrella foi o centro dos questionamentos sobre o futuro da Petrobras e do pr�-sal com uma poss�vel mudan�a na pol�tica brasileira, caso a candidata pelo PSB � presid�ncia da Rep�blica, Marina Silva, seja eleita.
A opini�o do ex-diretor � que, apesar da crise econ�mica mundial de 2008 ter "atropelado" o crescimento do Brasil, o PT, desde o ex-presidente Luis In�cio Lula da Silva, trouxe soberania � Petrobras, em contraposi��o ao que ele enxerga como tendo sido o plano do PSDB, na �poca de Fernando Henrique Cardoso, de restringir em 40% a participa��o da Petrobras nas opera��es de explora��o e produ��o de petr�leo e g�s.
"Temos que nos mobilizar para eleger a Dilma. O A�cio est� cremado. Mas a Marina abre espa�o para um retrocesso", enfatizou.