Contr�ria ao mercado do voto religioso, a Rede Fale, uma organiza��o n�o governamental que congrega evang�licos de diferentes igrejas, lan�ou nessa quarta-feira uma campanha contra essa pr�tica, muito comum em tempos de campanha. E n�o � para menos. Os evang�licos hoje, segundo o mais recente censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Est�tica (IBGE), representam 22% da popula��o brasileira, ou 42,2 milh�es de pessoas, um contingente expressivo que pode decidir uma elei��o. Al�m disso, na atual disputa presidencial, dois dos 11 candidatos a presidente, Marina Silva (PSB) e Pastor Everaldo (PSC), s�o evang�licos.
Segundo ela, a Rede Fale defende o direito a manifesta��o de f�, garantido pela Constitui��o, mas tamb�m que o espa�o religioso n�o seja usado como trampolim eleitoral. Morgana lembra que essa pr�tica, al�m de n�o ser um exemplo da “melhor tradi��o crist� de participa��o pol�tica”, tamb�m � vedada pela legisla��o eleitoral. Pastores, bispos e tamb�m padres s�o proibidos de fazer propaganda eleitoral em igrejas e templos. Tamb�m n�o � permitida a fixa��o ou distribui��o de material de campanha dentro desses ambientes.
Na avalia��o da Rede Fale, um dos perigos para o crist�o que deseja atuar politicamente � achar que, por ser “crente”, est� aben�oado para a pol�tica. “Essa � a concep��o que leva milh�es de brasileiros a votar no ‘pastor’ ou no ‘irm�o’ aben�oado pelo pastor. Como consequ�ncia, muitos parlamentares s�o eleitos sem compromisso com a justi�a ou a democracia, e sem coer�ncia partid�ria, program�tica ou ideol�gica, e se tornam ‘despachantes de igrejas’ – gente que vota sempre para a expans�o do poder de suas igrejas, associa��es, r�dios e empresas”, afirma um dos trechos do manifesto divulgado ontem pela organiza��o.
Para Morgana, isso acontece principalmente nas elei��es para os cargos proporcionais (deputado e vereador) , mas n�o tem muito apelo nas disputas presidenciais. Al�m disso, de acordo com ela, h� um mito de que o eleitorado evang�lico vota do mesmo jeito e sempre de acordo com as lideran�as religiosas. “Isso � bobagem. Tem crist�o mais progressista, tem uns mais conservadores, n�o � uma massa que pensa igual, a reboque dos pastores”, garante. De acordo com Morgana, a campanha contra o voto de cajado est� sendo feita nas redes sociais e todo o material de divulga��o pode ser acessado na p�gina da entidade, que pretende at� o dia das elei��es realizar atos em todos os estados.