Parlamentares da base aliada decidiram rever a estrat�gia a ser adotada logo mais �s 14h30 na CPI Mista da Petrobras para ouvir o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa. Os aliados v�o defender que, em vez de tentar ouvi-lo numa sess�o reservada, o melhor � cobrar uma reuni�o aberta. A avalia��o � a de que aceitar uma sess�o fechada colocaria o governo na defensiva, uma vez que as "vers�es" dos vazamentos poderiam ser controladas pela oposi��o.
Humberto Costa revelou a opera��o mais cedo. A reportagem apurou que a estrat�gia conta com o aval do Pal�cio do Planalto, que acompanha de perto todas as tratativas que rondam o depoimento do ex-diretor.
Parlamentares e assessores da base tamb�m discutiram se v�o partir para o contra ataque � oposi��o. T�cnicos passaram o pente-fino em doa��es feitas por empreiteiras que tiveram ou mant�m contratos com a Petrobras desde o governo Fernando Henrique Cardoso e que s�o suspeitas de fazerem parte do esquema de ex-diretor. Avaliam municiar deputados e senadores da base com tais rela��es, que poderiam ser usadas para tentar equilibrar as acusa��es de que pol�ticos, principalmente do PT e do PMDB, teriam recebido propina sobre contratos na �poca em que Costa foi diretor (2004-2012).
Os governistas tamb�m v�o cobrar do ex-diretor que confirme nominalmente as acusa��es, relatadas pela imprensa, de que pol�ticos receberam propina. Um dos citados � o ex-presidenci�vel do PSB Eduardo Campos, morto em acidente a�reo no m�s passado, que foi sucedido por Marina Silva na disputa ao Pal�cio do Planalto. Isso se Costa decidir falar - ele pode se manter em sil�ncio diante dos questionamentos.
A prerrogativa sobre o formato da sess�o da CPI mista - se vai ser numa sess�o fechada ou aberta - cabe inicialmente ao presidente do colegiado, senador Vital do R�go (PMDB-PB). O PMDB, partido de Vital, � uma das legendas com maior n�mero de pol�ticos citados at� agora nas den�ncias, como os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da C�mara, Henrique Eduardo Alves (RN). Mas qualquer parlamentar pode apresentar um requerimento para transform�-la em fechada, decis�o que precisar� ir � vota��o pelo plen�rio.
O deputado Afonso Florence (PT-BA), que � suplente na CPMI, afirmou que uma sess�o fechada com Paulo Roberto poderia ser interpretada como uma tentativa do governo de abafar o caso. "Isso passaria a imagem de que est� sendo um conluio", disse.
De acordo com ele, o PT deve questionar o delator sobre os pol�ticos citados nas �ltimas semanas como participantes de um esquema de recebimento de propina na Petrobras. Pedir�o que Paulo Roberto confirme o envolvimento desses nomes no esc�ndalo e explique com quais provas pretende comprovar suas declara��es.
O l�der do PMDB na C�mara, Eduardo Cunha (RJ), disse que seu partido s� vai apoiar uma sess�o fechada caso Paulo Roberto sinalize que tem inten��o de falar. "Se for para ele n�o falar, que seja aberta", disse Cunha, um dos citados, de acordo com reportagens na imprensa, na dela��o do ex-diretor.
A oposi��o, por sua vez, vai pedir que a sess�o seja fechada. Eles v�o argumentar que em uma sess�o reservada Paulo Roberto poderia falar sem comprometer os termos da dela��o premiada que negocia com a Justi�a Federal.