S�o Paulo - Em depoimento prestado � Justi�a Federal, o operador de c�mbio Luccas Pace, r�u no processo da Opera��o Lava Jato, afirmou que alguns bancos foram coniventes com o esquema de lavagem montado pelo grupo da doleira Nelma Kodama, tamb�m conhecida como “dama do mercado”. Segundo ele, o grupo movimentava cerca de U$S 300 mil por dia.
“O banco � conivente na movimenta��o financeira, porque se a mesma empresa, que n�o tem sede, que n�o tem radar, que n�o tem funcion�rios, movimenta no dia um
“(...) Ele (o banco) v� isso todos os dias, porque para eu fechar o c�mbio na corretora, o c�mbio tem que ser pago pelo pr�prio importador, ent�o eu tenho que encher essas contas todos os dias e fazer o pagamento todos os dias. Ent�o, tem a coniv�ncia das corretoras dos fechamentos e dos bancos na movimenta��o financeira. De n�o conhecer s�cio, sede...”, concluiu o operador.
Acusado de lavagem de dinheiro pelo Minist�rio P�blico Federal, Pace, que trabalhou por 32 anos na �rea internacional de bancos antes de entrar para o grupo da doleira, decidiu colaborar com a Justi�a no come�o do m�s. Ele relatou que era subordinado de Nelma Kodama h� oito anos, atuando no fechamento das opera��es de c�mbio do grupo. Apesar de n�o conseguir identificar as ag�ncias de cabe�a, Pace cita dois epis�dios espec�ficos de colabora��o dos bancos com o esquema de Nelma, uma das quatro doleiras alvo da Lava Jato. Ele chega a mencionar um gerente do Banco do Brasil, Rinaldo Gon�alves de Carvalho, que colaboraria com o grupo.
Al�m disso, ele cita ainda uma opera��o fraudulenta realizada pelo Bradesco que conseguia simular uma transfer�ncia de clientes que sequer tinham conta no banco. “Alguns bancos conseguiram, principalmente o Bradesco, criar um mecanismo onde ele fazia como se sa�sse uma TED de um cliente que nem conta tinha no Bradesco”, afirmou Pace. Ele disse ainda n�o ter conhecimento de como eram os procedimentos internos do banco para fazer esta opera��o.
Por fim, ele chega a mencionar ainda a falta de fiscaliza��o do pr�prio Banco Central, que permitia brechas para o grupo atuar. “Tanto no cadastro do banco quanto da corretora, a norma exige que voc� conhe�a a empresa, v� fisicamente, conhe�a o s�cio, pegue os documentos originais na m�o e solicite os credenciamentos, inclusive de radar ou no caso de remessa de frete de agente de cargas. Se n�o solicitou, o caminho est� aberto”, disse.“O Banco Central e a Receita nos �ltimos anos nunca mais se entenderam junto com os bancos, com rela��o a quem tem que controlar”.
Outro lado
Procurados, os bancos citados informaram que n�o comentariam casos sob investiga��o da Justi�a. O Banco do Brasil, por sua vez, informou que j� demitiu o funcion�rio Rinaldo Gon�alves de Carvalho. O Banco Central tamb�m afirmou que n�o iria comentar o caso.
A seguir as notas divulgadas pelo Banco do Brasil, Santander e Bradesco: “O Banco do Brasil afirma que cumpre integralmente a legisla��o em vigor e adota controles rigorosos de preven��o e combate � lavagem de dinheiro. Repudiamos qualquer insinua��o de coniv�ncia com os delitos investigados e informamos que o funcion�rio citado foi demitido do Banco do Brasil, por justa causa. Apura��es internas sobre sua conduta foram repassadas �s autoridades respons�veis pela investiga��o.” “O Santander informa que n�o se manifesta em casos que est�o sob o exame da justi�a. O banco esclarece que cumpre rigorosamente as normas locais e internacionais de Compliance estabelecidas e avaliadas, periodicamente, pelos reguladores.” “O Bradesco n�o comenta assuntos que estejam sob investiga��o pelas autoridades.”