S�o Paulo - Dois dias depois de a candidata � Presid�ncia pelo PSB, Marina Silva, autorizar a confec��o de santinhos em que aparece ao lado do governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), candidato � reelei��o, o coordenador do programa de governo do PSB, Maur�cio Rands, disse que a administra��o tucana em S�o Paulo apresenta “problemas” e sinais de esgotamento.
“O modelo do PSDB est� com problemas at� aqui em S�o Paulo”, disse Rands, ontem, durante uma de suas falas no semin�rio “A Ind�stria Brasileira na Pol�tica Econ�mica do Pr�ximo Governo”, promovido pelo jornal Valor Econ�mico. Al�m de aparecer nos santinhos ao lado de Marina, Alckmin tem como candidato a vice o pessebista M�rcio Fran�a, colega de Rands na coordena��o da campanha do partido � Presid�ncia. O fato de o PSDB estar no governo de S�o Paulo h� quase 20 anos � um dos principais argumentos da oposi��o contra Alckmin, que acusam os tucanos de fadiga de material.
Ap�s o evento, Rands foi indagado se o modelo do PSDB para o Estado estava esgotado. “Mostra sinais de esgotamento. A renova��o n�o surge do antigo. Ela vai surgindo dos modelos existentes. Ent�o, para n�s, estamos ajudando a pol�tica brasileira a se renovar”, respondeu. Ele n�o explicou a quais “problemas” se referiu no debate.
Poucos minutos depois, Rands procurou a reportagem do Estado para reformular a resposta � pergunta que ele classificou como “intrigueira”. “Entendemos que o modelo do PSDB esgotou-se, o modelo do PT esgotou-se e estamos propondo um novo modelo. Embora fa�amos alian�as, partimos de um diagn�stico e respeitamos o que teve de positivo no ciclo do PSDB e no ciclo do PT”, disse, constrangido, o coordenador do programa de governo do PSB.
Rands fez a cr�tica aos tucanos numa tentativa de se apresentar � plateia formada por representantes da ind�stria paulista como alternativa � polariza��o entre PT e PSDB. Alessandro Teixeira, coordenador do programa de governo da presidente Dilma Rousseff, e Armando Castelar, assessor econ�mico de A�cio Neves (PSDB), participaram do debate e tamb�m foram alvo das cr�ticas de Rands. Segundo ele, os advers�rios exploram eleitoralmente as propostas de Marina, embora n�o tenham apresentado seus pr�prios projetos.
O representante do PSB deu mais detalhes sobre o modelo de composi��o de uma base no Congresso que sustente um eventual governo de Marina. De acordo com ele, a f�rmula atual que prev� indica��es de nomes para cargos no governo em troca de apoio parlamentar ser� abandonado. O m�todo de negociar com os l�deres das bancadas de cada partido tamb�m ser� deixado de lado. “N�o vamos nos limitar � representa��o formal dos partidos, vamos dialogar tamb�m com os representantes do povo brasileiro que nem sempre est�o comungando com a posi��o daquele l�der partid�rio”, afirmou Rands.
Questionado se o sistema de emendas parlamentares - motivo de crises entre governo e Congresso durante a gest�o Dilma - ser� mantido, ele disse que, se Marina for eleita, os parlamentares podem ser chamados a indicar o destino de verbas p�blicas. “Tem gente (na equipe de Marina) que prop�e modelos em que o parlamentar pode indicar (a destina��o de verbas) porque ele tem uma capilaridade que, �s vezes, um t�cnico que est� em Bras�lia n�o tem. �s vezes ele conhece a base, a realidade de um pequeno munic�pio at� mais do que um t�cnico”, defendeu Rands. Segundo ele, parlamentares ligados � “velha pol�tica”, adeptos do “toma l� d� c�”, devem ficar na oposi��o em um eventual governo de Marina.
Indagado sobre a fam�lia Bornhausen com quem Marina dividiu palanque anteontem em Florian�polis, Rands repetiu o argumento de Eduardo Campos, morto em um desastre a�reo no dia 13 de agosto. “A nova pol�tica n�o surge da Escandin�via nem de Marte. Estamos criando um novo polo com base em um programa”, concluiu.
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