Ministro da Justi�a diz que dela��o de doleiro n�o preocupa governo

O ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, afirmou nesta quinta-feira, 25, que a dela��o do doleiro Alberto Youssef - alvo da Opera��o Lava Jato - n�o preocupa o governo. "Da parte do governo posso dizer que aquilo que for necess�rio para apurar delitos ser� feito. N�o importa aquilo que efetivamente seja feito e por quem seja feito. A lei est� a� para ser cumprida, a posi��o do governo � muito clara e a presidente Dilma Rousseff, mais clara ainda, cumpra-se a lei, pouco importa as pessoas que tenham feito il�citos. Quem fez il�cito responde por aquilo que fez."

Youssef, preso sob acusa��o de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobras, est� disposto a fazer dela��o premiada. R�u em seis a��es no �mbito da Lava Jato, o doleiro poder� pegar condena��o superior a 50 anos de pris�o. Pressionado por seus familiares, decidiu colaborar com as investiga��es.

A Pol�cia Federal virou tema da campanha eleitoral depois que surgiram novas den�ncias contra a Petrobras. Alvo de cr�ticas dos candidatos advers�rios, Dilma Rousseff tem rebatido os ataques com o discurso de que os governos petistas est�o empenhados no combate � corrup��o e fortaleceram as institui��es de controle, entre elas a PF.

"A Pol�cia Federal age com igualdade", disse o ministro da Justi�a nesta quinta. "Pouco importa se as pessoas que cometem il�citos s�o amigos ou inimigos dos que governam. Pouco importa se aquela pessoa que descumpre a lei tem um poder econ�mico ou tem poder pol�tico, ou se � um simples oper�rio. A pol�cia republicana tem essa dimens�o. � um �rg�o de Estado. Um governo que respeita uma pol�cia de Estado se limita a estabelecer diretrizes e n�o interfere no seu cotidiano."

O ministro disse que sofre "bullying". "Quando a Pol�cia Federal persegue advers�rios, segundo alguns, isso � uma instrumentaliza��o que o Minist�rio da Justi�a faz dessa pol�cia. No entanto, quando a Pol�cia Federal persegue aliados, dizem que o ministro perdeu o controle. Quer dizer, n�o h� escapat�ria."

Cardozo participou da inaugura��o da nova delegacia da Pol�cia Federal no aeroporto internacional de S�o Paulo. Ele disse que, ao desembarcar no terminal 3 de Cumbica, ficou "um pouco perdido", devido �s dimens�es espa�osas. "Tudo que � novo causa uma certa confus�o nas pessoas. O mesmo ocorre com o momento que vive a Pol�cia Federal, � uma pol�cia de Estado e alguns ainda n�o se acostumaram com isso."

Indagado se as revela��es de Youssef podem atingir o processo eleitoral, o ministro diz: "N�o acredito que isso aconte�a. Nunca podemos confundir realidades. O governo tem tido postura muito clara na linha de assegurar autonomia das investiga��es. O governo assegura � Pol�cia Federal o poder de investigar. Isso � muito novo para as pessoas que n�o entendem. Mas � bom que entendam. A Pol�cia Federal � de Estado. Apure-se e puna-se quem tem que ser punido."

O ministro enfatizou que a PF "� republicana". Ele afirmou que o governo "n�o tem qualquer tipo de interfer�ncia" na PF. "Posso garantir que a cultura institucional da Pol�cia Federal hoje � t�o forte que, mesmo que amanh� ou depois um outro governo com outra postura venha, a PF n�o se curvar�. Porque ela sabe ser pol�cia de Estado. Esta � uma realidade hoje irrevers�vel."