
As declara��es homof�bicas do candidato a presidente da Rep�blica Levy Fidelix (PRTB), al�m de provocar a��es na Justi�a e revolta nas redes sociais, custam caro ao contribuinte. O partido do candidato recebeu este ano R$ 992,1 mil do Fundo Partid�rio. Presidido por Fidelix, o PRTB recebe mensalmente cerca de R$ 110 mil de verbas desse fundo, formado por dota��es or�ament�rias da Uni�o e multas. Al�m disso, suas apari��es no hor�rio eleitoral no r�dio e na televis�o v�o custar aos cofres p�blicos cerca de R$ 4,1 milh�es do total do custo da ren�ncia fiscal estimado pela Receita Federal com a propaganda pol�tica este ano, que � de R$ 839,5 milh�es.
O valor do custo de Levy no hor�rio � proporcional ao tempo a que o candidato tem direito na propaganda pol�tica. Ao todo, 32 partidos recebem os recursos do fundo, mas s� os que elegeram deputados federais � que t�m direito, de acordo com a legisla��o eleitoral, de participar dos debates televisivos. O PRTB hoje n�o tem nenhum deputado, mas Levy � figurinha carimbada em todos os debates porque seu partido elegeu em 2010 dois parlamentares, que j� deixaram a legenda.
Mineiro de Mutum, no Vale do Rio Doce, Levy corre o risco de ter sua candidatura impugnada por causa das declara��es feitas domingo durante um debate na TV em que afirmou, se referindo aos gays, que “aparelho excretor n�o reproduz”. Fidelix tamb�m associou a homossexualidade � pedofilia e afirmou que os homossexuais precisam de atendimento psicol�gico, mas “bem longe da daqui”. Na sua terra natal, as declara��es do candidato pouco tiveram repercuss�o. S�o raros os moradores que sabem que Levy � nascido na cidade. Tarc�sio Correa, vereador em Mutum pelo PT, disse que tomou conhecimento h� poucos dias que Levy era de l�, apesar de alguns parentes do candidato ainda residirem no munic�pio. .
Ontem, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu um pedido de direito de resposta ajuizado pela Comiss�o Nacional da Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A ordem requer parte do tempo de propaganda eleitoral gratuita a que o candidato tem direito para que as entidades de defesa da comunidade LGBT (l�sbicas, gays, bissexuais e transg�neros) se pronunciem sobre as declara��es de Fidelix. A OAB pede ainda a cassa��o do registro da candidatura dele. O PSTU e o Psol tamb�m ajuizaram a��es para que o candidato seja multado por propaganda ilegal feita com o prop�sito de incitar o �dio. Levy vai ainda ser processado por dano moral coletivo pelo Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual (GADV).
“Aparelho excretor n�o reproduz (...) Como � que pode um pai de fam�lia, um av� ficar aqui escorado porque tem medo de perder voto? Prefiro n�o ter esses votos, mas ser um pai, um av� que tem vergonha na cara, que instrua seu filho, que instrua seu neto. Vamos acabar com essa historinha.”, afirmou o candidato em um dos trechos das declara��es. As repercuss�es negativas, no entanto, n�o inibem Fidelix. Ontem, ele afirmou que “n�o corre do pau”. “A minha posi��o � a mesma, n�o � nada de homofobia. Ao contr�rio, defendo a posi��o do pai, da m�e, da fam�lia tradicional. E nem por isso � discrimina��o. Discrimina��o � o que fazem comigo, me chamar de nanico. N�o me d�o os espa�os de que preciso e mere�o”, disse o candidato do PRTB. Disse ainda que se sente perseguido pelas institui��es que o processam e que recebeu mensagem de solidariedade do deputado Jair Bolsonaro (PP), tamb�m conhecido por suas posi��es contr�rias �s causas do movimento LGBT. (Com ag�ncias)
"Bobagens"
O deputado federal Tiririca, candidato � reelei��o pelo PR, usou o Twitter para se posicionar contra as declara��es homof�bicas de Levy Fidelix (PRTB). Ele saiu em defesa dos direitos da comunidade LGBT. Como � constantemente chamado de burro, ele aproveitou e alfinetou em um dos tu�tes: “Dizem que sou burro, mas pelo menos n�o falo bobagem que nem certos candidatos. Sou a favor do amor e cada um deve viver feliz”. Em outra mensagem, ele diz que os homossexuais adotam filhos abandonados por casais heterossexuais. “Uhhh vaia para o preconceito”, manifestou em outro tu�te.