Em meio ao sentimento de como��o presente em parte dos eleitores pernambucanos com a morte de Eduardo Campos, os poucos representantes de oposi��o no Estado tentam sobreviver nesta elei��o com pequenas estruturas e na busca do voto de opini�o.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de tomar um caminho pr�prio no Estado, o presidente estadual do DEM, deputado federal Mendon�a Filho, deu a t�nica do momento que vive a oposi��o na regi�o. "� imposs�vel. Era suic�dio. Era sacrificar os dois mandatos de deputados estaduais e o meu mandato", afirmou.
Decidida a se manter como um "contraponto" na regi�o, Priscila Krause abriu m�o de participar dos "guias eleitorais" (como s�o chamados os programas eleitorais de r�dio e TV em Pernambuco) e de receber material impresso do partido.
"Fiz essa op��o porque as pessoas querem em mim um contraponto, algu�m para fiscalizar", afirmou. "Estou fazendo campanha com ajuda dos amigos, e dos amigos dos amigos, do tamanho que posso fazer", brincou.
Sem aparecer nos programas de r�dio e TV da coliga��o, ela tem investido nas redes sociais e gravado v�deos com as propostas. Para Krause, a morte do ex-governador Eduardo Campos teve grande impacto nas elei��es locais. "A morte dele alterou o quadro eleitoral", afirmou ao se referir � virada de Paulo C�mara sobre o candidato Armando Monteiro (PTB), que chegou a ficar cerca de 30% na frente do advers�rio.
Numa decis�o similar � tomada por Krause, o candidato a um mandato na C�mara dos Deputados Federais, deputado estadual Danilo Coelho (PSDB), tamb�m se afastou da c�pula tucana no Estado que escolheu se aliar ao PSB. "Respeito a decis�o partid�ria que, pela maioria, preferiu apoiar uma candidatura do PSB aqui no Estado, mas me reservei ao direito de manter a minha independ�ncia e a postura cr�tica", ressaltou o candidato, que defendeu uma reavalia��o da postura do partido no sentido de buscar candidaturas pr�prias nas pr�ximas elei��es.
Apesar de n�o ter sido t�o radical a ponto de evitar aparecer nos programas eleitorais, o candidato n�o esconde as dificuldades que enfrenta ao escolher se tornar "independente". "Atrapalhou completamente, no momento que a gente abdicou de ter um palanque estadual, n�s abdicamos n�o s� da estrutura financeira como da pol�tica", afirmou. "Eu estou disputando a elei��o de deputado federal sem apoio de nenhuma lideran�a formal. Dessa forma, a gente acaba n�o tendo a condi��o de penetrar no interior j� que l� a pol�tica � mais controlada exatamente pelas lideran�as locais".
Segundo ele, a falta de apoio em outras regi�es o for�a a buscar o voto de opini�o, exclusivamente metropolitano. L�der de oposi��o na Assembleia Legislativa, Coelho falou ainda sobre os problemas de se criticar neste momento o legado de Eduardo Campos no Estado. "Com a morte de Eduardo, voc� perdeu a condi��o de critic�-lo porque ningu�m vai criticar algu�m que morreu. � uma quest�o at� de respeito. Perdeu-se ent�o o contraponto a ele", afirmou.
O candidato realizou passeata na tarde de hoje no bairro Imbiribeira, onde fez corpo a corpo com moradores de comunidade de baixa renda da regi�o. Em boa parte das casas, j� havia adesivos e faixas dos candidatos advers�rios do PT e PSB. Coelho percorreu o local por uma hora e meia acompanhado por cerca de 40 militantes que recebem R$ 180 por semana para participar dos atos de campanha.