
E, segundo ele, havendo 2.º turno A�cio e a candidata do PSB, Marina Silva, t�m que estar juntos para derrotar a presidente e candidata � reelei��o, Dilma Rousseff (PT). Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, FHC comentou o enfraquecimento de Marina na disputa: quando ela entrou, parecia um tuf�o avan�ando. Agora, virou uma "ventania com cara de vento".
Como o senhor avalia hoje o cen�rio eleitoral?
Muito inst�vel. Estamos vendo uma flutua��o de opini�o que leva a crer na possibilidade real de A�cio ir para o segundo turno. Isso em consequ�ncia de uma campanha desleal que foi feita pelo PT em cima da Marina que, de alguma maneira, a afetou. E o A�cio teve a virtude de se manter com muita energia, nos piores momentos. Quando come�ou (a onda Marina) eu disse: precisa avaliar se isso � vento, ventania ou tuf�o. Se for um tuf�o, acabou. Se for ventania, pode ser que vire vento.
�s v�speras da elei��o, Marina � vento, ventania ou tuf�o?
Neste momento, � ventania com cara de vento. Temos de ser prudentes com esse movimento de opini�o p�blica, porque ele muda muito rapidamente. Eu n�o quero dizer que est� escrito que Marina vai virar vento. Pode ser que n�o. Mas est� parecendo que vai.
Marina e A�cio v�o se juntar em um 2.º turno?
Se houver 2.º turno, e acho que vai haver, necessariamente os que est�o na oposi��o ter�o de apoiar uns aos outros. E quem mais necessitaria seria Marina, para mostrar que tem capacidade de, juntado-se a outros, governar. O A�cio n�o precisa mostrar isso, o partido dele j� governou.
Mas o PSDB precisa dos votos
Acho que os eleitorados dos dois lados se juntar�o independentemente das decis�es da c�pula. Mas, para poder dar mais firmeza e mostrar que governa, a� precisa de decis�o da c�pula tamb�m. O PSDB, como partido, tem de dizer de que lado est�. Estamos elegendo governadores, uma bancada, essa gente toda vai ter de se pronunciar. E o PSDB � um partido que sempre assumiu sua responsabilidade.
Quando A�cio come�ou a cair nas pesquisas e Marina subir, a campanha do PSDB passou a associ�-la ao PT. O sr. concorda?
Eu n�o sou favor�vel a insistir que a Marina � PT porque ela n�o � mais. Dizer isso � dar cr�dito ao PT. Essa ideia n�o partiu de mim. Eu valorizo mais o fato de ela ter deixado de ser do que ter sido. Mas a desconstru��o da Marina foi muito mais a quest�o de banco, (de dizerem) que ela vai servir aos ricos e n�o aos pobres, que � a tecla do PT. O que � uma inf�mia gritante. Por que a Marina, o que �? � pobre, negra, vem da floresta e sempre foi uma lutadora, s� mesmo com muita propaganda para estigmatiz�-la como agente do capital financeiro. N�o cabe.
H� chance de o PSDB n�o ir ao 2.º turno, ap�s mais de 20 anos. O que significaria para o partido?
Nos tira dessa condi��o de polariza��o do debate pol�tico de ideias neste momento e, eventualmente, pode ser mais dif�cil a reelei��o dos nossos governadores que forem para o 2.º turno. A elei��o atual est� mostrando uma independ�ncia curiosa do eleitorado que vota diferentemente para deputado, para governador e presidente. O que mostra que o sistema pol�tico partid�rio eleitoral fracassou, est� falido. Se quisermos ter maior consist�ncia no sistema pol�tico, medidas ter�o de ser tomadas.
Mas esse n�o seria um momento de avaliar internamente o papel do PSDB em termos de representatividade, de bandeiras?
Sem d�vida. Mas estamos falando do PSDB e dos demais partidos. Houve uma perda de confiabilidade no sistema partid�rio que afeta a todos. O PT n�o � mais a mesma coisa. Tenho propagado que sejam mudadas algumas regras no sistema eleitoral, como voto distrital e etc. Mas mesmo sem isso, s� com o financiamento eleitoral do jeito que � hoje, por exemplo, a elei��o em si j� fica corrompida.
Por qu�?
Veja a lista de quem d� dinheiro: empreiteiras, bancos e algumas grandes empresas. Para quem? Para todos. Cabe isso? Ao dar para todos, est� claro o que est� querendo. Teve uma empresa que deu R$ 90 milh�es, algo assim. Cabe em algum lugar do mundo uma empresa dar R$ 90 milh�es? Alguma coisa est� por tr�s disso. Tamb�m � preciso votar uma lei de barreira. Ningu�m aguenta mais falsos partidos, que se organizam s� para ter um peda�o do Or�amento. Tem que ter um limite para se ter acesso ao Fundo Partid�rio.