O ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta segunda-feira, 22, que a proposta apresentada pelo candidato do PSDB � Presid�ncia da Rep�blica, A�cio Neves, de acabar com o fator previdenci�rio, pode ser executada desde que se analisem todas as premissas que o assunto exige.
Ele explicou que este fator foi criado em sua gest�o depois que o Congresso Nacional n�o aceitou um aumento do tempo de trabalho para as aposentadorias. "Basicamente a esperan�a de vida aumentou, as pessoas vivem mais tempo e o mais racional � que a idade fosse aumentada, mas a proposta foi recusada pelo Congresso por um voto."
Em fun��o disso, o seu governo instituiu este fator para equilibrar as finan�as da Previd�ncia. "Isto � t�o significativo que, por press�o pol�tica, o Congresso derrubou essa lei (na gest�o do ex-presidente petista Luiz In�cio Lula da Silva) e o Lula vetou o fim do fator previdenci�rio", emendou.
Em entrevista coletiva concedida ap�s evento com empres�rios na capital paulista, que contou com a participa��o do ex-presidente do Banco Central Arm�nio Fraga, FHC disse que n�o entende como a presidente Dilma Rousseff pode ser economista. Em palestra proferida no almo�o com cerca de 600 empres�rios, ele j� havia feito esta ironia, rebatendo a afirma��o da petista de que por conta dos empr�stimos tomados pelo Pa�s em sua gest�o, o tucano havia quebrado o Brasil duas vezes.
"Eu nunca quebrei o Brasil", protestou. Na entrevista, ele refutou o argumento da presidente sobre a economia brasileira depender em certa medida do desempenho da economia norte-americana. "N�o se pode achar que o Brasil depende da recupera��o dos EUA, pois o Pa�s j� est� atrasado, os EUA est�o se recuperando h� cinco anos." E repetiu: "N�o sei como ela pode ser economista, n�o entendo."
Petrobras
O ex-presidente defendeu que a campanha de A�cio "dramatize" mais o epis�dio envolvendo o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, preso na Opera��o Lava Jato.
"N�o sou marqueteiro, mas a dramatiza��o � um modo de comunica��o importante. A Marina (Silva) respondeu a Dilma de forma dram�tica quando disseram que ela acabaria com o Bolsa Fam�lia. Por que o A�cio n�o pode fazer isso?", questionou. Acusado de participar de um esquema que desviava dinheiro da estatal petrol�fera para o pagamento de propina, Costa est� preso desde mar�o e vem colaborando com a Justi�a em um acordo de dela��o premiada.
Conforme divulgado pela imprensa, ele j� teria citado mais de 30 nomes de pol�ticos, dentre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)e o governador do Cear�, Cid Gomes (PROS) que estariam envolvidos em um esquema de pagamento de propinas em contratos da estatal.
Ainda segundo o ex-presidente, o PSDB tem uma grande estrutura e precisa acion�-la. Questionado sobre a possibilidade de participar de um governo em uma eventual vit�ria da candidata do PSB, Fernando Henrique afirmou que n�o far� especula��o sobre o assunto. "A vit�ria de Marina � t�o eventual quanto a de A�cio. Se ele conseguir �timo. Se n�o, fez o seu dever. N�o fico especulando", disse.
Paralelo
Arm�nio Fraga por sua vez criticou a campanha de Dilma por ter exibido um v�deo que relaciona a independ�ncia do Banco Central � falta de comida na mesa das pessoas."Esse ataque � independ�ncia do Banco Central e � Marina � uma loucura", por outro lado, Fraga afirmou que "cabe um paralelo entre os casos do mensal�o e da Petrobras".
Na exposi��o feita durante o almo�o, Arm�nio Fraga criticou o atual cen�rio eleitoral. "O quadro desta elei��o � o mais populista que vi na minha vida". O presidente do BC, tamb�m disse que apesar do diagn�stico da economia ser simples, a resposta do governo tem sido muito voltada � demanda.