
Um milh�o e seiscentos mil eleitores estar�o hoje pela primeira vez diante das urnas eletr�nicas. O n�mero de jovens com 16 e 17 anos de idade cadastrados na Justi�a Eleitoral neste ano � menor do que o verificado nas �ltimas elei��es presidenciais, em 2010, quando 2,3 milh�es de eleitores nessa faixa et�ria votaram. Para esse grupo, o voto � facultativo. Al�m da redu��o de mais de 30% registrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), muitos dos estreantes t�m se mostrado pouco animados com a chance de escolher seus representantes. Para os que decidiram se manifestar sobre a disputa, o hist�rico dos candidatos na vida p�blica e opini�es de familiares s�o os fatores que mais influenciam suas escolhas.
O Estado de Minas foi �s ruas de Belo Horizonte no decorrer da �ltima semana para ouvir o que esses eleitores levam em conta na hora de votar e constatou que boa parte dos jovens ouvidos decidiu ficar longe das urnas em 2014. Se confirmado hoje, o comportamento indica que as manifesta��es que tomaram o pa�s em junho do ano passado, com grande mobiliza��o de adolescentes, n�o se reverteram em uma participa��o mais ativa de jovens no cen�rio pol�tico, pelo menos no que se refere ao exerc�cio do direito ao voto.
J� os que tiraram o t�tulo de eleitor mesmo sem a obrigatoriedade de votar se movimentam por caminhos diversos na hora de escolher os candidatos. Enquanto alguns dizem adotar candidatos escolhidos pelos pais, que consideram ter maior experi�ncia e conhecimento sobre a vida pol�tica do pa�s, outros preferem tirar as pr�prias conclus�es, acompanhando as discuss�es pol�ticas e os debates de perto e buscando saber o que cada candidato j� fez em sua trajet�ria pol�tica.
Esse � o caso da estudante Larissa Gon�alves, de 17 anos, que fez quest�o de tirar o t�tulo no ano passado para participar pela primeira vez das elei��es. “Procurei avaliar o que ser� bom para a sociedade de forma geral. Nas �ltimas semanas, acompanhei bastante o que foi dito por cada um e tentei me inteirar sobre suas propostas”, conta Larissa.
No entanto, ela avalia que o que foi dito nos debates pol�ticos e nas propagandas n�o foi capaz de empolgar. “Infelizmente, n�o houve nenhum que me convencesse muito. Achei que tanto os candidatos ao governo de Minas quanto os que disputam a Presid�ncia se concentraram mais em criticar seus advers�rios. Eles tentam mostrar que os outros s�o ruins e d�o pouca aten��o para suas pr�prias ideias. Ficamos sem op��o”, comenta Larissa.

Os estudantes Bruno Campos, de 17, e B�rbara Franco, de 18 anos, tamb�m votar�o pela primeira vez hoje e apostaram em uma investiga��o sobre o hist�rico dos candidatos na hora de definir seus votos. “Gosto de acompanhar debates e o notici�rio pol�tico, mas o mais importante � conhecer o que cada um fez nos �ltimos anos. A maioria j� esteve em cargos p�blicos e � preciso saber se eles cumpriram suas promessas de campanha quando foram eleitos”, diz Bruno Campos.
J� Barbara admite que tem acompanhado pouco os debates, mas tamb�m aponta a informa��o sobre a trajet�ria de cada candidato como o principal fator para sua escolha. “Ver o que eles fizeram quando foram parte de governos � muito importante. As pessoas devem se lembrar bem do que fizeram seus representantes. Nesta elei��o, vou procurar escolher uma administra��o diferente do que temos no governo federal. Acho que as mudan�as s�o necess�rias”, opina a estudante.
A inexperi�ncia em elei��es fez com que Maria Luiza Pinheiro, de 16, buscasse com seus familiares opini�es sobre os candidatos que disputam as elei��es de hoje. A estudante diz que chega a seu primeiro pleito sem tanto entusiasmo com o cen�rio pol�tico do pa�s. “Ouvi o que meus pais tinham a dizer sobre as elei��es e as op��es de voto. Como eles j� acompanham pol�tica h� mais tempo do que eu e conhecem bem a hist�ria dos candidatos e dos partidos, preferi confiar em suas avalia��es”, diz Maria Luiza.