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Estado de Minas

Ivo Sartori (PMBB) � a grande surpresa da elei��o no RS


postado em 05/10/2014 20:37 / atualizado em 05/10/2014 21:16

Ap�s uma campanha eletrizante no Rio Grande do Sul, com direito a reviravoltas, o ex-prefeito de Caxias do Sul Jos� Ivo Sartori (PMDB), a grande surpresa da elei��o ga�cha, e o governador Tarso Genro (PT) garantiram o passaporte ao segundo turno da elei��o para o Pal�cio Piratini, no dia 26 de outubro.

Com 98,51% dos votos apurados, Sartori tem 40,48% dos v�lidos, � frente do atual governador, com 32,49%. A senadora Ana Am�lia Lemos (PP), que era favorita at� a metade de setembro, tem 21,79%.

O resultado deste domingo (5) mant�m a chance de que os ga�chos quebrem uma tradi��o bem peculiar, de nunca terem reelegido um governador.

Ana Am�lia despontou na lideran�a nas pesquisas mesmo antes do in�cio oficial da campanha. Durante semanas, os levantamentos mostravam uma vantagem de quase 10 pontos porcentuais sobre Tarso, e uma diferen�a ainda maior dele para Sartori - que come�ou a disputa com cerca de 5% da prefer�ncia do eleitorado.

Conhecida dos ga�chos por sua carreira como jornalista de TV, Ana Am�lia construiu uma candidatura s�lida, baseada na promessa de melhorar a gest�o dos gastos p�blicos. A senadora insistiu no discurso de que a m�quina p�blica estadual est� inflada e que o atual governo foi incapaz de solucionar a crise financeira do RS - o Estado tem uma d�vida de mais de R$ 50 bilh�es com a Uni�o, o que compromete de maneira consider�vel sua capacidade de investimento.

Tarso tratou de exaltar as conquistas do seu governo e apontar uma falta de experi�ncia da advers�ria em cargos executivos. Mas o rumo da disputa come�ou a mudar de forma significativa quando Ana Am�lia passou a ser atingida por den�ncias de ter sido funcion�ria fantasma do Senado e de n�o ter declarado em sua rela��o de bens uma fazenda herdada do falecido marido, o ex-senador bi�nico Oct�vio Omar Cardoso.

A campanha petista explorou as acusa��es e conseguiu desestabilizar a candidatura da rival. A partir da�, Ana Am�lia caiu nas pesquisas. Neste momento, Sartori j� estava subindo gradativamente, enquanto os dois primeiros colocados se concentravam em sua disputa particular. Sartori se posicionou como um candidato simples e acess�vel, um "gringo" do interior, mais preocupado em apresentar propostas do que em confrontar os advers�rios.

A estrat�gia funcionou, e ele foi angariando votos tanto dos eleitores indecisos como dos simpatizantes de Ana Am�lia. Em pouco tempo, Sartori deixou de ser um coadjuvante para se tornar um candidato competitivo.

A campanha de Sartori acertou tamb�m ao "usar" o aliado PSB de maneira adequada. Quando Marina Silva substituiu Eduardo Campos como candidata � Presid�ncia e disparou nas pesquisas, os programas no r�dio e na TV relacionaram a imagem de Sartori com a de Marina � exaust�o. Serviu para que ele ficasse mais conhecido entre o eleitorado ga�cho. Depois, quando a ex-senadora perdeu for�a, os programas passaram a ter cada vez mais Sartori e menos Marina.

O PMDB mobilizou a base do partido em todo o Estado para trabalhar por Sartori na reta final. O senador Pedro Simon, candidato � reelei��o (mas sem chances de vencer), acompanhou praticamente todas as agendas de Sartori e passou a fazer mais campanha para o colega do que para ele mesmo.

Forma��o

Nascido no munic�pio ga�cho de Farroupilha em 1948, Sartori � formado em Filosofia e deu in�cio � carreira pol�tica em 1976, como vereador de Caxias do Sul. Nos anos seguintes, foi deputado estadual por cinco mandatos consecutivos e, depois, deputado federal. Chegou � Prefeitura de Caxias do Sul em 2004 e foi reeleito para o cargo em 2008. A coliga��o O Novo Caminho para o Rio Grande, de Sartori, engloba o PMDB, PSD, PPS, PSB, PHS, PT do B, PSL e PSDC.

Tarso � natural de S�o Borja e formado em Direito. Iniciou sua trajet�ria pol�tica no extinto MDB (Movimento Democr�tico Brasileiro) e, em 1988, j� no PT, foi vice-prefeito de Porto Alegre. Em 1992 tornou-se prefeito, cargo que voltou a ocupar em 2000. Em 2002, tentou pela segunda vez ser eleito governador, mas perdeu para Germano Rigotto (PMDB). Durante os dois mandatos do presidente Lula, Tarso exerceu em Bras�lia os cargos de Secret�rio Especial do Conselho de Desenvolvimento Econ�mico e Social e Ministro da Educa��o, das Rela��es Institucionais e da Justi�a. Em 2010, foi escolhido governador do RS no primeiro turno, com 3,416 milh�es de votos v�lidos. A coliga��o Unidade Popular pelo Rio Grande, de Tarso, re�ne o PT, PTB, PC do B, PROS, PPL, PTC e PR.

Embate desconhecido

Como a polariza��o entre Tarso e Ana Am�lia monopolizou boa parte da campanha, inclusive nos debates, n�o se sabe muito bem o que esperar de um confronto direto - e decisivo - entre Tarso e Sartori. � preciso saber se o petista repetir� a t�tica do ataque, bem-sucedida com Ana Am�lia, e se o peemedebista conseguir� manter a postura mais neutra e pac�fica que caracterizou sua participa��o no primeiro turno.

O problema do endividamento p�blico ga�cho pode continuar no centro das discuss�es, e ambos os candidatos devem aproveitar as pr�ximas tr�s semanas para convencer os eleitores de que t�m condi��es de desafogar os cofres ga�chos e garantir recursos para investir no RS. Al�m disso, Tarso tratar� de capitalizar o bom desempenho da presidente Dilma Rousseff (PT) no Estado e refor�ar a import�ncia do "alinhamento das estrelas".

Vale lembrar que, no �mbito nacional, tanto o PP de Ana Am�lia como o PMDB de Sartori est�o coligados com o PT. No Rio Grande do Sul, contudo, os dois partidos costumam fazer oposi��o aos petistas.

De qualquer forma, sabe-se que o PT preferia um segundo turno com Ana Am�lia, pois existe a percep��o de que os eleitores de Sartori poderiam votar em Tarso, mas os simpatizantes da senadora s�o ainda mais alinhados com a direita e, na maior parte dos casos, antipetistas. Em muitas pesquisas de inten��o de votos, inclusive, Sartori aparece � frente de Tarso nas simula��es de segundo turno.


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