(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Em defesa da "nova pol�tica" filho de Renan Calheiros � eleito governador de Alagoas

Deputado federal Renan Filho (PMDB) teve apoio de seu pai, Renan Calheiros, e do senador reeleito Fernando Collor de Mello


postado em 05/10/2014 23:37 / atualizado em 05/10/2014 23:54

(foto: Facebook/Divulgação)
(foto: Facebook/Divulga��o)

O deputado federal Renan Filho (PMDB) foi eleito neste domingo, 5, o governador mais novo de Alagoas, com 52,38% dos votos. Sob a �gide da "nova pol�tica", sua vit�ria no primeiro turno � fruto do esfor�o de membros da velha pol�tica, entre eles seu pai, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-presidente e senador reeleito Fernando Collor de Mello (PTB).

Eleito governador mais jovem de Alagoas, a vit�ria � um presente de anivers�rio para Renan Filho, que completa 35 anos nesta quarta-feira, 8. Para o pai, faz parte do plano de governar o Estado, presidir o Senado e ainda consolidar o filho como uma nova lideran�a do Nordeste, de olho no v�cuo deixado pela morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), no dia 13 de agosto.

Jovem, mas n�o despreparado como ele mesmo disse, Renan Filho garante estar preparado para o desafio de comandar o mais violento e um dos mais pobres estados do Pa�s e ainda cumprir o papel pol�tico desenhado pelo pai.

Velhas pr�ticas


Levada ao centro do debate eleitoral, a cidade de Murici, a 50 quil�metros de Macei�, � o ber�o da fam�lia Calheiros, que comanda a prefeitura desde 1996. � ela quem mais coloca em xeque os principais motes da campanha vitoriosa de Renan Filho: o da "mudan�a" e da "nova pol�tica". "Venho de uma nova gera��o da pol�tica", afirmou o peemedebista ao votar pela manh�, em Macei�, ao lado da mulher, Renata, e do filho Vitor, de 3 anos.

Na noite do s�bado, v�spera da elei��o, a reportagem visitou a cidade e a casa da fam�lia Calheiros. Moram nela o irm�o do presidente do Senado e prefeito da cidade, Remi Calheiros (PMDB), a secret�ria de Assist�ncia Social e primeira-dama, Soraia Calheiros, que controla os cadastrados assistencialistas, e a matriarca Ivanilda.

O local, uma esp�cie de escrit�rio pol�tico e extens�o da prefeitura, vira ponto de peregrina��o de eleitores, em busca de dinheiro que vive com as portas abertas. "Viemos da fazenda, mas hoje est� demorando. O prefeito parece que saiu", conta dois agricultores acompanhados de um jovem. Pergunto quanto eles iam receber. "Uns R$ 20,00", conta ele, at� a chegada de um membro da fam�lia Calheiros, que diz que n�o h� quem d� entrevistas no local.

Sem ter algu�m que receba as pessoas na porta, a casa tem acesso livre aos c�modos sociais, como varanda, sala de jantar e a sala de TV, onde est�o retratos da fam�lia no pouco espa�o que sobra na estante tomada por trof�us de futebol.

No port�o ao lado, que d� acesso direto a parte reservada da casa, onde est�o os familiares e as pessoas s�o recebidas para conversar, entra um carro.

"Deve ter trazido mais dinheiro", brinca um dos peregrinos. A fam�lia nega qualquer distribui��o de dinheiro. Diz apenas que recebe os moradores como faz durante todo ano.

Na sa�da da cidade, passam das 21h, quando pelo menos cinco carros com policiais militares tentam resolver um conflito entre militantes pr�s e contras a fam�lia Calheiros. Al�m de Renan Filho, o tio Olavo Calheiros � candidato a deputado e deve ser eleito.

O comandante do 2º Batalh�o da Pol�cia Militar, em Murici, coronel Walter do Valle, afirma tradicionalmente os pol�ticos locais colocam seus cabos percorrendo o munic�pio de carro durante a madrugada e as fam�lias ficam com as casas abertas esperando por dinheiro.

"Isso � comum. Quando flagramos, prendemos. Na comarca vizinha o juiz estipulou que depois das 22h, al�m de bebida, fica fechada a cidade. Qualquer ve�culo circulado a partir das dez horas da noite � alvo suspeito. Quanto maior a cidade, mais tranquilo ela �. Quanto menor, mais provinciana, mais acontece isso porque cria fac��es", critica.

Em sua campanha, Renan Filho apresentou uma Murici que s� existe nas pe�as publicit�rias. Nos discursos, entrevistas e propagandas de TV e r�dio, o munic�pio de 26 mil habitantes com baixo �ndice de desenvolvimento e de infraestrutura prec�ria tem escolas em tempo integral, polo industrial gerador de empregos. Na realidade, a hist�ria � outra.

Em Murici, s� metade (53%) das 6.114 casas t�m saneamento adequado e 30% da popula��o acima de 15 anos n�o sabe ler nem escrever, diz o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Ao todo, s�o 3.705 pessoas vivendo em casas com saneamento inadequado, sendo que 80% t�m rendimento nominal per capita de at� meio sal�rio m�nimo.

Vive-se em Murici com uma renda mensal domiciliar per capita nominal de R$ 228,00. � a prefeitura, nas m�os da fam�lia Calheiros h� 18 anos, a maior geradora de emprego, � ela quem distribui as casas feitas com verba da Uni�o, � quem d� alimento para completar a mesa daqueles que s�o cadastrados nas listas assistencialistas.

Renan Filho enfatizou tamb�m a melhora de vida. Quando ele foi prefeito a partir de 2005 - pegando as chaves do gabinete das m�os do tio, Remi Calheiros ao fim de dois mandatos e agora novamente o prefeito pela terceira vez - a taxa de pessoas com 15 ou mais anos que eram analfabetas em 2000 era de 43%. Quando saiu em 2010 no meio do governo para ser deputado federal e deixar no seu lugar novamente o tio, que era seu vice, a taxa havia ca�do para 30%.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)