Na primeira elei��o depois das manifesta��es de junho de 2013, quando os eleitores pediram mudan�a na pol�tica, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais ter� uma das menores taxas de renova��o de deputados estaduais dos �ltimos anos. Entre os 77 deputados estaduais eleitos, apenas 26 s�o novatos, uma renova��o de 33,77 %. Os outros 51, que equivalem a dois ter�os da atual Legislatura, conseguiram se reeleger. Nas elei��es de 2010 e 2006, a renova��o tinha sido respectivamente de 36,36% e 40,1%.
O n�mero m�nimo de votos necess�rio para conquistar cada cadeira (quociente eleitoral) foi 134.374. A renova��o foi menor ainda se considerado que, mesmo entre os novos, entraram alguns pol�ticos j� conhecidos ou que s�o parentes de deputados que n�o concorreram e passaram o bast�o para eles no Legislativo. Entre os conhecidos, voltou � Casa, por exemplo, a ex-prefeita de Contagem Mar�lia Campos (PT). O ex-deputado federal Jo�o Magalh�es (PMDB), que teve o nome envolvido em esquemas de venda de emendas parlamentares, conseguiu uma cadeira na Assembleia.
Outro que entrou foi o vereador peemedebista Iran Barbosa. O ex-secret�rio de Sa�de, Ant�nio Jorge, conseguiu uma vaga pelo PPS. Muito criticado pelos parlamentares quando ocupou a pasta – eles alegavam que ele invadia as bases e trabalhava com sua atua��o para se tornar parlamentar – Jorge conseguiu 92,8 mil, ficando em quarto lugar do bloc�o dos partidos aliados da atual gest�o no Pal�cio da Liberdade.
Entre os parentes, foi eleita Celise Laviolla (PMDB), que � cunhada do ex- vice presidente da Assembleia, deputado Jos� Henrique, o mais votado do PMDB em 2010 e morto no ano passado. A irm� do presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro (PP), tamb�m conseguiu uma vaga, por�m com vota��o bem menos expressiva que a do irm�o. Ione Pinheiro (DEM) teve 81,9 mil votos, praticamente metade dos 159,4 mil de Dinis, neste ano candidato a vice-governador na chapa derrotada do ex-ministro das Comunica��es Pimenta da Veiga (PSDB). Tamb�m conseguiram mandatos os filhos do prefeito de Mariana, Celso Cotta, o estreante Tiago Cotta (PPS), e do ex-presidente do Legislativo, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Mauri Torres, Tito Torres (PSDB). O filho do deputado Ant�nio Gernaro, Leandro Genaro (PSB), � outro que vai substituir o pai o partir do ano que vem.
Do PR, foi eleito o ex-subsecret�rio de Rela��es Institucionais do governo de Minas e presidente municipal do partido, Leonardo Portela, tamb�m filho do deputado federal Lincoln Portela. A irm� do vereador Wellington Magalh�es, Arlete Magalh�es, foi eleita pelo PTN.
Entre os novatos, foram eleitos o m�dico Jean Freire e o advogado Cristiano Silveira, pelo PT. A bancada do PDT tamb�m fez um novato, o empres�rio Nozinho. Pelo PP, entra Felipe Atti� e pelo PR chega � Casa Arnaldo. O PSC conseguiu eleger dois novos deputados, Douglas Melo da Musirama e Noraldino Junior. Na cota de novos nomes, entram ainda Ricardo Faria, pelo PCdoB e Emidinho Madeira e F�bio Avelar, do PTdoB. Do PTN, entra Roberto Andrade. J� pelo PHS entrou Dirceu Ribeiro e, do PMN, Isauro Calais.
Dois dos tr�s deputados mais votados contribu�ram para puxar outros candidatos com eles. Com 130 mil e 127 mil votos, respectivamente, M�rio Henrique (PCdoB) e Leandro Genaro (PSB) possibilitaram que dois correligion�rios entrassem tamb�m na Assembleia de acordo com as regras de vota��o proporcional. Ricardo Faria e Celinho do Sinttrocel, ambos do PCdoB, juntos somaram quase metade dos votos de M�rio Henrique. No PSB, Wanger Borges e Lerin foram os eleitos. Com 70,8 mil votos, Fred Costa possibilitou a vaga de Dirceu Ribeiro, companheiro na chapa da coliga��o Sou Mais Minas e deputado eleito com menor n�mero de votos – 25.394.
Entre os atuais parlamentares da Assembleia, o mais votado foi Paulo Guedes (PT), com 164,8 mil votos. Ele conseguiu superar o atual deputado mais votado, o presidente da Assembleia, deputado Dinis Pinheiro (PP). Al�m de estar na coliga��o vitoriosa de Fernando Pimentel, o parlamentar teve a seu favor o fato de ter concorrido � Prefeitura de Montes Claros em 2012.
O pol�tico quase dobrou o n�mero de votos em rela��o � elei��o de 2010, quando teve 92,7 mil. Ao desempenho, ele credita sua dedica��o � responsabilidade social e a humildade t�pica do Norte de Minas. Apelidado na �poca do col�gio de “vampiro brasileiro”, por causa das falhas na arcada dent�ria, Guedes diz que sua carreira pol�tica teve in�cio logo depois que o pai pagou-lhe um tratamento dent�rio e ele conseguiu sorrir. “N�o posso esquecer meu passado. Sempre estive presente no parlamento e dediquei muito tempo � minha regi�o”, afirma.