
Mesmo a dist�ncia e sem assumir oficialmente o namoro, o PSB da ex-senadora Marina Silva e o PSDB de A�cio Neves, come�am a flertar e j� desenham uma alian�a no segundo turno. Um dia depois de a ex-candidata ser derrotada nas urnas e o tucano garantir lugar na disputa, integrantes das duas campanhas declaram inten��o de que a oposi��o una for�as em torno de A�cio, em uma empreitada contra a reelei��o da presidente Dilma Rousseff (PT). Amanh�, a Executiva Nacional do PSB se re�ne em Bras�lia para uma defini��o.
Embora o martelo sobre o apoio ainda n�o tenha sido batido, o irm�o do ex-governador Eduardo Campos, Antonio Campos; o vice de Marina, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), e o coordenador de campanha da ex-candidata, Walter Feldman, j� declararam prefer�ncia por A�cio. Enquanto isso, a c�pula do PSDB, capitaneada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, iniciou ontem uma ofensiva para construir a alian�a com Marina Silva, que conquistou 22 milh�es de votos v�lidos (21,3%).
Nessa segunda-feira, aliados da ex-senadora ligados � Rede Sustentabilidade – partido em fase de cria��o de Marina abrigado pelo PSB – se reuniram com a ex-presidenci�vel em S�o Paulo para discutir a posi��o do grupo na pr�xima fase da campanha. Ela disse que gostaria de manter os partidos da coliga��o unidos no segundo turno. Antes do encontro, que durou at� a noite, a ex-senadora telefonou para Dilma e A�cio Neves. Numa conversa protocolar, parabenizou os advers�rios, mas n�o tratou de eventual apoio.
Embora o deputado Beto Albuquerque ainda n�o tenha feito nenhuma declara��o p�blica a respeito, seus aliados garantem que ele defender� internamente apoio a A�cio Neves. Al�m de ser um cr�tico severo do governo Dilma, Beto apoia Ivo Sartori, do PMDB, no Rio Grande do Sul. Sartori disputar� o governo ga�cho contra o petista Tarso Genro.
No Twitter, ontem, ele deu indiretas sobre sua posi��o. “Quem joga sujo na elei��o n�o tem meu respeito”, escreveu, em refer�ncia � dura campanha do PT sobre Marina. E completou: “Como bom ga�cho, n�o sou de levar desaforo, cal�nia, vilanias e mentiras detratoras para casa.” O irm�o de Campos tamb�m usou as redes sociais para declarar sua prefer�ncia. “O meu voto no segundo turno � A�cio Neves. Ressalto que tal declara��o � em meu nome pessoal. Acho salutar uma mudan�a nesse momento, para o Brasil”, escreveu no Facebook.
Acordo dif�cil com Dilma
Apesar da inclina��o de Marina por A�cio, o presidente nacional da sigla, Roberto Amaral, defende o apoio a Dilma. Segundo aliados, a ex-senadora j� indicou que, caso n�o haja consenso entre Rede e PSB, definir� seu posicionamento individualmente. O coordenador da campanha de Marina Silva, Walter Feldman, afirmou, na manh� de ontem, que um apoio a Dilma no segundo turno � pouco prov�vel.
“� um apoio dif�cil. Ineg�vel que durante a campanha ficou clara a inten��o da administra��o do PT, da campanha eleitoral, de que o governo de Dilma foi extraordin�rio. Isso n�o correspondia � realidade. N�s sabemos que o quadro � muito dif�cil”, afirmou Feldman, que ressaltou que Rede e PSB podem seguir dire��es diferentes.
Mas n�o � o que deve ocorrer, j� que h� esfor�o interno de nomes do PSB para apoiar A�cio. O deputado federal reeleito J�lio Delgado (PSB-MG) � o principal articulador dessa posi��o em Minas. “Vamos ouvir a bancada e j� estamos atuando nessa dire��o”, afirma Delgado. Em S�o Paulo, M�rcio Fran�a (PSB), vice do governador reeleito de Geraldo Alckmin (PSDB), � o maior apoiador de A�cio.
Com Denise Rothenburg e ag�ncias