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Estado de Minas

Credibilidade dos institutos de pesquisa ficou abalada

Resultado das pesquisas de boca de urna foi um dos maiores fracassos dos �ltimos tempos


postado em 07/10/2014 00:12 / atualizado em 07/10/2014 08:03

Os institutos de pesquisa cometeram erros nas estimativas de votos extra�das dos levantamentos de boca de urna, aqueles em que o eleitor j� registrou a sua prefer�ncia na urna eletr�nica, e, portanto, n�o h� mais a possibilidade de mudan�a de opini�o. Os intervalos de confian�a, que consideram as margens de erro das estimativas divulgadas ontem pelo Ibope para candidatos da corrida presidencial e das elei��es para os governos do Rio de Janeiro, da Bahia e do Rio Grande do Sul, est�o fora dos resultados reais divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Por se tratar de uma amostra, o intervalo de confian�a � o n�vel de incerteza da estimativa. Nesse intervalo formado pela estimativa de quantos votos ter� um candidato, mais ou
menos a margem de erro da pesquisa, dever� estar contido o resultado final das urnas. No caso da pesquisa para presidente da Rep�blica, h� questionamento, inclusive, quanto ao tamanho da margem de erro declarada no registro metodol�gico feito � Justi�a Eleitoral. O Ibope informou margem de dois pontos percentuais para a pesquisa com 64.200 entrevistas no pa�s, dentro de um n�vel de confian�a de 99%. Contudo, para uma amostra deste tamanho, a margem de erro m�xima � bem menor, de meio ponto percentual para mais ou para menos.

A pesquisa de boca de urna do Ibope informou ontem que Dilma Rousseff teria 44% dos votos, mais ou menos uma margem de erro de dois pontos percentuais. Abertas as urnas, Dilma deveria ter entre 43,5% e 44,5% dos votos v�lidos, uma vez que a margem de erro m�xima para 64.200 entrevistas, dentro de um n�vel de confian�a de 99%, � de 0,5 ponto percentual. Considerando a margem de 2 pontos percentuais informada pelo Ibope, o intervalo de confian�a para a estimativa de votos de Dilma se amplia: consolidadas as urnas, ela deveria ter entre 42% e 46%. A presidente ficou com 41,59%. Tamb�m o intervalo de confian�a para os votos de A�cio Neves (PSDB) indicados por esta mesma pesquisa de boca de urna n�o trouxeram os resultados reais das urnas. A�cio Neves teria 30%, ou seja, entre 28% e 32% segundo a margem de erro informada de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Obteve 33,55%. Vale lembrar que at� a �ltima semana o candidato de PSDB n�o ultrapassou os 20 pontos nas pesquisas do Ibope.

Rio, Bahia e Sul No Rio de Janeiro, a pesquisa de boca de urna com 5 mil entrevistas e um n�vel de confian�a de 99% sugeria que o governador Luiz Fernando Pez�o (PMDB) teria 34% dos votos, ou seja, entre 32% e 36%. Conseguiu 40,57%. J� o deputado federal Anthony Garotinho (PR), que obteria, de acordo com o Ibope, 28% dos votos – algo entre 26% e 30% – nas urnas ficou com 19,75%. O senador Marcelo Crivella (PRB), que foi para o segundo turno, apareceu na pesquisa de boca de urna com 18% dos votos – teria entre 16% e 20%. Ao final da apura��o, conquistou 20,26%.

Na Bahia, o candidato ao governo Rui Costa, obteria, segundo a pesquisa de boca de urna, tamb�m com 5 mil entrevistas, 49% – ou seja, entre 47% e 51%. Rui Costa venceu em primeiro turno com 54,53% dos votos. Da mesma forma, no Rio Grande do Sul, a pesquisa de boca de urna, com 5 mil eleitores, deu a Jos� Ivo Sartori (PMDB), 29% dos votos – entre 27% e 31%. Ele ficou com 40,4%. J� o governador Tarso Genro (PT), que teria 35% das prefer�ncias – algo entre 33% e 37% – conquistou nas urnas 32,57%. A senadora Ana Am�lia (PP), teria entre 24% e 28% dos votos. Na urna, obteve 21,79%.

Os erros de estimativas nas pesquisas de boca de urna no domingo passado extrapolam a pol�tica e reacendem uma antiga reclama��o das emissoras que t�m contratos com o Ibope – �nico que possu�a no pa�s o equipamento People meter para mensurar a audi�ncia. O SBT, a Record, a Rede TV e a Bandeirantes contrataram a alem� GFK para este trabalho. “As emissoras brasileiras s�o clientes habituais do Ibope, com contratos de longa data. Sempre houve insatisfa��o com a confiabilidade dos dados, sobretudo porque consideramos que a amostra para as pesquisas de audi�ncia � muito pequena. Ao mesmo tempo, o pre�o pago � astron�mico”, afirma fonte ligada a uma emissora de TV. “Por isso a concorr�ncia � t�o importante”, acrescenta.

Cresce n�mero de absten��es

Marcelo da Fonseca

O n�mero de eleitores que n�o compareceram �s urnas no primeiro turno da elei��o presidencial foi o mais alto desde o pleito de 1998. No domingo, mais de 27,7 milh�es de cidad�os n�o foram �s zonas eleitorais, uma absten��o de 19,4% do eleitorado brasileiro. Somados aos 4,4 milh�es de eleitores que votaram em branco e mais 6,6 milh�es que anularam o voto, 38,7 milh�es de eleitores preferiram n�o escolher um candidato � Presid�ncia da Rep�blica. Esse n�mero representa 27% dos 142,8 milh�es de eleitores no pa�s, quantidade superior � vota��o do segundo colocado na disputa pelo Pal�cio do Planalto, o senador A�cio Neves (PSDB), que recebeu 34,8 milh�es de votos.

De acordo com dados divulgados ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o alto n�mero de eleitores que preferiram n�o participar da disputa em 2014 superou as absten��es das �ltimas tr�s elei��es presidenciais. Em 2002, a absten��o era de 17,7%, caindo para 16,7% na elei��o seguinte, em 2006. Desde a reelei��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), o n�mero de ausentes passou a crescer. Em 2010, a absten��o foi de 18,1% e neste ano chegou a 19,4%. O percentual s� ficou abaixo do registrado na �ltima elei��o da d�cada de 1990, na reelei��o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando o TSE registrou 21,4% de ausentes.

Em rela��o aos votos nulos e brancos, o tribunal registrou novo aumento nos �ndices quando comparados com a �ltima elei��o, em 2010. Em 1998, foram registrados os maiores �ndices de votos brancos e nulos, com 8% e 10,6%, respectivamente. Os n�meros ca�ram significativamente na elei��o de 2002, quando 3% dos eleitores votaram em branco e 7,3% anularam seus votos. Em 2006, o percentual de brancos foi de 2,7% e o de nulos ficou em 5,6%. Nas elei��es de 2010, quando a presidente Dilma Rousseff (PT) foi eleita, o n�mero caiu ainda mais, com 2,5% em branco e 5,5% nulos. No primeiro turno deste ano, os percentuais de votos brancos e nulos subiram para 3,8% e 5,8%, respectivamente.

O Maranh�o foi o estado com o maior �ndice de absten��o, com 23,6% dos eleitores deixando de comparecer �s urnas. O segundo estado com a maior absten��o foi a Bahia, tamb�m na Regi�o Nordeste, onde 23,2% n�o votaram. Na outra ponta do ranking, o Amap� foi o estado que registrou o menor n�vel de absten��o, com apenas 10,4% do eleitorado ausente. Em seguida vem o Distrito Federal, com 11,6% de faltas no primeiro turno. Em Minas, dos 15,2 milh�es de eleitores aptos para votar, o n�mero de absten��es foi de 3 milh�es – 20% do total.


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