Paulo Silva Pinto, J�lia Chaib, Andr� Shalders e Luana Brasil

Bras�lia – O apoio do PSB � candidatura de A�cio Neves foi engrossado ontem pela ades�o de partidos nanicos e pol�ticos do PDT. Um grupo de deputados do PMDB, cujo presidente Michel Temer � candidato a vice de Dilma Rousseff (PT), tamb�m pretende convencer a bancada da legenda em Bras�lia a apoiar o tucano. O governador eleito de Mato Grosso, Pedro Taques, o senador eleito pelo Distrito Federal, Jos� Ant�nio Reguffe, e o senador Cristovam Buarque, todos do PDT, tamb�m manifestaram apoio a A�cio.
Em clima de festa, A�cio encontrou-se com militantes, senadores eleitos e candidatos a governos estaduais que j� conquistaram o mandato no primeiro turno ou que permanecem na disputa. “N�o sou mais apenas o candidato do PSDB a presidente da Rep�blica, mas de uma ampla coliga��o que nos trouxe at� aqui. Sou, a partir deste instante, o representante da esperan�a, da mudan�a, de valores e efici�ncia na m�quina p�blica”, discursou A�cio diante de uma plateia empolgada no audit�rio do Memorial JK.
Uma das principais atra��es do encontro foi o candidato derrotado � Presid�ncia do PV, Eduardo Jorge. Ele acabava de sair da reuni�o que decidiu apoiar A�cio no segundo turno. Em um demorado discurso, Jorge afirmou que a escolha por A�cio veio da proximidade entre o programa do partido e o do PSDB, sobretudo na busca do desenvolvimento sustent�vel.
O candidato derrotado do PV aproveitou para atacar a presidente Dilma Rousseff. “Acredito que ela nem acredita em aquecimento global, ela � uma c�tica”, afirmou. O deputado Pastor Everaldo (PSC-RJ), outro candidato derrotado que apoia A�cio, tamb�m estava no encontro e discursou. “Recebi um telefonema de A�cio na segunda-feira � noite e marcamos de virmos aqui hoje (ontem). E o compromisso que eu pedi ao A�cio � que ele tome como preocupa��o principal, e ele j� demonstrou isso, � com os pobres desse pa�s”, contou Everaldo. “A outra preocupa��o � que realmente o nosso pa�s saia das p�ginas policiais. Nunca se prendeu tanto nesse pa�s. � verdade. � que nunca houve tanta corrup��o”, completou ele, ironizando o discurso adotado por Dilma Rousseff.
A lista de presen�a incluiu parlamentares do PMDB que apoiam A�cio apesar de o partido integrar a base do governo, como o senador Jarbas Vasconcelos (PE) e o deputado Danilo Forte (CE).
Em entrevista a jornalistas antes de ir para o audit�rio, A�cio disse n�o temer ataques na campanha do segundo turno. “Estou numa campanha pol�tica, n�o numa guerra. Convido a presidente da Rep�blica a fazer uma campanha de alto n�vel, onde ela possa dizer o que pensa em rela��o ao Brasil.” Na coletiva, o candidato voltou a dizer que o povo brasileiro demonstrou o sentimento de mudan�a nas urnas e que ele ser� o respons�vel por conduzir o processo.
Embora tenha dito que sempre defendeu mandato de cinco anos para cargos p�blicos sem direito � reelei��o, ele afirmou que esta � uma quest�o “secund�ria”. “N�o � um ato unilateral que vai permitir que a nossa tese seja implementada. (…) Existe uma quest�o jur�dica. N�o vou antecipar as coisas. Eu nem sequer sou presidente. (...) O momento que ser� implementado depender� do Congresso”, afirmou. Ele voltou a defender a escola integral e projetos de sustentabilidade e disse que, sobre o apoio de Marina Silva, as quest�es essenciais os aproximam mais que “os separam”. No evento, A�cio afirmou que, caso eleito, ser� o presidente dos “pobres” e dedicar� aten��o ao Nordeste.
GOVERNADOR O futuro governador do Mato Grosso, Pedro Taques (PDT), tamb�m declarou apoio ao candidato do PSDB, durante o ato no Memorial JK. “Minha op��o ser� a op��o de um grupo, notadamente o grupo de companheiros com que me atuo dentro do PDT, como no caso do senador Cristovam Buarque e do novo senador eleito por Brasilia, Reguffe”, disse ele.
Assim como Taques, o senador Cristovam Buarque tamb�m est� com A�cio. “H� momentos em que a �nica coisa que a gente quer de um novo presidente � que renove os quadros. A�cio representaria um passo para oxigenar. Seu governo n�o come�aria com a um cansa�o de 12 anos”, disse o parlamentar do PDT.
PMDB Parte dos deputados reeleitos pelo PMDB tamb�m est�o com A�cio e tentam convencer a bancada do partido na C�mara a fazer o mesmo. O grupo apresenta dois argumentos. O primeiro � de que ficou longe da unanimidade a entrada do PMDB na coliga��o da candidata Dilma Rousseff.
O outro � que, em seu primeiro mandato, a petista deu pouco espa�o para os deputados do PMDB participarem do governo. “A gente vai operar pesado pela mudan�a”, afirmou Darc�sio Perondi (PMDB-RS), que apoiou Marina Silva no primeiro turno. Na ter�a-feira, no Senado, Ricardo Ferra�o (PMDB-ES) tamb�m manifestou seu desacordo com o apoio a Dilma. “Estive ao lado da mudan�a no primeiro turno e manifesto minha confian�a de que o Brasil votou pela mudan�a", disse.