Dez raz�es para votar em A�cio. H� alguns anos, Milton Campos, candidato a vice de J�nio Quadros, foi derrotado por Jango Goulart, inclusive em Minas Gerais. O resultado foi a Revolu��o de 1964 e tudo o mais que dai decorreu. N�o podemos repetir erros do passado.
FALTAM quatro dias. N�o digo "apenas quatro dias", pois quatro dias s�o 106 horas. Para uma campanha t�o contundente, � tempo demais. Enfim, o jeito � enfrentar e esperar. Sentado, para n�o cair de susto, de espanto. Pois ningu�m pode prever o que as urnas v�o revelar, j� que as pesquisas, como sempre se viu e se comprovou, n�o s�o confi�veis, ou por incompet�ncia, ou por outras raz�es menos nobres.
O CANDIDATO que seria o melhor, para os que desejam mudan�a de rumos para o pa�s, � mesmo o mineiro A�cio Neves Cunha. Ele foi bom governador do Estado. � aberto ao di�logo. � extremamente simp�tico. Conquista, f�cil, a amizade dos que dele se aproximam. � uma reprise, se me permitem, do ex-governador e ex-presidente da Rep�blica, tamb�m mineiro, Juscelino Kubitschek. Tem o mesmo jeito ameno e conciliador de JK. E a mesma vontade de realizar, de promover o desenvolvimento, de elevar o n�vel da popula��o e do pa�s, atrav�s do crescimento econ�mico, da educa��o, da sa�de, do bom conv�vio com todas as na��es do mundo, e n�o apenas com as que possam corresponder �s suas convic��es ideol�gicas, como acontece atualmente.
J� me perguntaram qual a raz�o do expressivo apoio que A�cio tem recebido dos eleitores brasileiros. Vou tentar resumir o que penso em dez �tens, mas poderia elencar muito mais.
1 - A passagem de A�cio pelo governo de MInas, eleito e reeleito, foi um sucesso sem precedentes - com o que, mais uma vez, ele se equipara a JK. Ao fim do seu segundo mandato ele recebeu a aprova��o de 92% dos mineiros. Quem, no Brasil de hoje, alcan�ou percentual igual? Em sua gest�o, n�o se levantou nenhum caso de corrup��o, os direitos dos cidad�os, dos funcion�rios, foram respeitados, os servi�os burocr�ticos, engarrafados nos velhos pr�dios da Pra�a da Liberdade, foram transferidos para a Cidade Administrativa, que ele construiu, dotando a regi�o de uma avenida de primeiro mundo, a Linha Verde. Muitos funcion�rios reclamam, alegando que o local de trabalho � distante de suas casas. Mais uma vez a semelhan�a com JK, que mudou a capital federal do conflagrado Rio de Janeiro para o Planalto Central, construindo Bras�lia em cinco ano, tamb�m muito criticada pelos que sairam das praias cariocas para o deserto planaltino. Hoje, Bras�lia � motivo de orgulho nacional.
2 - O GOVERNO federal est� desgastado e desmotivado pelos 12 anos de repeti��o cansativa e mon�tona dos slogans petistas. Para os mineiros, os 12 anos, Lula, oito, e Dilma, quatro, n�o foram benef�ficos. O governo e as verbas federais ignoraram Minas. O metr�, aquele trenzinho de superf�cie que depende do governo e das verbas da Uni�o, n�o aumentou o tamanho de suas linhas em sequer um cent�metro, apesar das promessas. Uma nova administra��o, comandada por um mineiro aut�ntico, pois filho do saudoso e digno A�cio Ferreira da Cunha, ex-deputado estadual e federal, neto de dois homens p�blicos not�veis, Trist�o da Cunha e Tancredo Neves, recolocaria Minas Gerais na rota do desenvolvimento econ�mico, cultural e social.
3 -� PRECISO dar oportunidade a novas id�ias, a novos projetos, que s� um novo governante, pode proporcionar. � preciso abrir as janelas, cerradas h� 12 anos, para a entrada do ar puro e renovador dos ambientes. � preciso que novos gestores tragam novos programas, novas iniciativas, novas obras em benef�cio da popula��o. O reeleito vai apenas repetir o que foi feito e deixar de fazer o que n�o fez e deveria ter feito. Os v�cios e malfeitos do passado ser�o, certamente, reeditados. A atual presidente j� entrou para a hist�ria, j� garantiu seu retrato na galeria de ex-presidentes. � chegada a hora da mudan�a.
4 - A TROCA de comando � sempre ben�fica na �rea p�blica, pois propicia a troca de rotinas, o surgimento de novos programas. E abre as portas e as vagas do servi�o p�blico para as novas gera��es. H� 12 anos, os mesmos se repetem, nem sempre com sucesso.E mais: A�cio, j� o disse Jos� Serra, sabe delegar. Como delegou aqui em Minas. E sua equipe, basta ver os que o ajudaram e ainda ajudam, � do melhor gabarito, bastando citar o professor da nossa velha Faculdade de Direito, o jurista Ant�nio Anastasia, agora eleito senador, e que dever� ser ministro chefe da Casa Civil do novo presidente, ou superministro, com a fus�o, j� anunciada por A�cio, dos minist�rios, hoje s�o 39, que ser�o extintos. Uma garantia de compet�ncia e e dignidade.
5 - A ECONOMIA est� em crise, empresas at� ent�o s�lidas enfrentam dificuldades, outras em estado falimentar, ou quase, provocando desemprego. A antes poderosa Alcan, em Ouro Preto, est� nos jornais, tinha tr�s mil funcion�rios, hoje eles s�o 350, com tend�ncia a novas demiss�es. Um novo governo, com nova vis�o, pode superar a crise, atrav�s de novas id�ias, de novos m�todos de trabalho.
6 - A CRISE atinge a sa�de, a seguran�a, os transportes, o ensino. O que esperar do continuismo, a n�o ser a continuidade de tudo, da crise inclusive. Mudar � imperioso.
7 -A POL�TICA internacional do Itamaraty evidencia o seu vi�s ideol�gico, privilegiando pa�ses que adotam posi��es semelhantes � ideologia ultrapassada que nossos governantes querem nos impor. Enquanto isso, nosso vizinho, o Chile, cresce em todos os seus �ndices de desenvolvimento amparado por uma pol�tica exterior moderna e destitu�da de preconceitos. A�cio, em seu programa, promete mudar este panorama.
8 -� PRECISO acabar com a divis�o a que nos levou um posicionamento preconceituoso do governo que insiste em permancer no poder. O do "n�s contra eles". Afinal, somos todos um s� povo, uma s� na��o. A arrog�ncia e o ideologismo capenga do atual governo podem resultar numa divis�o do mapa brasileiro em dois ou tr�s peda�os. Com sua habilidade, com seu modo tranquilo e harmonizador, A�cio conseguir� recompor o triste quadro atual, unindo a na��o.
9 -A LIBERDADE de imprensa, de opini�o, base da democracia, tem estado em permanente amea�a nos �ltimos doze anos. Agora, a amea�a parece ser maior, e poder� concretizar-se se as elei��es de domingo n�o determinarem uma mudan�a. J� se fala na cria��o de uma entidade governamental que teria o objetivo controlar a distribui��o de papel de jornal em todo o pa�s, seguindo o exemplo do regime autorit�rio da Venezuela. A ditadura chavista criou um Complexo Editorial que h� 17 anos comanda a destina��o das quotas do papel de imprensa, privilegiando os jornais que apoiam o governo e provocando o fechamento, por falta do produto b�sico, dos que a ele se op�em. O risco � grande. A�cio defende a liberdade de imprensa e jamais concordaria com a exist�ncia do tal Complexo Editorial no Brasil.
10 -FINALMENTE, o Brasil precisa voltar a ser feliz, a ser alegre, a ser otimista, a acreditar que o sol nascer� no dia seguinte, e para todos. O Brasil precisa voltar a viver sem o fantasma da infla��o, que j� dispara. O brasileiro quer abrir os jornais da manh� sem encontrar a manchete de todos os dias com den�ncias de corrup��o nos �rg�os e empresas p�blicas, como as da Petrobr�s. Sem a cara fechada dos governantes nas telas das TVs, em declara��es intimidadoras, substitu�da pelo sorriso aberto, franco, alegre de A�cio, o novo JK. Se a mudan�a for a vitoriosa, todo o pa�s voltar� a sorrir, a acreditar no progresso, no respeito aos cidad�os e �s leis vigentes. A noite escura se transformar� em madrugada da esperan�a. Minas Gerais precisa dar o bom exemplo. N�o podemos repetir, domingo, o que aconteceu h� alguns anos, quando da elei��o de J�nio Quadros. Dois candidatos disputavam a vice-presid�ncia - a elei��o era em c�dulas separadas: Milton Campos, um �cone da moralidade, e Jo�o (Jango) Goulart. J�nio foi eleito, Jango foi o vice. Milton perdeu, inclusive em sua terra, em Minas, uma mancha que nigu�m consegue apagar na nossa hist�ria. O resto, todos sabem. J�nio renunciou, Jango tentou assumir, assumiu e foi cassado, implantou-se um governo revolucion�rio. Se o vice fosse Milton Campos, nada disso teria acontecido.
N�O podemos repetir os erros do passado Ou pagaremos, como naquela ocasi�o, muito caro por eles. O Brasil n�o merece isso.
F�bio P. Doyle
Jornalista
Da Academia Mineira de Letras