A mat�ria enviada anteriormente continha uma incorre��o no segundo par�grafo. Nem todos os partidos que apoiaram Marina no 1º turno apoiaram A�cio no 2º turno.
No Estado natal de Eduardo Campos, morto em uma trag�dia a�rea em agosto, Dilma Rousseff e A�cio Neves far�o um dos duelos com resultados dos mais imprevis�veis do segundo turno em todo o Pa�s. Em Pernambuco, a candidata mais votada em 5 de outubro foi Marina Silva, que agora apoia, junto com a fam�lia Campos, A�cio Neves. O tucano, por sua vez, conquistou 284 mil votos no Estado, 5,92% do total, muito menos do que os 2,1 milh�es recebidos por Dilma, que teve 44,22%.
Mas s�o os 2,3 milh�es de votos de Marina que est�o em disputa e podem fazer a diferen�a no resultado da elei��o nacional. A pr�pria Marina e as principais for�as que deram suporte � candidatura do PSB no Estado declararam apoio a A�cio, o que teoricamente amplia muito o potencial de voto do tucano. Mas, sem segundo turno para governador, os maiores institutos de pesquisa n�o fizeram levantamentos registrados em Pernambuco e cientistas pol�ticos afirmam n�o ser poss�vel precisar o potencial de transfer�ncia de votos de Marina, da fam�lia Campos ou do PSB local.
Com 6,3 milh�es de eleitores, Pernambuco � o segundo maior col�gio eleitoral do Nordeste, atr�s da Bahia e pouco � frente do Cear�. Nas �ltimas elei��es, as figuras do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, pernambucano de nascimento, e de Eduardo Campos estiveram do mesmo lado e o PT conseguiu vit�rias expressivas no Estado. Para o domingo, tanto PT quanto PSB avaliam que Dilma deve sair vencedora na disputa no Estado, as diverg�ncias s�o o quanto A�cio pode crescer na compara��o com o primeiro turno.
"Esta elei��o n�o est� contaminada pela elei��o estadual. A figura do Campos est� menos presente porque A�cio n�o � algu�m que ele chancelou pessoalmente como candidato, como foi o Paulo C�mara e a pr�pria Marina", avalia o cientista pol�tico e professor da Funda��o Get�lio Vargas Marco Ant�nio Carvalho Teixeira. "N�o se sabe o potencial de transfer�ncia para o A�cio neste novo contexto", pondera.
Uma das principais lideran�as do PT pernambucano, o senador Humberto Costa aposta na pouca liga��o do candidato tucano com o Estado e no fato de n�o haver segundo turno na disputa pelo governo local para frear o crescimento de A�cio. Segundo ele, sem uma campanha para governador, o eleitor ser� menos influenciado por lideran�as pol�ticas, o que seria ben�fico para Dilma. "N�o vai ser o prefeito, governador ou o senador que vai definir o voto do eleitor. As pessoas querem votar a partir dos seus pontos de vista", defende Costa, que aposta que Dilma v� conquistar cerca de 65% dos votos v�lidos.
Senador eleito pelo PSB no Estado, o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho diz que seu partido pretende dar uma vota��o expressiva a A�cio. Em entrevista, ele contou que espera que A�cio alcance pelo menos 40% dos votos v�lidos. Mas diz que, "do jeito que os institutos de pesquisa est�o", o tucano pode at� ficar "no zero a zero" ou vencer por pouco. Rec�m-eleito, ele admite por�m que ser� mais dif�cil transferir votos para A�cio do que foi para Marina. "� mais dif�cil porque nunca fizemos alian�a com o PSDB a n�vel nacional, mas existe todo um sentimento de mudan�a e de colocar Pernambuco com protagonismo neste momento em que o Pa�s pode iniciar um novo ciclo pol�tico", defende.
Tanto a proje��o petista quanto a do PSB colocam a Dilma � frente no Estado. Por outro lado, tamb�m apontam A�cio conquistando mais votos de Marina do que a advers�ria, Dilma.
Professor da Universidade Federal de Pernambuco, o cientista pol�tico Ernani Carvalho diz que o desempenho de A�cio vai por � prova a for�a do PSB local em uma disputa mais dif�cil do que a estadual. "Se for uma elei��o apertada, mesmo se a Dilma aparecer � frente, ser� uma vit�ria de A�cio. E do PSB local, com as novas lideran�as dessa era p�s-Eduardo", explica Ernani.
Opini�o parecida tem Marco Ant�nio Carvalho Teixeira, para quem o Estado pode ser um "decisivo" para o tucano na dif�cil situa��o que se desenha no Nordeste. "Para A�cio, Pernambuco � um ganho, n�o est� na conta dele. O que ele conseguir a mais l�, � lucro. Se ele cresce l�, ele pode estar dando um passo decisivo para vencer a elei��o", completa.
Milit�ncia
Nas ruas do Recife, o clima � de rivalidade. Derrotada pelo PSB nas disputas locais, a milit�ncia do PT voltou �s ruas no segundo turno para apoiar Dilma Rousseff. "A candidatura do Armando Monteiro n�o empolgou a milit�ncia do PT. No segundo turno, talvez pelo acirramento, a milit�ncia acordou e foi para a rua. Isso tem gerado disputa", revela Ernani Carvalho.
Desde a morte de Eduardo Campos, muros foram pichados com acusa��es ao PT. "O PT matou Eduardo" e "Fora PT" s�o algumas das frases. Neste segundo turno, as acusa��es se estenderam � prima de Campos, vereadora Mar�lia Arraes, que apoia o PT e vinha em rota de colis�o com ex-governador morto.