O protesto de cerca de 200 pessoas - o c�lculo � do 14º DP, de Pinheiros - feito na sexta-feira, 24, � noite diante do pr�dio da Editora Abril, em S�o Paulo, mereceu no s�bado, 25, rep�dio geral de entidades da m�dia e dos dois presidenci�veis. "Foi uma manifesta��o de intoler�ncia, uma lament�vel tentativa de intimida��o, pr�prias de quem n�o sabe conviver na democracia e num Pa�s com liberdade de imprensa", afirmou em nota a Associa��o Nacional dos Jornais (ANJ).
Veja antecipou em um dia sua publica��o e foi �s bancas na sexta-feira, 24, afirmando em reportagem de capa que tanto a presidente Dilma Rousseff quanto o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva "sabiam tudo" sobre a corrup��o na Petrobras. Indignados, os manifestantes, integrantes da Uni�o da Juventude Socialista (UJS), picharam os muros com frases como "Fora Veja" e "Veja mente" e espalharam sujeira diante da editora.
Em outro texto, a Associa��o Brasileira de Emissoras de R�dio e Televis�o (Abert) "repudia veementemente" os ataques e considera "grave qualquer ato de intimida��o � liberdade de imprensa". A Associa��o Brasileira de Imprensa (ABI) criticou a Justi�a Eleitoral por impedir que a Abril fizesse publicidade da nova edi��o da revista e destacou que "as agress�es cometidas s�o igualmente conden�veis". A ABI acrescenta: "A Hist�ria tem mostrado como manifesta��es de intoler�ncia dessa natureza costumam terminar". A Associa��o Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) ressalta que um ve�culo de imprensa "tem o direito de publicar qualquer coisa" e quem n�o concorda "tem o direito de protestar", mas "respeitados os limites legais".
Para a Associa��o Nacional de Editores de Revistas (Aner), as manifesta��es "s�o atos de vandalismo que ferem a democracia, a liberdade de express�o e de imprensa". "� a palavra que sofre com estes atentados", diz o comunicado assinado pelo presidente da entidade, Frederic Kachar.
Rep�dio
Em S�o Jo�o del-Rei, o candidato do PSDB � Presid�ncia, A�cio Neves, voltou a condenar o epis�dio. "Assistimos ontem a um atentado contra a democracia e a liberdade de express�o. Essa � uma marca extremamente preocupante dos nossos advers�rios", afirmou.
A presidente Dilma Rousseff (PT), que fazia campanha em Porto Alegre, definiu o gesto dos manifestantes como "barb�rie" e lembrou que "n�o � assim que se faz um Pa�s civilizado", mas considerou a reportagem "um processo golp�stico" e reiterou que vai processar a Veja.
Durante caminhada em S�o Bernardo do Campo (SP), Lula classificou a reportagem como "uma demonstra��o de insanidade da imprensa marrom deste Pa�s", uma atitude "de m�-f�, leviana, mesquinha". E afirmou que ele e o PT tamb�m devem processar a revista. Colaboraram Antonio Pita, Pedro Venceslau, Elizabeth Lopes, Ricardo Galhardo e Carla Ara�jo.