O Distrito Federal elegeu um novo governador. Pelos pr�ximos quatro anos, Rodrigo Rollemberg, que foi matematicamente eleito com 55,57% dos votos e 94% das urnas apuradas, vai comandar a capital do pa�s. O candidato concorrente, Jofran Frejat, teve 44,43%. O resultado da elei��o foi o primeiro a ser conclu�do no pa�s. Os correligion�rios de Rollemberg est�o reunidos no NET Live Bras�lia, no Setor de Clubes Sul, para comemorar a vit�ria do ex-senador.
Ap�s a sa�da de Jos� Roberto Arruda da corrida pelo GDF, Rollemberg assumiu a lideran�a nas inten��es de voto no primeiro e no segundo turno. No primeiro turno, venceu em 21 das 20 zonas eleitorais do Distrito Federal e teve 45% dos votos v�lidos. A maior parte das pesquisas tamb�m davam certa a vit�ria do candidato do PSB.
Na campanha do segundo turno, Rollemberg reafirmou que o resultado do primeiro foi por causa do plano de governo feito junto � popula��o. "Tenho certeza que nosso programa de governo expressa o desejo de mudan�a da popula��o", disse, na �poca, em discurso no comit� central da coliga��o PSB, PDT, PSD e Solidariedade, no Setor Comercial Sul.
Em recente sabatina promovida pelo Correio Braziliense e a TV Bras�lia, Rollemberg afirmou que pretende criar um Conselho de Transpar�ncia nos primeiros dias de seu governo caso sa�sse vitorioso da disputa pelo Pal�cio do Buriti. "Vamos reunir entidades da sociedade civil e oferecer � popula��o do DF a possibilidade de acompanhar de perto toda a execu��o or�ament�ria do governo. Cada contrato, cada pagamento estar� dispon�vel", garantiu.
Perfil
Nascido no Rio de Janeiro em 13 de julho de 1959, Rodrigo Rollemberg chegou � capital aos nove meses de idade com a fam�lia e, por isso, considera-se brasiliense. Essa �, ali�s, uma das principais defesas de sua campanha: a de Bras�lia ser governada, pela primeira vez, por algu�m daqui. O candidato do PSB cresceu na cidade que o acolheu, estudou nas escolas p�blicas da 106, da 107 e da 206 Sul e ingressou na Universidade de Bras�lia (UnB), onde cursou hist�ria. Foi na institui��o o primeiro contato com a pol�tica. Participou do movimento estudantil e fez parte do Diret�rio Central dos Estudantes (DCE). L�, tamb�m conheceu a mulher, M�rcia Helena Gon�alves Rollemberg, com quem tem tr�s filhos. Recentemente, a fam�lia aumentou, com a chegada da primeira neta do casal, Mel.
Rollemberg tem 13 irm�os. Dos tempos de menino, guarda at� hoje o h�bito de reunir os parentes. A casa da m�e, na Asa Sul, virou um ref�gio, ainda mais durante a campanha. Serviu tamb�m de ponto de apoio para o candidato almo�ar e tomar um banho entre um compromisso e outro da agenda atribulada. “Passar o fim de semana juntos � muito precioso. O auge � quando vamos todos para a fazenda”, revelou a esposa. Ela entrega tamb�m alguns h�bitos do marido. “Ele acorda muito cedo todos os dias, entre as 5h30 e as 6h. E gosta de caminhar. Aonde vamos, ele sai andando. N�o consegue ficar parado”, brincou. Religioso, Rollemberg sempre mant�m uma vela acesa em frente �s imagens de santos que tem em casa e faz uma ora��o antes de sair. Entre as paix�es, est�o o futebol e o Botafogo.
O candidato do PSB teve, dentro de casa, o exemplo da vida p�blica. � filho do ex-ministro e ex-deputado federal Armando Leite Rollemberg. Aos 26 anos, Rodrigo entrou para o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e coordenou por dois anos o segmento jovem. A partir da�, o caminho foi natural at� a primeira disputa pol�tica. Em 1990, concorreu a uma vaga na C�mara Legislativa. Sem sucesso, assumiu a supl�ncia quatro anos depois. Em 1996, foi convidado para ocupar a secretaria de Turismo, Lazer e Juventude do DF no governo de Cristovam Buarque. Tamb�m teve dois mandatos de deputado federal e um como senador, cargo que ocupa atualmente. Na esfera nacional, assumiu a Secretaria de Inclus�o Social, do Minist�rio de Ci�ncia e Tecnologia.
Entre os aliados, Rollemberg � visto como uma pessoa carinhosa e cuidadosa. “Ele sabe que tenho problema com labirinto e n�o posso andar na parte de tr�s do carro. Toda vez que �amos a algum compromisso de campanha juntos, fazia quest�o que eu fosse na frente. Tamb�m teve um carinho muito grande enquanto estive hospitalizado”, contou o deputado federal Jos� Ant�nio Reguffe, eleito para o Senado. Os dois se conheceram durante a campanha de Cristovam Buarque em 1994, quando Rollemberg tentava uma vaga na C�mara Legislativa. Tamb�m � elogiado pela aten��o que d� aos colegas da pol�tica e por saber ouvir sugest�es. “Ele assumiu alguns compromissos na campanha que considero muito importantes, como o corte de 60% dos cargos comissionados e a retirada dos impostos locais dos rem�dios”, citou Reguffe.
Durante a trajet�ria pol�tica, o candidato participou da CPI da Grilagem. S�o deles as ideias de criar o Projeto Orla e a abertura dos monumentos de Bras�lia para visita��o enquanto foi secret�rio. Durante o tempo em que trabalhou no Minist�rio de Ci�ncia e Tecnologia, criou a semana Nacional de Ci�ncia e Tecnologia e as Olimp�adas de Matem�tica das escolas p�blicas. “Ele se destaca na obstina��o pela bandeira de seu projeto. Tem experi�ncia e n�o deixar� Bras�lia voltar para a vergonha que j� passamos com governos anteriores, nem a decep��o que est� atualmente”, defendeu o senador Cristovam Buarque.